domingo, 28 de abril de 2013

Lição 5 - Busque o Senhor e viva! (Amós)

Lição 5 - Busque o Senhor e viva! (Amós)

 

VERSO PARA MEMORIZAR:

“Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e, assim, o Senhor, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis” (Am 5:14).


Leituras da Semana:

Pensamento-chave: Amós nos lembra que existe vida apenas quando buscamos o Senhor.

Houvessem os filhos de Israel sido leais ao Senhor, Ele teria cumprido Seu desígnio, honrando-os e exaltando-os. Houvessem andado nos caminhos da obediência, Ele os teria exaltado “sobre todas as nações que fez, para louvor, e para fama, e para glória” (Dt 26:19, RC). “Todos os povos da Terra verão que és chamado pelo nome do Senhor”, disse Moisés, “e terão temor de ti” (Dt 28:10, RC). “Os povos [...] ouvindo todos estes estatutos, dirão: Certamente, este grande povo é gente sábia e inteligente” (Dt 4:6). Devido a sua infidelidade, porém, o desígnio de Deus só pôde ser executado por meio de contínua adversidade e humilhação (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 28).

Nesta semana, enquanto continuamos a estudar o livro de Amós, veremos ainda mais as maneiras pelas quais o Senhor apelou ao Seu povo para abandonar seus pecados e voltar a Ele, a única verdadeira fonte de vida. No fim, temos apenas uma entre duas opções: vida ou morte. Não há meio termo. Amós nos mostra um pouco mais sobre as grandes diferenças entre essas escolhas.

DOMINGO - 

Odiar o mal, amar o bem


As coisas tinham se tornado muito ruins em Israel. Havia corrupção, opressão e pecado. Chegou o momento em que a própria sobrevivência da nação estava em jogo. Por essa razão, Amós compôs um cântico fúnebre para lamentar a iminente morte de Israel (Am 5:1-15). Muitas vezes, nos livros proféticos, não se faz distinção entre a palavra do profeta e a palavra do Senhor. Assim, a lamentação de Amós é também a lamentação de Deus sobre Israel.

O objetivo desse cântico fúnebre era estimular as pessoas a encarar a realidade. Se elas persistissem em seus pecados, certamente morreriam. Se, por outro lado, rejeitassem o mal e voltassem para Deus, viveriam. Em Sua perfeição de caráter, o Senhor espera de Seu povo conformidade com a Sua vontade.

1. Como se aprende a odiar o mal e amar o bem? Am 5:14, 15; Hb 5:14; Rm 12:9; Pv 8:36

Amós convida as pessoas não apenas a parar de procurar o mal, mas também a odiá-lo e amar o bem. Nesta seção, as ordens são progressivas. Na Bíblia, os verbos amar e odiar (em hebraico ‘ahav e śane’), muitas vezes se referem a decisões e ações, e não simplesmente a sentimentos e atitudes. Em outras palavras, a mudança na atitude das pessoas leva à mudança em suas ações.

2. Nesse contexto, que advertência é encontrada em Isaías 5:20?

“Todo o que nesse dia mau se dispuser a servir a Deus com destemor, segundo os ditames de sua consciência, necessitará decoragem, firmeza e conhecimento de Deus e Sua Palavra. Os que forem fiéis a Deus serão perseguidos, seus motivos impugnados, desvirtuados seus melhores esforços e seus nomes repudiados como perversos. Satanás trabalhará com todo o seu poder enganador para influenciar o coração e obscurecer o entendimento, a fim de que o mal pareça bem, e o bem mal” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 431).
Se podemos ser levados a chamar o mal bem e o bem mal, como podemos aprender a amar o bem e odiar o mal? Qual é a nossa única proteção contra esse engano?


SEGUNDA - Religião habitual


3. Leia Amós 5:23, 24, Oseias 6:6, Mateus 9:13 e Salmo 51:17. Qual é o princípio apresentado nesses textos e como aplicá-lo na vida espiritual? Podemos ser culpados de fazer exatamente o que devemos evitar?

Mais do que a maioria dos outros livros da Bíblia, Amós focaliza a injustiça, crueldade e desumanidade. Ele também apresenta a perspectiva divina sobre tais práticas. Amós pregou que Deus desprezava os rituais vazios do formalismo morto das pessoas, e Ele as chamava para a reforma. O Senhor não estava satisfeito com as formas de adoração exteriores e vazias oferecidas a Ele por aqueles que, ao mesmo tempo, estavam oprimindo os semelhantes para obter ganho pessoal. A vida deles revelava que haviam perdido de vista a essência do que significa seguir ao Senhor. Eles também tiveram uma compreensão totalmente errada do significado mais profundo de Sua lei.

Na verdade, Deus rejeitou seus rituais religiosos porque não procediam da fé. As palavras mais importantes de Amós 5:1-15 estão na ordem para buscar ao Senhor e viver (Am 5:6). A atitude de buscar ao Senhor é contrastada com o ato de fazer peregrinações aos famosos centros religiosos em Betel, Gilgal, e Berseba (Am 5:5), três cidades com santuários que estavam destinados à destruição.

O que Deus realmente queria era justiça e retidão na Terra. A ordem de “buscar ao Senhor” é paralela à ordem de “buscar o bem”. O Senhor chamou o remanescente a se distanciar das más práticas, do formalismo religioso, e deixar que a retidão corra como um rio; e a justiça, como um ribeiro perene. Embora a justiça envolva o estabelecimento do que é certo diante de Deus, a retidão é a qualidade de vida em relação a Deus e aos outros na comunidade. A imagem aqui apresentada é a de um povo religioso, cuja religião tinha sido degenerada em nada, senão formas e ritos sem a mudança de coração que deve acompanhar a verdadeira fé (Dt 10:16). Devemos ter muito cuidado!


TERÇA - Chamado para ser profeta


Amós era de Tecoa, em Judá, mas Deus o enviou para profetizar em Israel. Ele foi ao reino do norte e pregou com tal poder que a terra não podia “sofrer todas as suas palavras” (Am 7:10). Certamente, muitos israelitas olharam para Amós com suspeita e o rejeitaram como mensageiro de Deus. Apesar da rejeição, ele cumpriu fielmente seu ministério profético.

4. Leia Amós 7:10-17. Como o profeta foi recebido? Que outros exemplos bíblicos revelam a mesma atitude? O que aprendemos com esses exemplos?

Entre os que não gostaram da pregação de Amós estava Amazias, sacerdote de Betel, que acusou o profeta de conspiração contra o rei de Israel. Betel foi um dos dois santuários reais, os próprios centros do culto apóstata. Amós havia predito em público que, se Israel não se arrependesse, seu rei morreria pela espada e o povo seria levado cativo. Amazias ordenou que Amós voltasse para a terra de Judá, onde suas mensagens contra Israel seriam mais populares.

Em sua resposta ao sacerdote, Amós afirmou que seu chamado profético viera de Deus. Alegou que não era um profeta profissional que podia ser contratado para profetizar. Amós se distanciou dos profetas profissionais que profetizavam em busca de ganho.

Falar a verdade não garante a aceitação, porque a verdade às vezes pode ser desconfortável e, se ela perturba os que estão no poder, pode despertar séria oposição. O chamado de Deus impeliu Amós a pregar de maneira tão franca e corajosa contra os pecados do rei e da nobreza do reino do norte que ele foi acusado de traição.

Qual é a nossa atitude quando ouvimos que nossas ações e nosso estilo de vida são pecaminosos e trarão punição sobre nós? O que nossa resposta diz sobre nós mesmos e sobre a necessidade de uma mudança de coração e atitude?


QUARTA - O pior tipo de fome


5. “Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a Terra, não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor. Andarão de mar a mar e do Norte até ao Oriente; correrão por toda parte, procurando a palavra do Senhor, e não a acharão” (Am 8:11, 12). Como devemos entender esses versos?

