Amigos para sempre (1Ts 2:13–3:13)
Sábado à tarde | Ano Bíblico: Is 45–48 |
VERSO PARA MEMORIZAR: “Que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os Seus santos” (1Ts 3:13).
Leituras da semana: 1Ts 2:13–3:13; Rm 9:1-5; 11:1-12, 24-32; Mt 24:9-22; 10:42
Pensamento-chave: Paulo continuou a elogiar os tessalonicenses pelas coisas boas que viu neles e a encorajá-los em meio à perseguição que estavam enfrentando.
No texto para a lição desta semana, podemos perceber que, para Paulo, os tessalonicenses não eram apenas membros da igreja. Eles eram seus amigos. Havia uma profunda ligação emocional entre Paulo e essas pessoas, e o apóstolo enfatizava esse vínculo enquanto reafirmava o amor que tinha para com eles. Ao mesmo tempo em que eram sinceras, suas palavras também ajudariam a prepará-los para a crítica que se seguiria em breve.
Paulo começou e terminou essa seção com uma oração. Em certo sentido, a passagem inteira é escrita com a oração em mente. Subjacente à ênfase na oração estava o desejo de Paulo de que os tessalonicenses fossem irrepreensíveis e santos (1Ts 3:13; 1Ts 2:19, 20) na segunda vinda de Jesus.
A amizade que Paulo tinha com eles era mais profunda do que as amizades terrenas, pois ultrapassava os limites do tempo e da história. Paulo almejava passar a eternidade com os crentes de Tessalônica. Em parte, esse desejo era o que impulsionava, ao longo da carta, sua intensa preocupação em relação às crenças e ao comportamento deles. Paulo amava essas pessoas e desejava que elas se preparassem para a vinda de Cristo.
Domingo | Ano Bíblico: Is 49–51 |
O exemplo da Judeia (1Ts 2:13-16)
Ao ler 1 Tessalonicenses 2:13-16 de modo superficial, parece que o texto é um desvio dos temas anteriores: agradar a Deus e cuidar dos novos crentes (1Ts 2:1-12). Mas o verso 13 continua o tema de como os tessalonicenses responderam aos apóstolos e ao evangelho que eles levaram para Tessalônica.
No verso 14, Paulo volta ao tema da imitação. A perseguição em Tessalônica ecoava a perseguição dos cristãos ocorrida anteriormente na Judeia. Alguns judeus perseguiram cristãos judeus na Judeia, ao passo que vizinhos gentios e judeus se uniram para perseguir os cristãos de Tessalônica, que em sua maior parte eram gentios. Aqui Paulo mostrou que a perseguição aos cristãos está ligada a um padrão mais amplo. Os que seguem a Cristo enfrentam oposição e até mesmo perseguição.
1. Que exemplo devemos imitar no contexto da perseguição aos cristãos? Devemos nutrir ódio contra os perseguidores? 1Ts 2:14-16
Paulo revelou seus sentimentos acerca de determinado grupo de judeus que o perseguiram nos lugares em que passou, tentando prejudicar seu trabalho evangelístico, semeando discórdia e oposição aos apóstolos. Textos como 1 Tessalonicenses 2:14-16 (veja também Mt 23:29-38) têm sido grosseiramente pervertidos e distorcidos a fim de “justificar” a perseguição ao povo judeu. Mas esse tipo de aplicação universal vai muito além da intenção de Paulo. Ele estava falando especificamente sobre as autoridades da Judeia (a palavra traduzida como “judeus” em 1 Tesslonicenses 2:14 também pode ser traduzida como “da Judeia”), que colaboraram com os romanos na morte de Jesus e que tinham o objetivo de obstruir a pregação do evangelho, onde e quando pudessem. Na verdade, Paulo parecia estar repetindo o que Jesus já havia dito sobre os que tentavam matá-Lo (Mt 23:29-36).
Devemos ter em mente que Paulo era judeu. Ele não estava difamando uma inteira classe de pessoas. Jesus era judeu. Os primeiros discípulos eram judeus. Apenas judeus formavam o núcleo inicial da igreja. No que diz respeito a Paulo, todo judeu que ele conhecia, como Silas, Barnabé, Timóteo, era potencialmente um amigo para a eternidade (Rm 9:1-5; 11:1-12, 24-32).