Em Amós 8, o profeta descreve os efeitos devastadores do juízo de Deus sobre o Israel impenitente. Deus punirá o povo por seus pecados enviando fome sobre a Terra. Mas nos versos 11 e 12, o profeta fala de fome e sede da Palavra de Deus. Essa tragédia se destacará acima de todas as outras, porque Ele ficará em silêncio, e nenhuma outra fome poderá ser pior.

Muitas vezes, quando o povo de Israel experimentava grande angústia, ele se voltava para o Senhor em busca de uma palavra profética, na esperança de orientação. Dessa vez, a resposta de Deus consistirá no silêncio. Uma parte do juízo de Deus sobre Seu povo será a retirada de Sua Palavra por meio dos Seus profetas.

Se o povo de Deus continuar a ser desobediente, diz o profeta, virá o tempo em que eles estarão ansiosos para ouvir a mensagem, mas será tarde demais para voltar à Palavra de Deus, na esperança de escapar do juízo. Esse é o resultado da recusa persistente de Israel em ouvir a mensagem de Deus por intermédio de Amós. Como Saul antes de sua última batalha (1 Sm 28:6), as pessoas um dia perceberão o quanto precisam da Palavra de Deus.

Uma população inteira procurará freneticamente a Palavra de Deus, a mesma Palavra que foi ignorada no tempo do profeta. Os jovens serão especialmente afetados. Enquanto as gerações anteriores tinham ouvido e rejeitado a Palavra de Deus, os jovens nunca terão a oportunidade de ouvir a proclamação profética.

6. Quais são os efeitos terríveis do silêncio de Deus? 1Sm 14:37; Sl 74:9; Pv 1:28; Lm 2:9; Os 5:6; Mq 3:5-7

De que forma é possível silenciar a voz de Deus em nossa vida? Por mais assustador que seja esse pensamento, reflita sobre suas implicações. Como podemos ter certeza de que isso não acontecerá conosco?

QUINTA - A restauração de Judá


O profeta se voltou da imagem obscura do pecado do povo e juízos resultantes para as promessas gloriosas da futura restauração (Am 9:11-15). O dia do Senhor, anteriormente descrito como dia do castigo (Am 5:18), agora é um dia de salvação, porque salvação, não punição, é a última palavra de Deus para Seu povo. No entanto, a salvação virá depois da punição, não em lugar dela.

Em meio a toda escuridão e destruição, Amós encerrou seu livro com uma mensagem de esperança. Diante da perspectiva de um exílio imediato, a dinastia de Davi havia caído tão fundo que já não podia ser chamada de casa, mas de cabana. Porém, o reino de Davi seria renovado e unido sob um único governante. Para além das fronteiras de Israel, outras nações invocariam o nome de Deus e desfrutariam de Suas bênçãos, juntamente com Israel. O livro termina com essa nota feliz e esperançosa.

Os profetas bíblicos não ensinaram que a punição divina existia por causa da punição em si. Por trás de quase todas as advertências estava o chamado para salvação. Embora a ameaça de exílio fosse iminente, o Senhor encorajou o remanescente com a promessa de restauração para a Terra. O remanescente desfrutaria da renovação da aliança. Os que experimentassem o juízo veriam Deus agindo para salvar e restaurar.

7. Qual é o cumprimento final das promessas de Amós sobre a restauração do povo de Deus? Lc 1:32, 33; At 15:13-18

Muitos professores judeus consideravam Amós 9:11 uma promessa messiânica dada a Abrão, reafirmada a Davi, e expressa ao longo do Antigo Testamento. O novo rei da linhagem de Davi reinará sobre muitas nações, em cumprimento da promessa de Deus a Abrão (Gn 12:1-3). O Messias reinará até mesmo sobre os inimigos, como Edom. As ruínas restauradas do povo de Deus nunca mais serão destruídas.

Por meio da vinda de Jesus Cristo, o maior Filho de Davi, Deus cumpriu Sua bondosa promessa. Tiago citou essa passagem de Amós para mostrar que a porta da salvação está aberta para que os gentios participem plenamente dos privilégios da aliança confiada à igreja. No Messias prometido, descendente de Abraão e Davi, Deus ofereceria Suas bênçãos redentoras a judeus e gentios.

O cumprimento final dessas promessas a todos os que as aceitam, judeus ou gentios, será visto apenas na segunda vinda de Cristo. Como podemos manter viva essa esperança e promessa, não permitindo que ela desapareça em meio às tensões da vida?

 SEXTA - Estudo adicional

Nossa posição diante de Deus depende, não da quantidade de luz que temos recebido, mas do uso que fazemos da que possuímos. Assim, mesmo o pagão que prefere o direito, na proporção em que lhe é possível distingui-lo, acha-se em condições mais favoráveis do que os que têm grande luz e professam servir a Deus, mas desatendem a essa luz e, por sua vida diária, contradizem sua profissão de fé” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 239).



Perguntas para reflexão

1. Você odeia o mal e ama o bem, ou chama o mal bem e o bem mal? Por que esse perigo prevalece especialmente quando a cultura e a sociedade começam a mudar seus valores de forma a aceitar determinados comportamentos, estilos de vida e atitudes claramente condenadas na Bíblia? Não somos imunes às tendências culturais e sociais em que estamos imersos, não é verdade? Pense nas mudanças que aconteceram em sua cultura e sociedade ao longo dos anos. Por exemplo, que coisas antes consideradas vergonhosas e proibidas, agora são abertamente expressas, praticadas e consideradas boas ou, pelo menos, “não estão erradas”? Como essas mudanças afetaram as atitudes da igreja em relação a essas coisas? O que podemos fazer para não cair na armadilha perigosa de chamar o mal bem? Ao mesmo tempo, que mudanças culturais para o bem têm influenciado a igreja em um bom caminho, um modo que reflita mais de perto os princípios de amor e aceitação revelados pela vida de Jesus?

2. Pense mais na ideia de “fome” da Palavra de Deus. De que modo é provável que isso aconteça? Será que o Senhor esconderá propositalmente a verdade das pessoas, ou será que as atitudes delas as tornarão totalmente fechadas à Palavra?

3. Como adventistas do sétimo dia que têm tantos motivos para acreditar nas verdades recebidas, não estamos em perigo de pensar que nosso conhecimento dessas verdades é tudo de que precisamos? Como as verdades com as quais fomos abençoados devem afetar nossa maneira de viver e interagir com os outros, na igreja e em nossa comunidade? Como podemos viver as verdades que nos foram confiadas? Por que isso é tão importante?


Respostas sugestivas: 1. Procurando o bem e não o mal; estabelecendo a justiça; crescendo espiritualmente pelo conhecimento e prática da Palavra de Deus; apegando-se ao bem e à sabedoria. 2. “Ai dos que ao mal chamam bem [...]; que fazem da escuridade luz [...]; põem o amargo por doce [...]” 3. Se não praticamos a justiça, o som dos cânticos de louvor e dos instrumentos musicais não têm valor diante de Deus; misericórdia e conhecimento de Deus são mais importantes do que sacrifícios; arrependimento tem mais valor do que aparência de justiça. 4. Foi perseguido e acusado de conspiração. Jeremias, Zacarias (2Cr 24) e Elias também foram rejeitados, porque as pessoas não queriam ouvir a mensagem de Deus. 5. O Senhor deixaria de Se revelar ao povo, indicando Sua separação do povo rebelde. No futuro, o Espírito Santo será retirado dos pecadores impenitentes. 6. Saul não obteve resposta de Deus. O rompimento da comunicação com Deus destrói a prosperidade material; os que rejeitam a Deus, depois O procuram e não encontram; os profetas ficarão envergonhados. 7. O reinado do Messias sobre Israel e todas as nações que O aceitarem.




quinta-feira, 25 de abril de 2013

LIÇÃO 04 - SENHOR DAS NAÇÕES (AMÓS E OBADIAS)

Lição 4 - Senhor das nações
(Amós e Obadias)

 

SÁBADO

VERSO PARA MEMORIZAR:

“Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor Deus, quem não profetizará?” (Am 3:8).