Cada pessoa na Terra é um ser humano “por quem Cristo morreu” (Rm 14:15; 1Co 8:11). O preconceito contra classes de pessoas não é apropriado para os que vivem ao pé da cruz.
É fácil apontar o dedo para a igreja por falhas na maneira de tratar classes de pessoas. E quanto a nós? Quanto preconceito étnico permanece em nosso coração?
Segunda | Ano Bíblico: Is 52–55 |
A esperança e a alegria de Paulo (1Ts 2:17-20)
Nos catorze versos que se estendem de 1 Tessalonicenses 2:17 até o capítulo 3:10, Paulo apresentou um relato cronológico de sua separação dos crentes de Tessalônica. O tema da amizade percorre a passagem. Esses tessalonicenses não eram apenas membros da comunidade de Paulo, mas verdadeiros amigos. Toda a passagem pulsa com profunda emoção.
Paulo desejava que todos os seus conselhos e advertências posteriores (apresentados em 1Ts 4; 5) fossem compreendidos à luz do seu amor e preocupação por eles. E por causa desse amor, ele havia obtido o direito de aconselhar a igreja ali. Os conselhos são mais bem recebidos quando são fundamentados no amor.
2. Por que Paulo desejava rever os tessalonicenses? O que o impedia? O que podemos aprender com o relato? 1Ts 2:17-20
O verbo principal do verso 17 (normalmente traduzido com a ideia de “privar” ou “separar”) tem suas raízes no conceito de se tornar órfão (“orfanado”, RA). Quando Paulo foi forçado a deixar Tessalônica repentinamente, sentiu tão profundamente a perda do relacionamento como se seus pais tivessem falecido. Ele queria muito visitar aqueles irmãos porque sentia muita saudade deles. Eles estavam ausentes em pessoa, mas não no coração. Ele culpou a Satanás por seu atraso. Suas palavras aqui são outro texto na Bíblia que mostra a realidade do grande conflito.
O desejo que Paulo tinha de ver os crentes de Tessalônica, no entanto, estava enraizado em algo mais do que apenas relacionamento cotidiano. O foco estava no fim dos tempos. Paulo aguardava para “apresentá-los” a Jesus após em Sua segunda vinda. Eles eram a validação do seu ministério por Cristo, sua alegria escatológica e motivo de satisfação! Paulo queria que no fim houvesse evidência de que sua vida tinha feito diferença na vida dos outros.
O que essa passagem também deve nos mostrar é que precisamos manter nossas prioridades em ordem. Nossa existência aqui é apenas uma “neblina” (Tg 4:14), mas é uma neblina de alcance eterno. A prioridade de Paulo estava no que é eterno, no que tem valor e importância duradouros. Afinal, se você realmente pensar sobre o destino deste mundo, o que realmente importa, a não ser a salvação dos perdidos?
Como tudo o que fazemos nesta vida afeta, de alguma forma, a salvação dos perdidos? Por mais agradável que seja falar sobre esse ideal, como podemos viver de acordo com ele?
Terça | Ano Bíblico: Is 56–58 |
A visita do substituto de Timóteo (1Ts 3:1-5)
3. Em que contexto mais amplo Paulo via seus sofrimentos e os dos tessalonicenses? 1Ts 3:1-5; Mt 24:9-22
Paulo estava tão angustiado por estar separado dos tessalonicenses que decidiu abandonar a companhia de Timóteo em Atenas a fim de obter em primeira mão notícia da situação deles. A saudade intensa que sentia deles o levou a preferir estar sem Timóteo, em vez de ficar sem notícias dos tessalonicenses.
Visto que a missão de Timóteo era ser representante, ou substituto de Paulo, o apóstolo fez o possível para reforçar a autoridade de Timóteo diante da igreja. Timóteo era “irmão” de Paulo, “ministro de Deus” e “colaborador no evangelho.” Alguns manuscritos gregos chegam a chamar Timóteo de “colaborador de Deus”. Esse seria um grande elogio. Paulo sabia que a missão seria difícil e fez o possível para abrir o caminho para que Timóteo fosse recebido como se o próprio Paulo tivesse chegado.
Os versos 3 e 4 nos dão uma ideia do que Paulo teria dito aos tessalonicenses se pudesse visitá-los. A palavra específica escolhida para descrever seus sofrimentos é típica de passagens do fim dos tempos, como Mateus 24:9-22. A aflição não deveria ser surpresa. Recebemos advertência sobre isso.