Leituras da Semana:

Pensamento-chave: Atos de desumanidade são pecados contra Deus e por isso serão julgados.

Nas Escrituras, um leão geralmente descreve o rei do mundo animal. Sua aparência revela força e majestade irresistíveis, bem como ferocidade e poder destrutivo. O rugido do leão pode ser ouvido a vários quilômetros de distância. Amós, um pastor, foi enviado aos israelitas para adverti-los de que ele tinha ouvido um leão rugindo. Esse leão não era outro senão o Senhor! Movido pelo Espírito Santo, o profeta Amós comparou com o rugido de um leão a maneira divina de falar às nações e ao Seu povo especial (Am 1:2).

Amós foi chamado para profetizar às nações que cometiam crimes contra a humanidade. Ele também foi enviado a uma sociedade na qual um povo privilegiado e religioso vivia em paz e prosperidade. No entanto, esse mesmo povo oprimia os pobres e permitia negócios desonestos e suborno nos julgamentos. Nesta semana, ouviremos o que o Senhor tem a dizer sobre essas ações desprezíveis.

DOMINGO - Crimes contra a humanidade


1. Leia Amós 1 e 2. Por que o Senhor advertiu que haveria punição?

Os dois primeiros capítulos de Amós contêm sete profecias contra nações vizinhas, seguidas por uma profecia contra Israel. As nações estrangeiras não são julgadas por serem inimigas de Israel, mas por suas transgressões de princípios humanos universais. Duas coisas se destacam na condenação de Amós: a ausência de lealdade e a ausência de compaixão.

Por exemplo, Tiro era uma importante cidade mercantil localizada na costa do Mediterrâneo, ao norte de Israel. Por sua quase inexpugnável fortaleza em uma ilha, a cidade se vangloriava de sua segurança. Além disso, os líderes de Tiro firmavam tratados de paz com várias nações vizinhas, como a dos filisteus. A cidade se tornou aliada de Israel por um “tratado de fraternidade” durante os reinados de Davi e Salomão (1Rs 5:1, 12) e até mesmo do rei Acabe (1Rs 16:30, 31). Não é surpreendente ler em 1 Reis 9:13 que Hirão, rei de Tiro, chamou Salomão de “meu irmão” (NVI).

No entanto, o povo de Tiro havia transgredido a “aliança de irmãos”. Tiro não foi condenada por levar embora os cativos, mas por entregá-los aos inimigos de Israel, os edomitas. Assim, o povo de Tiro foi responsável pelas crueldades que esses prisioneiros sofreram nas mãos de seus inimigos. Da perspectiva de Deus, a pessoa que auxilia e apoia a prática de um crime é tão culpada quanto aquela que o comete.

Visto que Deus é soberano, Ele tem nas mãos o destino de todo o mundo. Tem objetivos e interesses que vão muito além das fronteiras de Israel. O Deus de Israel é o Senhor de todas as nações. Ele Se interessa por toda a história humana. Ele é o Deus criador, que dá vida a todos, e todos são responsáveis diante dEle.

Quem entre nós não fica indignado diante da injustiça? Se Deus não existisse, que esperança teríamos da aplicação da justiça? O que significa para você a promessa bíblica de que Deus trará justiça e juízo ao mundo? Como podemos aprender a nos apegarmos a essa promessa em meio a toda a injustiça que vemos?

SEGUNDA - Justiça para o oprimido


O juízo universal de Deus é um dos ensinamentos centrais de Amós. No início de seu livro, o profeta anunciou o juízo sobre várias nações vizinhas de Israel por causa de seus crimes contra a humanidade. Em seguida, Amós declarou ousadamente que Deus também julgaria Israel. A ira do Senhor foi dirigida não somente às nações, mas também ao povo que Ele havia escolhido. O povo de Judá havia rejeitado a Palavra do Senhor e não tinha observado Suas instruções.

Ao mesmo tempo, Amós lidou com Israel muito mais amplamente do que até mesmo com Judá, porque Israel havia quebrado a aliança de Deus e cometido muitos pecados. A prosperidade econômica de Israel e a estabilidade política o levaram à decadência espiritual que se manifestou na injustiça social. Em Israel, os ricos exploravam os pobres e os poderosos exploravam os fracos. Os ricos se preocupavam apenas consigo mesmos e com seu ganho pessoal, mesmo com prejuí­zo e sofrimento dos pobres (depois de alguns milhares de anos, muita coisa não mudou, não é verdade?).

Em sua pregação, Amós ensinou que existe um Deus vivo que Se preocupa com nossa maneira de tratar o semelhante. Mais do que uma ideia ou norma, a justiça é uma preocupação divina. O profeta alertou que as casas de pedra de Israel, os móveis de marfim, os alimentos e bebidas de alta qualidade e as melhores loções para o corpo, tudo seria destruído.

2. Leia Isaías 58. Que aspectos da verdade presente são incluídos nesse capítulo? Em que sentido nossa mensagem ao mundo é muito mais do que isso?

A Bíblia ensina claramente que a justiça social deve ser o resultado natural do evangelho. À medida que o Espírito Santo nos torna mais parecidos com Jesus, aprendemos a compartilhar as preocupações de Deus. Os livros de Moisés enfatizam que os estrangeiros, as viúvas e os órfãos devem ser tratados com justiça (Êx 22:21-24). Os profetas falam da preocupação divina a respeito do tratamento justo e compassivo para com as pessoas menos privilegiadas (Is 58:6, 7). O salmista chama o Deus que vive em Sua santa morada o “pai dos órfãos e juiz das viúvas” (Sl 68:5). Cristo mostrou grande preocupação por pessoas rejeitadas pela sociedade (Mc 7:24-30; Jo 4:7-26). Tiago, irmão do Senhor, nos exorta a colocar a fé em ação e ajudar os necessitados (Tg 2:14-26). Ninguém pode fazer menos do que isso e realmente ser um seguidor de Cristo.


TERÇA - O perigo dos privilégios


A mensagem profética de Amós não foi planejada apenas para a situação histórica de Israel, mas para ampliar o alcance da mensagem para além de Israel e Judá. No Antigo Testamento, Israel tinha diante de Deus privilégios únicos, mas não exclusivos.
Leia Amós 3:1, 2. O verbo hebraico yada, “saber”, usado no verso 2, tem um sentido especial de intimidade. Em Jeremias 1:5, por exemplo, Deus disse que conheceu o profeta e o separou antes mesmo de seu nascimento. Tal foi o caso dos israelitas. Eles não eram apenas mais uma nação entre as nações. Ao contrário, Deus os separou para um santo propósito. Eles estavam em um relacionamento especial com Ele.

Deus escolheu Israel e o tirou da escravidão. A saída do Egito foi o evento mais importante no início da história de Israel como nação. Ele preparou o cenário para os atos divinos de redenção e para a conquista da terra de Canaã. Mas a força e prosperidade de Israel o levaram ao orgulho e complacência em relação à sua condição privilegiada como povo escolhido do Senhor.

3. Cristo declarou que se utilizarmos mal nossos grandes privilégios receberemos grandes penalidades. O que significa esse princípio? Lc 12:47, 48


Sob inspiração divina, o profeta advertiu os israelitas. Visto que o povo de Israel era o eleito do Senhor, ele seria especialmente responsabilizado por suas ações. O Senhor estava dizendo que o relacionamento único de Israel com Deus trazia obrigações e haveria punição se essas obrigações não fossem cumpridas. Em outras palavras, Israel, como povo escolhido de Deus, era ainda mais suscetível aos Seus juízos, porque privilégio implica em responsabilidade. A eleição de Israel não foi apenas ao status privilegiado. O povo foi chamado a ser testemunha para o mundo sobre o Senhor que tanto o havia abençoado.

“As igrejas professas de Cristo nesta geração desfrutam dos mais altos privilégios. O Senhor Se tem revelado a nós numa luz sempre crescente. Nossos privilégios são muito maiores que os do antigo povo de Deus” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 317).