O sofrimento do cristão chama a atenção para os eventos do fim, durante os quais todos os verdadeiros seguidores de Cristo serão perseguidos (Ap 13:14-17). Quando o sofrimento realmente vier, devemos vê-lo como cumprimento da profecia e motivo de encorajamento, não de desânimo. O propósito da profecia não é satisfazer nossa curiosidade sobre o futuro, mas prover uma firme certeza em meio aos desafios que enfrentamos.
No verso 5, Paulo revelou que tinha um motivo adicional para enviar Timóteo. Sua preocupação era que as dificuldades que os tessalonicenses haviam experimentado os levassem a perder a fé e que sua missão em Tessalônica de alguma forma houvesse sido em vão ou não tivesse resultados.
Na prática, o que podemos fazer para estar preparados espiritualmente para as provas inevitáveis que a vida nos traz?
Quarta | Ano Bíblico: Is 59–62 |
O resultado da visita de Timóteo (1Ts 3:6-10)
4. Timóteo foi enviado para encorajar os tessalonicenses. Que aspectos do relatório de Timóteo trouxeram alegria e encorajamento a Paulo? 1Ts 3:6-8
O “agora, porém” do verso 6 é muito enfático. Paulo não perdeu tempo, mas logo escreveu aos tessalonicenses. No instante em que Timóteo lhe deu a notícia, imediatamente começou a escrever 1 Tessalonicenses.
5. Qual era a razão da vida de oração de Paulo? O que podemos aprender com seu exemplo? 1Ts 3:9, 10
A ausência de palavras como “sempre” e “sem cessar” (1Ts 1:2) sugere que aqui houve algo novo na alegria e na ação de graças de Paulo, além da alegria e ação de graças que ele sempre sentia quando orava pelos tessalonicenses. A alegria e gratidão em 1 Tessalonicenses 3:9, 10 foi uma reação imediata às notícias transmitidas por Timóteo.
O que estava faltando em sua fé (1Ts 3:10)? O texto seguinte não diz. Como podemos ver mais tarde, a preocupação de Paulo em relação à fé dos irmãos era mais prática do que teológica. Os capítulos 4 e 5 indicam que eles precisavam harmonizar a prática à crença. Embora tivessem amor e fé, e estivessem “firmados no Senhor”, a carta demonstrou depois que eles ainda tinham um crescimento importante a alcançar.
Por que a oração é tão importante em nossa caminhada com o Senhor? Quanto tempo você dedica à oração? O que sua resposta lhe diz sobre a importância que você dá a esse assunto? De que forma você pode fortalecer sua vida de oração?
Quinta | Ano Bíblico: Is 63–66 |
Orações renovadas de Paulo (1Ts 3:11-13)
A segunda vinda de Jesus é um poderoso incentivo para o crescimento espiritual. Cada ato de abuso ou opressão será levado à justiça. Cada ato de amor ou bondade será reconhecido e recompensado (Mt 10:42). Isso significa que todo ato nesta vida, não importa quão pequeno, tem um significado no esquema geral das coisas.
Mas para Paulo era igualmente importante que a segunda vinda de Jesus será uma reunião gloriosa de familiares e amigos, cujos relacionamentos durarão para sempre por causa do que Jesus fez. Os relacionamentos cristãos não têm data de validade. Eles são projetados para durar para sempre. Essa é a ênfase da lição desta semana.
6. O que Paulo incluiu em suas orações pelos tessalonicenses após a chegada de Timóteo? 1Ts 3:11-13
O texto de 1 Tessalonicenses 3:11-13 soa quase como uma bênção no fim de um culto de adoração. Naturalmente, Paulo desejava voltar a Tessalônica e corrigir as deficiências na fé da igreja (1Ts 3:10). Mas mesmo que não pudesse voltar, ele ainda podia suplicar a Deus que motivasse e fizesse com que os tessalonicenses desenvolvessem abundante amor, não apenas entre os irmãos, mas também pelos vizinhos e todos com quem se encontrassem. Esse amor seria um componente importante do caráter deles quando Jesus voltasse.