Pense nos nossos privilégios como adventistas do sétimo dia. Por que as responsabilidades que vêm com esses privilégios devem nos fazer tremer? Será que nós simplesmente nos acomodamos, como aconteceu com Israel? Temos nos tornado complacentes por causa das bênçãos que recebemos? Como podemos mudar?

QUARTA - O encontro de Israel com Deus


“Prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus” (Am 4:12).

O capítulo 4 de Amós começa com a descrição dos pecados de Israel e termina com o anúncio do dia do acerto de contas. Deus faz Seu povo especialmente responsável por sua maneira de viver e tratar os outros.

Amós listou uma série de desastres naturais, dos quais qualquer um devia ter sido suficiente para converter a nação ao Senhor. A lista é composta por sete desastres, a medida completa das punições pela quebra da aliança de Deus (de acordo com as palavras de Moisés em Levítico 26). Alguns desses desastres lembram as pragas que Deus enviou sobre o Egito, enquanto a descrição da última calamidade menciona explicitamente a total destruição de Sodoma e Gomorra.

4. De acordo com a oração de Salomão na dedicação do templo, o que os desastres normalmente deviam levar as pessoas a fazer? 1Rs 8:37-40

O povo de Israel não mais se comportava como pessoas normais, e Deus achou impossível obter sua atenção. Além disso, os juízos de Deus resultaram no endurecimento do coração das pessoas. Visto que os israelitas não voltaram ao Senhor, Amós lhes apresentou uma última chance de arrependimento.

O juízo final era iminente, porém Amós não especificou o que seria. A assustadora incerteza nas palavras de Amós torna a ameaça de juízo ainda mais assustadora. Israel havia falhado em buscar a Deus, por isso Ele saiu ao encontro de Israel. Se a punição tinha falhado, um encontro com Deus poderia salvar?

Amós 4:12 começa com as palavras “assim te farei”, que ecoam a fórmula tradicional de juramento. Essa declaração solene exige uma resposta de Israel em se preparar para encontrar seu Deus, como havia acontecido antes da aparição dEle no Sinai (Êx 19:11, 15).

Leia atentamente Amós 4:12, 13. Se, de repente, você ouvisse a advertência “Prepare-se para encontrar-se com o seu Deus, ó [acresecente o seu nome]”, qual seria a sua resposta? Qual é a sua única esperança? Leia Rm 3:19-28.

 QUINTA - Orgulho que leva à queda


5. Leia o livro de Obadias. Que importantes verdades morais e espirituais podemos tirar dele?

Obadias é o menor livro do Antigo Testamento, e relata a visão profética do juízo de Deus sobre a terra de Edom. A mensagem do livro focaliza três questões: a arrogância de Edom (v. 1-4), a futura humilhação de Edom (v. 5-9), e a violência de Edom contra Judá (v. 10-14).

Os edomitas eram descendentes de Esaú, irmão de Jacó. A hostilidade entre os israelitas e os edomitas remonta à briga de família entre os irmãos gêmeos, que mais tarde se tornaram os pais das duas nações. No entanto, de acordo com Gênesis 33, os dois irmãos posteriormente se reconciliaram. Assim, Deus ordenou aos israelitas: “Não aborrecerás o edomita, pois é teu irmão” (Dt 23:7).

Apesar disso, as hostilidades entre as duas nações continuaram por séculos. Quando Babilônia destruiu Jerusalém e levou seus cidadãos para o cativeiro, os edomitas não somente se alegraram, mas até mesmo atacavam os israelitas que fugiam e também ajudaram a saquear Jerusalém (Sl 137:7). Por essa razão, o profeta Obadias advertiu que Edom seria julgado por seu próprio padrão: “Como tu fizeste, assim se fará contigo” (Ob 15). Os edomitas não se comportaram como irmãos para com o povo de Judá em sua hora mais difícil, mas, em vez disso, se uniram às forças inimigas (Lm 4:21, 22).

A região ocupada por Edom está localizada a sudeste do Mar Morto. É uma terra montanhosa cheia de elevados cumes de montanhas, penhascos, cavernas e fendas em que os exércitos podiam se esconder. Havia cidades edomitas localizadas nesses locais quase inacessíveis. Sela (também conhecida como Petra) era a capital de Edom. A nação desenvolveu uma confiança arrogante resumida na pergunta: “Quem me deitará por terra?” (Ob 3).

Deus responsabiliza os que se aproveitam dos outros em seus momentos de angústia. Obadias advertiu o orgulhoso povo de Edom de que Deus traria humilhação sobre sua cabeça. Não há lugar para fugir do Senhor (Am 9:2, 3). O futuro dia do Senhor traria tanto o juízo quanto a salvação. Edom beberia o cálice da ira divina, enquanto a situação do povo de Deus seria restaurada.


 SEXTA - Estudo adicional

Leia as citações abaixo. De que maneira elas nos ajudam a compreender mais claramente as mensagens de Amós 1–4 e de Obadias?

Desde os primórdios da religião israelita, a crença de que Deus tinha escolhido esse povo específico para cumprir uma missão tem sido tanto um fundamento da fé hebraica quanto um refúgio em momentos de aflição. No entanto, os profetas sentiram que, para muitos de seus contemporâneos, esse fundamento era uma pedra de tropeço, e esse refúgio, uma fuga. Eles tinham que lembrar às pessoas que a eleição não devia ser confundida com favoritismo divino ou imunidade ao castigo, mas, ao contrário, significava que elas estavam mais seriamente expostas ao juízo e castigo divinos. [...]

“A eleição significava que Deus estava exclusivamente preocupado com Israel? O Êxodo do Egito implica que Deus estava envolvido apenas com a história de Israel e totalmente alheio ao destino das outras nações?” (Abraham J. Heschel, Os Profetas, p. 32, 33).

“Com as defesas do coração destruídas, os enganados adoradores não tinham nenhuma barreira contra o pecado e se renderam às más paixões do coração humano. […]” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 282).



Perguntas para reflexão

1. É fácil ser simpático com alguém que tenha algo para lhe oferecer. E quanto àqueles que estão em dificuldades, nada têm a oferecer e necessitam de sua ajuda? Que tipo de atitude você demonstra com relação a eles?
2. Pense nas coisas que recebemos como adventistas do sétimo dia. A maioria dos cristãos não tem ideia das bênçãos do sábado (muito menos de sua importância no tempo do fim). A maioria acha que os mortos vão imediatamente para o Céu ou para os tormentos do inferno. Muitos não acreditam na ressurreição física de Jesus, nem acreditam em uma segunda vinda literal de Cristo. Que outras grandes verdades recebemos e que a maioria das pessoas não conhece? Qual é nossa responsabilidade em relação a elas??


Respostas sugestivas: 1. Porque as nações oprimiam e destruíam outros povos e não se lembravam da aliança de irmãos. A ganância os levava à violência; desprezaram a lei de Deus. 2. Justiça social como evidência da verdadeira devoção ao Senhor, na forma de jejum e oração; a observância do sábado como expressão de gratidão ao Senhor e de amor ao próximo; harmonia com os fundamentos eternos da Palavra de Deus. Mas a mensagem do evangelho vai além da preocupação com uma vida mais justa no contexto do pecado. Devemos enfatizar a promessa da volta de Cristo. 3. Quanto maiores forem nossas oportunidades e privilégios, maiores serão nossas responsabilidades diante de Deus. 4. Orar a Deus fervorosamente, em busca de perdão e restauração. 5. Os que se exaltam contra o Senhor serão humilhados; os aliados no mal se tornam inimigos; colhemos o que plantamos; no dia do Senhor, as pessoas receberão a recompensa de acordo com suas obras; haverá libertação para o povo de Deus; por fim, o Senhor reinará.


domingo, 14 de abril de 2013

LIÇÃO 3 - UM DEUS SANTO E JUSTO

Lição 3 - Um Deus santo e justo (Joel)

13 a 20 de abril






Sábado à tarde

Ano Bíblico: 1Rs 7, 8



VERSO PARA MEMORIZAR:

“O Senhor levanta a voz diante do Seu exército; porque muitíssimo grande é o Seu arraial; porque é poderoso quem executa as Suas ordens; sim, grande é o dia do Senhor e mui terrível! Quem o poderá suportar?” (Jl 2:11).



Leituras da Semana:

Pensamento-chave: Deus permite as crises para que Seu povo sinta dependência dEle e necessidade de reavivamento e reforma espirituais.

Na grande praga de gafanhotos e na severa seca que estava devastando o reino de Judá no sul, o profeta Joel, contemporâneo de Amós e Oseias, via o sinal de um “grande e terrível dia” de juízo (Jl 2:31). Confrontado com uma crise de tal intensidade e proporção, ele convidou todo o povo de Judá a abandonar o pecado e voltar-se para Deus. Ele descreveu os gafanhotos como exército do Senhor e viu na vinda desse exército o castigo divino sobre o Israel infiel.

Joel profetizou que as pragas de gafanhotos se tornariam insignificantes em comparação com os futuros juízos divinos. Mas esse mesmo juízo traria bênçãos sem paralelo para os fiéis ao Senhor, que obedecessem aos Seus ensinamentos. Portanto, apesar da sua severidade, o juízo podia conduzir à salvação e redenção daqueles cujo coração estivesse aberto à orientação do Senhor.

Ore por todos que receberão o livro “A Grande Esperança” ou o DVD “A Última Esperança” no dia 20 de abril.
 







Domingo

Ano Bíblico: 1Rs 9, 10



Desastre nacional


1. Leia Joel 1:1-12. O que estava acontecendo com a terra de Judá?

O profeta, que vivia em uma sociedade agrícola, exorta os agricultores a ficar angustiados diante da perda dos cereais e da colheita de frutos. A destruição ecológica poderia enfraquecer a economia do país por muitos anos. Além da perda dos alimentos, sombra e madeira, existia o risco de erosão do solo. Algumas árvores frutíferas na Palestina levam vinte anos para crescer e se tornarem produtivas. Na verdade, a devastação agrícola e o desmatamento eram táticas típicas de exércitos invasores que buscavam punir os povos conquistados, tornando-lhes impossível qualquer perspectiva de recuperação a curto prazo.

2. Leia Deuteronômio 28:38. Como esse texto nos ajuda a entender o que estava acontecendo com Judá?


Joel usou quatro termos diferentes para mencionar gafanhotos (Jl 1:4), a fim de expressar a intensidade e totalidade da praga. A seca tornou ainda maior a destruição causada pelos gafanhotos. Todas as colheitas esperadas haviam secado e os agricultores se desesperaram porque não tinham nada para comer nem vender. Eles não tinham sequer sementes para plantar novamente. Uma calamidade dessa proporção jamais havia sido vista entre seus antepassados e devia ser contada às futuras gerações. O fato de que um desastre semelhante nunca houvesse acontecido antes aumenta a importância da situação.

O profeta anunciou também a destruição dos principais alimentos da terra de Israel, como uvas, cereais e óleo (Dt 14:23; 18:4). Trigo e cevada eram os grãos mais importantes na Palestina. Na Bíblia, videiras e figueiras simbolizam vida pacífica com abundância das bênçãos de Deus na Terra Prometida (1Rs 4:25; Mq 4:4, Zc 3:10). A encantadora imagem da paz e prosperidade é poder sentar-se sob a própria videira ou figueira. Tudo isso estava ameaçado pelo juízo divino que ocorreria por causa dos pecados de Israel.

A época de colheita era um tempo de alegria (Sl 4:7, Is 9:3). Embora a terra em Israel fosse um presente do Senhor, ela ainda pertencia a Deus. Israel devia ser um mordomo fiel da terra. Acima de tudo, as pessoas deviam adorar e obedecer a Deus porque Ele era Aquele que lhes tinha dado a terra.


Hoje é o dia de você contar ao seu(sua) amigo(a) que está orando por ele(a). Prepare-se para o Impacto Esperança!





Segunda

Ano Bíblico: 1Rs 11, 12



Toque a trombeta!


Quando ocorrem catástrofes naturais, elas provocam muitas perguntas, como: “Por que Deus permitiu que isso acontecesse?”, “Por que algumas pessoas vivem, enquanto outras morrem?”, “Podemos aprender uma lição com essa experiência?”. Joel não tinha dúvida de que a praga dos gafanhotos podia levar a um conhecimento mais profundo do plano universal de Deus. Sob inspiração divina, o profeta relacionou no capítulo primeiro a crise nacional com a situação espiritual na terra. Os gafanhotos não haviam deixado nada que pudesse ser oferecido como sacrifício ao Senhor. A oferta de cereais e a oferta de libação faziam parte da oferta diária no templo, de acordo com as instruções registradas em Êxodo 29:40 e Números 28:5-8. A interrupção dos sacrifícios foi severa, mas deve ter servido como advertência para as pessoas quanto à sua grave condição. A perda da oportunidade até mesmo de oferecer sacrifícios simbolizava o rompimento da aliança entre Deus e Israel. Mas, ao contrário de muitos outros profetas, Joel não gastou muito tempo analisando as faltas do povo. Ele estava muito mais interessado em enfatizar a cura prescrita pelo divino Médico de Israel.

3. Leia Joel 1:13-20. O que Joel disse ao povo? Embora as circunstâncias fossem únicas, de que forma esse apelo é visto em toda a Bíblia?

O profeta exortou os líderes espirituais a proclamar um dia nacional de oração e jejum para que as pessoas examinassem profundamente o coração, renunciassem seus pecados e voltassem para Deus. Assim, elas sairiam dessa experiência com renovada confiança no amor e justiça de Deus. No fim, esse desastre podia levar os fiéis a um relacionamento mais profundo com seu Senhor.

Ao longo da Bíblia, Deus é descrito como o Senhor da natureza. Aquele que a criou, sustenta e também a usa para Seus propósitos divinos. Nesse desastre natural, em vez de rasgar as vestes, o profeta Joel disse que as pessoas deviam rasgar o coração e abri-lo para a graça e compaixão de Deus.


Desastres podem nos alcançar de muitas formas. Quando isso acontece, independentemente da nossa compreensão deles e de suas causas, a quais promessas bíblicas podemos nos apegar em busca de esperança e força? Que promessas são especialmente significativas para você?

Leia o livro “A Grande Esperança” antes de entregá-lo a alguém.






Terça

Ano Bíblico: 1Rs 13, 14



O dom do Espírito de Deus


4. Leia Joel 2:28, 29 e Atos 2:1-21. Como Pedro interpretou essa profecia de Joel?

No dia de Pentecostes, o apóstolo Pedro anunciou que o Senhor havia cumprido Sua promessa, dada por intermédio de Joel, sobre o derramamento do Espírito Santo. Acompanhando o derramamento do Espírito, e como sinal visível da intervenção sobrenatural de Deus na história da humanidade, Deus fará com que fenômenos extraordinários sejam vistos na natureza, na Terra e no céu.

“Em imediata relação com as cenas do grande dia de Deus, o Senhor, por meio do profeta Joel, prometeu uma manifestação especial de Seu Espírito (Jl 2:28). Essa profecia recebeu cumprimento parcial no derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Mas atingirá seu pleno cumprimento na manifestação da graça divina que acompanhará a obra final do Evangelho” (Ellen G. White, O Grande Conflito, edição de 1988, p. 11).

No contexto imediato de Joel, o arrependimento seria seguido por um grande derramamento do Espírito de Deus. Isso traria uma maravilhosa renovação. Em vez de destruição, se seguiria a dádiva das bênçãos divinas. O Senhor reafirma a Seu povo que Sua criação será restaurada e a nação será libertada dos opressores.