Um tanto intrigante é o comentário de Paulo no verso 13, de que Jesus virá “com todos os Seus santos”. A palavra santos ou sagrados é normalmente aplicada aos seres humanos no Novo Testamento. Por outro lado, os textos sobre a segunda vinda de Jesus no Novo Testamento normalmente O descrevem como acompanhado por anjos em vez de seres humanos (Mt 24:30, 31; Mc 8:38; 13:27). Então, quem são os “santos” nesse verso?
A solução para esse problema é reconhecer que, no verso 13, Paulo adotou a linguagem de Zacarias 14:5 e aplicou-a à segunda vinda de Jesus. Os “santos” no Antigo Testamento são mais bem compreendidos como anjos (Dt 33:2; Dn 7:10). O Novo Testamento, por outro lado, dá novo significado à palavra santos: Os seres humanos cuja justiça vem de Jesus são santos. Em 1 Tessalonicenses 3:13, no entanto, Paulo reverte para a definição da palavra santos apresentada pelo Antigo Testamento: seres angelicais que estão na presença de Deus. Como tais, eles acompanharão Jesus, o Deus-homem, quando Ele voltar à Terra.
Sexta | Ano Bíblico: Jr 1–3 |
Estudo adicional
A chegada de Silas e Timóteo, vindos da Macedônia enquanto Paulo se encontrava em Corinto, alegrou muito o apóstolo. Trouxeram-lhe ‘boas notícias’ da ‘fé’ e ‘amor’ dos que haviam aceitado a verdade durante a primeira visita dos mensageiros evangélicos a Tessalônica. O coração de Paulo se comoveu com a mais terna simpatia para com esses crentes que, em meio às provações e adversidades, se haviam mantido fiéis a Deus” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 255).
“O coração daquele que recebe a graça de Deus transborda de amor a Deus e àqueles por quem Cristo morreu. O eu não luta por nenhum reconhecimento. Não ama os outros porque o amam e o agradam, por apreciarem seus méritos, mas por serem propriedade adquirida de Cristo. Se seus motivos, palavras ou atos são malcompreendidos ou mal-interpretados, não se ofende mas prossegue na idêntica maneira de proceder. É bondoso e ponderado, humilde no conceito próprio; contudo é cheio de esperança, sempre confiante na graça e no amor de Deus” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 101, 102).
Perguntas para reflexão
1. Ellen White usou a expressão “pessoas por quem Cristo morreu”. Essa expressão deve ser aplicada a todos os seres humanos na Terra ou apenas aos crentes em Cristo? Se Cristo realmente morreu por todos, por que nem todos são salvos?
2. Qual é a importância do relacionamento anterior quando se trata de aconselhar ou criticar um companheiro cristão? O que podemos aprender sobre isso com o exemplo de Paulo na lição desta semana? Como isso pode nos ajudar em nosso ministério em favor dos outros?
3. O amor e preocupação de Paulo pelos crentes de Tessalônica eram muito evidentes. O amor abranda o coração e torna as pessoas abertas à graça de Deus. Como podemos aprender a amar os outros mais intensamente?
Resumo: Em 1 Tessalonicenses 2:13–3:13, Paulo descreveu os acontecimentos e as emoções do período entre o momento em que ele foi forçado a deixar Tessalônica e a chegada de Timóteo a Corinto com notícias sobre a igreja. A ênfase central do capítulo é a profunda ligação de Paulo com os crentes de Tessalônica.
Respostas sugestivas: 1: O exemplo dos cristãos da Judeia e de Tessalônica, que foram perseguidos por seus compatriotas, mas continuaram evangelizando; devemos perdoar e esperar a ação da ira divina. 2: Ele amava os irmãos; os tessalonicenses eram sua esperança, alegria e glória; Satanás impediu o caminho do apóstolo; os líderes devem lutar para estar perto da igreja amada; essa união não é do interesse do inimigo. 3: O contexto do conflito entre Deus e o tentador, que aflige, persegue e mata os cristãos. 4: As boas notícias sobre a fé e o amor dos irmãos, bem como sua firmeza no Senhor; e também o desejo deles de rever os apóstolos. 5: Gratidão pela alegria fundamentada na experiência dos irmãos e o desejo de vê-los pessoalmente, para reparar as deficiências espirituais deles. 6: Pediu que Deus o dirigisse até os tessalonicenses e que os fizesse crescer no amor, para que o coração deles fosse confirmado em santidade e isento de culpa na vinda de Jesus.
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