O Espírito é derramado sobre o povo de Deus, assim como o óleo da unção era derramado sobre a cabeça dos que eram eleitos por Deus para um ministério especial. O Espírito é também um dom concedido aos que O recebem para que eles façam uma obra específica para Deus (Êx 31:2-5; Jz 6:34). Só que desta vez a manifestação do Espírito assumirá proporções amplas. Nesse grande ponto da História, a salvação estará disponível a todos que buscarem a Deus. O Espírito de Deus cairá sobre todos os fiéis, independentemente de idade, gênero ou condição social, em cumprimento do desejo de Moisés no sentido de que todos os filhos de Deus se tornassem profetas e de que o Senhor colocasse Seu Espírito sobre eles (Nm 11:29).

O que você pode fazer para se tornar mais receptivo ao derramamento do Espírito Santo?

Assista ao DVD “A Última Esperança”. Ele o motivará para a distribuição que será feita no sábado.







Quarta

Ano Bíblico: 1Rs 15, 16




Proclamando o nome de Deus


“O Sol se converterá em trevas, e a Lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo; porque, no monte Sião e em Jerusalém, estarão os que forem salvos, como o Senhor prometeu; e, entre os sobreviventes, aqueles que o Senhor chamar” (Jl 2:31, 32).

O escurecimento do Sol e a transformação da Lua em sangue não devem ser compreendidos como desastres naturais, mas como sinais sobrenaturais do iminente dia do Senhor. Nos tempos bíblicos, muitas nações pagãs adoravam corpos celestes como deuses, algo que, de acordo com Moisés, os israelitas nunca deviam fazer (Dt 4:19). Nesse sentido, a profecia de Joel predisse que os ídolos das nações começariam a desaparecer quando o Senhor viesse em juízo. Joel 3:15 acrescenta que até mesmo o exército celeste perderia seu poder e não mais daria sua luz, porque a presença da glória do Senhor ofuscaria tudo.

5. Embora a aparência de Cristo aterrorize os impenitentes, como os justos receberão o Senhor? Qual é a diferença crucial? Is 25:9; Jl 2:32; At 2:21; Rm 10:13

Nas Escrituras, a expressão “invocar o nome do Senhor” não significa apenas alguém dizer que é seguidor do Senhor e reivindicar Suas promessas. Pode significar também proclamar o nome de Deus, isto é, ser uma testemunha para as outras pessoas sobre o Senhor e o que Ele tem feito pelo mundo. Abraão edificava altares e proclamava o nome de Deus na terra de Canaã (Gn 12:8). A Moisés no Monte Sinai, Deus proclamou Sua bondade e graça (Êx 33:19; 34:5). O salmista convida os fiéis a dar graças a Deus e invocar Seu nome, tornando conhecido entre as nações o que Ele tem feito (Sl 105:1). As mesmas palavras são encontradas em um cântico de salvação composto pelo profeta Isaías (Is 12:4).

Assim, proclamar o nome do Senhor significa ser mensageiro das boas-novas de que Deus ainda governa o mundo e também chamar os povos para que vejam todas as coisas no contexto das ações de Deus e Seu caráter. Significa também contar a todos sobre o generoso dom divino da salvação oferecida a todo ser humano.


O que significa para você “invocar o nome do Senhor”? Como você faz isso, e o que acontece quando você faz?

Lembre-se: Hoje é dia de perseverar em oração! Deus está impressionando a mente das pessoas que serão visitadas.






Quinta

Ano Bíblico: 1Rs 17–19


 

Refúgio em tempos de provas (Joel 3)


Profetas bíblicos comparam o futuro julgamento divino ao rugido de um leão, um som que faz com que todos tremam (Jl 3:16; Am 1:2; 3:8). Na Bíblia, Sião indica o local do trono terrestre de Deus em Jerusalém. A partir desse lugar, Deus castigará o inimigo, mas ao mesmo tempo defenderá Seu povo que, pacientemente, espera Sua vitória. Eles participarão de Seu triunfo quando Ele renovar a criação.

Para algumas pessoas, as descrições bíblicas do juízo final de Deus são difíceis de compreender. É bom ter em mente que o mal e o pecado são muito reais, e eles exercem grande força na tentativa de se opor a Deus e destruir toda forma de vida. Deus é um inimigo do mal. É por isso que as palavras de Joel nos convidam a examinar nossa vida a fim de ter certeza de que estamos do lado de Deus, para que sejamos protegidos no dia do juízo.

6. Leia Mateus 10:28-31. Como esses versos nos ajudam a entender, mesmo durante tempos de calamidade, o que Jesus nos oferece?

O Senhor sustenta os que perseveram na fé. Ele pode devastar a Terra (Jl 3:1-15). No entanto, Seus filhos não devem temer Seus atos soberanos de juízo porque Ele prometeu protegê-los (v. 16). Ele lhes deu Sua palavra de certeza. Seus atos soberanos e bondosos demonstram que Ele é o fiel Deus da aliança, que jamais permitirá que o justo seja novamente envergonhado
(Jl 2:27).

O livro de Joel termina com a visão de um mundo transformado, em que um rio flui no meio da Nova Jerusalém e a própria presença do Deus eterno entre um povo perdoado (Jl 3:18-21).

Essa mensagem profética nos desafia a andar no Espírito, a prosseguir a vida cristã de todo o coração e alcançar os que ainda não invocam o nome de Cristo. Ao fazermos isso, reivindicamos a promessa divina da presença permanente de Cristo, por meio do Espírito Santo que habita no coração de Seu povo fiel.

“Precisamos conhecer nossa verdadeira condição, do contrário não sentiremos nossa carência do auxílio de Cristo. Necessitamos compreender nosso perigo, do contrário não correremos para o refúgio. Precisamos sentir a dor de nossas feridas, ou não desejaremos cura” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 158).


Qual é a sua “verdadeira condição”? Que dores você está sentindo? Você experimentou o “refúgio” prometido em Cristo?

Está chegando o dia! No próximo sábado sairemos às ruas para levar esperança. Envolva-se!






Sexta

Ano Bíblico: 1Rs 20, 21



Estudo adicional


O nome do profeta, Joel, era comum nos tempos bíblicos, e significa “O Senhor é Deus”. Esse nome é apropriado ao tema geral do livro: Somente Deus é totalmente santo e justo, e Sua obra é soberana na Terra. A história de Seu povo e das outras nações está em Suas mãos. O mesmo vale para a vida de cada ser humano.

“As tremendas questões da eternidade demandam de nossa parte algo mais que uma religião de pensamento, de palavras e formas, na qual a verdade é mantida no recinto exterior da existência. Deus pede um reavivamento e uma reforma. As palavras da Bíblia, e a Bíblia somente, deviam ser ouvidas do púlpito. Mas a Bíblia tem sido roubada em seu poder, e o resultado é visto no rebaixamento do vigor da vida espiritual. Em muitos sermões de hoje não existe aquela divina manifestação que desperta a consciência e leva vida ao coração. Os ouvintes não podem dizer: “Porventura, não nos ardia o coração, quando Ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras? (Lc 24:32). Há muitos que estão clamando pelo Deus vivo, ansiando pela divina presença. Permitam que a Palavra de Deus lhes fale ao coração. Deixem que os que têm ouvido apenas sobre tradição, teorias e máximas humanas ouçam a voz dAquele que pode renovar o coração para a vida eterna” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 626).


Perguntas para reflexão

1. Por que a mensagem de Joel é especialmente importante para nós no fim do tempo, quando nos esperam eventos sérios e preocupantes?
2. Com base no livro de Joel, responda à seguinte pergunta: Até que ponto a mensagem de Joel, se aplica à sua geração e até que ponto tinha aplicação futura?
3. Joel descreveu vários tipos de bênçãos divinas derramadas sobre o povo de Deus. Será que sua profecia faz distinção entre bênçãos materiais e espirituais? De que maneira?
4. Como nossa visão do grande conflito nos ajuda a compreender as terríveis provações e calamidades que o mundo enfrenta?
5. O que significa uma “religião do pensamento”? (veja citação acima) Como podemos saber se nossa religião é verdadeira ou apenas de pensamento?


Respostas sugestivas: 1. A terra estava sendo arruinada pela invasão de gafanhotos, pelas nações inimigas e pela crise na produção agrícola. Essa crise devia despertar o povo de sua embriaguez espiritual. 2. O povo estava sofrendo o castigo pela desobediência aos termos da aliança com Deus. 3. Os líderes e o povo deviam se humilhar e clamar a Deus diante daquela grande crise espiritual e econômica. Sempre que as pessoas sofriam por causa de seus pecados, Deus as chamava ao arrependimento e à renovação da aliança com Ele. 4. Pedro viu o cumprimento da profecia de Joel no derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes, quando os apóstolos falaram em línguas, profetizaram e milhares de pessoas se converteram. 5. Com alegria e emoção, porque foram chamados por Cristo, eles invocaram Seu nome e se tornaram servos do Senhor. A diferença estará na salvação dos justos pela Sua graça. 6. Ele nos oferece segurança. Não precisamos temer o homem. Deus ama Seus servos e cuida deles.

Amanhã será o dia do Impacto Esperança. Participe desse momento. Você foi chamado por Deus!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

LIÇÃO 02 - AMOR E JULGAMENTO - O DILEMA DE DEUS

Lição 2 - Amor e julgamento:
o dilema de Deus (Oseias)

6 a 13 de abril

6 a 13 de abril





Sábado à tarde

Ano Bíblico: 2Sm 15–17



VERSO PARA MEMORIZAR:“Converte-te a teu Deus, guarda o amor e o juízo e no teu Deus espera sempre” (Os 12:6).

Leituras da Semana: Pensamento-chave: Oseias revela mais do amor de Deus por Seu povo rebelde.

Normalmente, os autores bíblicos usam metáforas para falar do relacionamento de amor entre Deus e Seu povo. A metáfora transmite algo profundo sobre um assunto menos conhecido utilizando algo conhecido ou familiar.

As duas metáforas bíblicas mais utilizadas sobre o relacionamento de Deus com Seu povo são as figuras de marido e mulher e pais e filhos. Na semana passada, consideramos a metáfora do marido e mulher. Nesta semana, examinaremos mais algumas metáforas de Oseias, a mais importante das quais é, de fato, a figura de pai e filho.

Oseias usou metáforas pelas mesmas razões pelas quais Jesus ensinou em parábolas: em primeiro lugar, para explicar as verdades sobre Deus por meio das coisas familiares da vida. Em segundo lugar, para gravar na mente das pessoas importantes princípios espirituais que poderiam ser aplicados na vida diária.
 






Domingo

Ano Bíblico: 2Sm 18, 19



Enganado e insensato


“Efraim é como uma pomba facilmente enganada e sem entendimento; ora apela para o Egito, ora volta-se para a Assíria. Quando se forem, atirarei sobre eles a Minha rede; Eu os farei descer como as aves dos céus. Quando os ouvir em sua reunião, Eu os apanharei” (Os 7:11, 12, NVI).

1. Leia o contexto desses versos. Que advertência há neles? Que princípio podemos tirar desses versos para nossa vida?

Efraim era o filho mais novo de José. Jacó concedeu a ele uma bênção maior do que a de seu irmão Manassés. Visto que Efraim era o nome da principal tribo do reino do norte de Israel, o nome é aplicado a todo o reino, assim como o nome de Judá foi aplicado ao reino do sul. Nos versos acima, Israel é comparado a uma pomba sem entendimento (compare com Jr 5:21), o que a torna presa fácil para a rede do caçador. Nesse contexto, sua dependência da ajuda de outras nações era um ato de rebelião contra Deus.

Por quê? Porque uma aliança com o poderoso Império Assírio ou com o ambicioso Egito exigiria que Israel reconhecesse a supremacia dos deuses adorados por essas duas superpotências (leia também Is 52:4; Lm 5:1-6). Recorrer a elas significaria, necessariamente, afastar-se do Senhor. O que eles precisavam fazer era voltar para o Senhor, arrepender-se, obedecer aos Seus mandamentos e abandonar os falsos deuses. Essa era sua única esperança, não alianças políticas com os pagãos.

“A posição da Palestina a expunha à invasão desses dois antigos impérios. [...]

O prêmio muito cobiçado pelo qual esses poderosos impérios lutavam era a estrada que ligava as ricas bacias hidrográficas do Nilo e do Eufrates. Os reinos de Israel e Judá foram envolvidos nesse conflito internacional e espremido entre os dois rivais. Em desespero, sem confiança espiritual em seu Deus, Israel tolamente apelou primeiramente a um e depois ao outro em busca do apoio que só poderia se transformar em uma armadilha para seu próprio bem-estar nacional” (Ellen G. White, The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 4, p. 908, edição em inglês).

É muito fácil procurar ajuda humana para nossos problemas, em vez de buscar o Senhor, não é? O Senhor pode usar instrumentos humanos em resposta às nossas orações. Como podemos ter certeza de que, em situações de desespero e em necessidade de ajuda, não cometemos o mesmo erro de Israel? Como podemos usar a ajuda humana sem, necessariamente, nos afastarmos do Senhor?





Segunda

Ano Bíblico: 2Sm 20, 21



Bezerra domada


2. Qual foi a mensagem do Senhor ao Seu povo em Oseias 10:11-13? Como podemos entender a frase “até que Ele venha, e chova a justiça sobre vós”?

Em Oseias 10, Efraim, o filho de Deus, é comparado a uma novilha domada que gostava de trilhar o grão porque ela poderia comer enquanto trilhasse. Assim, em vez de ser produtiva, a existência de Israel havia se tornado egocêntrica. Quando Deus colocasse o jugo sobre Israel para que a nação trabalhasse em campo aberto, justiça e bondade cresceriam.

Nos tempos bíblicos, o jugo era um instrumento de serviço. Animais de carga, novos, eram treinados para ser dóceis, trabalhando primeiramente na eira (Jr 50:11). Enquanto sob o jugo, eles simplesmente pisavam o cereal com os pés. Na fase seguinte, eles puxavam um trilho sobre o cereal (2Sm 24:22). Esse tipo de trabalho os preparava para a tarefa mais disciplinada de arar um campo (1Rs 19:19; Jr 4:3). Deus tinha um plano semelhante ao treinar Israel. Ele colocaria um jugo sobre o belo pescoço de Efraim para fazê-lo trabalhar duro, abrindo e lavrando o solo.

Em Oseias 10:12, o profeta apresentou o que o Senhor desejava que Israel fosse por meio da obediência à Sua palavra. Justiça e constante amor foram as dádivas prometidas por Deus à Sua esposa, quando a aliança fosse renovada (Os 2:19). Se as pessoas semeassem justiça, colheriam bondade. Unicamente procurando o Senhor e Sua vontade, Israel poderia ser livre da futura punição. A porta da misericórdia ainda está aberta para possível arrependimento por parte do povo escolhido de Deus.

A advertência para semear justiça diz respeito ao relacionamento entre as pessoas. Buscar a Deus diz respeito ao relacionamento entre Ele e Seu povo. Abrir o solo representa reforma e renovação nos aspectos espiritual e social. O Senhor e Seu povo trabalhariam juntos em um relacionamento mútuo para trazer novamente bênçãos à terra. Os resultados seriam um florescimento glorioso que se espalharia por todos os lugares (Os 14:5-7).

Leia o convite de Cristo para que tomemos sobre nós o Seu jugo (Mt 11:28-30). Aprender com Cristo a ser “manso e humilde de coração” pode nos ajudar a encontrar “descanso para a [nossa] alma”?





Terça

Ano Bíblico: 2Sm 22–24



Um filho aprendendo a andar


“Quando Israel era menino, Eu o amei; e do Egito chamei o Meu filho. [...] Eu ensinei a andar a Efraim; tomei-os nos Meus braços, mas não atinaram que Eu os curava” (Os 11:1, 3).

Nesses versos, Oseias estava dizendo que a atitude do Senhor é como o terno cuidado de alguém que acabou de se tornar pai. Assim como um pai, com carinho e paciência, ensina o filho a andar, tomando-o pela mão para evitar uma queda, também o Senhor havia cuidado de Israel desde o começo. O Deus amoroso e perdoador é o centro da mensagem de Oseias. Mesmo quando aplica disciplina, Ele é profundamente compassivo. Sua ira pode ser aterrorizante, mas Sua misericórdia está além da compreensão.

3. Leia Deuteronômio 8:5, Provérbios 13:24, Hebreus 12:6 e Apocalipse 3:19. Qual é o ponto comum desses textos? Que conforto encontramos neles?

Por meio de Moisés, Deus informou ao rei egípcio que Israel era Seu filho especial (Êx 4:22, 23). Embora todas as nações da Terra, incluindo o Egito, fossem filhos e filhas de Deus, a nação hebraica foi escolhida para ser o filho primogênito de Deus com privilégios especiais. Mas com esses privilégios vieram responsabilidades. No deserto o Senhor carregou Seu povo da mesma forma que “um pai carrega seu filho” (Dt 1:31, NVI). Às vezes Ele disciplinou o povo como “um homem disciplina a seu filho” (Dt 8:5).

“Todos os que neste mundo prestam verdadeiro serviço a Deus ou ao homem, recebem um preparo na escola das aflições. Quanto mais pesado for o encargo e mais elevado o serviço, maior será a prova e mais severa a disciplina” (Ellen G. White, Educação, p. 151).

Sem dúvida, qualquer pai que ama seus filhos irá discipliná-los, e sempre para o bem deles. Se seres humanos imperfeitos e caídos agem assim, quanto mais podemos confiar no amor de Deus por nós, mesmo nos momentos de provação?

Para muitos de nós, a questão não é confiar na disciplina divina. Ao contrário, a luta é para saber interpretar as provas que surgem em nosso caminho. Como sabemos se o que está acontecendo é, de fato, uma lição divina na “escola da aflição”?






Quarta

Ano Bíblico: 1Rs 1, 2




Compaixão mais forte do que a ira


“Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como a Admá? Como fazer-te um Zeboim? Meu coração está comovido dentro de Mim, as Minhas compaixões, à uma, se acendem. Não executarei o furor da Minha ira; não tornarei para destruir a Efraim, porque Eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; não voltarei em ira” (Os 11:8, 9).

Essa passagem serve como uma janela para o coração de Deus: Entregaria Ele Seu filho rebelde para ser apedrejado até a morte, como era exigido pela lei (Dt 21:18-21; Gn 19:17-23)? Oseias apresenta uma visão maravilhosa tanto do sofrimento de Deus por causa do pecado humano quanto de Seu desejo de nos salvar.

Embora o pecaminoso Israel merecesse a destruição total, o Senhor, em Sua misericórdia duradoura, continuou a amar Seu povo, enquanto lutava para levá­-lo ao arrependimento.

No tempo de Abraão havia cinco cidades situadas no vale do Jordão, a sudeste do Mar Morto (Gn 14:8). Conhecidas como “as cidades da planície”, elas eram Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Zoar. Dessas, apenas Zoar não foi destruída. Os nomes das outras quatro se tornaram conhecidos por sua destruição total, causada por seus maus caminhos e falta de vontade de se arrependerem (Dt 29:23). Foi a algumas dessas cidades que Oseias se referiu nos versos acima.

Oseias 11 ensina que os caminhos de Deus transcendem os da humanidade pecadora. Ele não permitirá que a amargura governe Suas decisões. O amor de Deus busca trazer cura, saúde e restauração ao Seu povo. O propósito da disciplina divina é corrigir, melhorar e reconciliar, não destruir e castigar. Muitas pessoas, até mesmo cristãos professos, não entendem esse aspecto de Deus, mas O veem como vingativo, irado e que procura falhas a fim de punir o pecador. Pior ainda, alguns acreditam que Ele queima os perdidos no inferno por toda a eternidade. Essa, porém, não é a imagem de Deus apresentada por Oseias.

4. Leia Romanos 5:8, 1 Pedro 2:24 e Gálatas 3:13. Como esses textos, ainda mais do que os de Oseias, revelam a extensão do amor de Deus pela humanidade?




Quinta

Ano Bíblico: 1Rs 3, 4


 

Curado, amado e sustentado


Alguns estudiosos antigos viam o Senhor revelado no Antigo Testamento como severo e implacável, em contraste com Jesus, apresentado no Novo. Por que essa conclusão é errada? Como a mensagem de Oseias 14 ajuda a mostrar esse erro? O que esse capítulo revela sobre o caráter e amor de Deus por Seu povo?

O último capítulo de Oseias é um clímax apropriado para a mensagem proclamada pelo profeta. Reafirma a promessa de que a divina salvação terá a última palavra. O capítulo começa com mais um chamado para se afastar de toda iniquidade. Ao ordenar que os israelitas se voltassem para Deus, o profeta apresentou as palavras que eles deviam dizer na adoração. Deviam pedir que Deus tirasse deles a culpa que os havia feito tropeçar. Deviam também renunciar sua dependência de outras nações e rejeitar totalmente a idolatria. Nos tempos bíblicos, nenhuma pessoa devia comparecer diante do Senhor de mãos vazias (Êx 23:15). Além de trazer um sacrifício animal, as pessoas eram instruídas a levar palavras de genuíno arrependimento como oferta de ação de graças.

Em seguida, após a confissão e arrependimento do povo, Deus respondeu com uma série de promessas. A principal delas foi a cura de doenças pelo divino Médico. A renovação do relacionamento de Deus com Israel é comparada ao orvalho que provê a única umidade disponível para as flores e árvores durante o longo e seco verão da Palestina. Ela também é relacionada com a oliveira, considerada especialmente valiosa, uma espécie de coroa das árvores frutíferas. Sua folhagem oferece sombra e frescor. Seu óleo é usado como alimento, loção para a pele e como combustível para iluminação. Os cedros do Líbano são considerados as mais úteis das árvores de elevado crescimento nas terras bíblicas. Sua madeira altamente valorizada servia para a construção de templos e palácios reais (1Rs 6:9, 10). As raízes plantadas por Deus produziriam tal abundância de novas plantas, que Israel se tornaria um jardim cheio de bênçãos para o mundo inteiro.

5. Que condições são necessárias para que as promessas sejam cumpridas? A situação é diferente para nós hoje? Os 14:9




Sexta

Ano Bíblico: 1Rs 5, 6



Estudo adicional


Compare as duas citações a seguir com as mensagens apresentadas em Oseias 7-14.

Por meio da natureza, de figuras e símbolos, de patriarcas e profetas, Deus falara ao mundo. As lições deviam ser dadas à humanidade na linguagem da própria humanidade. [...] Os princípios do governo de Deus e o plano da redenção deviam ficar claramente definidos” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 34).

“Através dos longos, escuros anos em que rei após rei se puseram em ousado desafio ao Céu e levaram Israel à idolatria cada vez mais profunda, Deus enviou mensagem após mensagem a Seu povo transviado. Por intermédio de Seus profetas deu-lhes toda oportunidade de deter a maré da apostasia e retornar a Ele. [...] Jamais deveria o reino de Israel ser deixado sem nobres testemunhas do grande poder de Deus para salvar do pecado. Mesmo nas horas mais escuras, alguns permaneceriam leais ao seu divino Rei, e em meio à idolatria viveriam inculpáveis à vista de um Deus santo. Esses fiéis foram contados entre o piedoso remanescente por cujo intermédio o eterno propósito de Jeová devia ser finalmente cumprido” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 108).


Perguntas para reflexão

1. Tem sido sugerido que, pela vida e ministério de Oseias, em certo sentido a Palavra de Deus havia “se tornado carne”. Que grande verdade sobre a humanidade de Jesus podemos ver nessa sugestão a respeito de Oseias? João 1:14.
2. O antigo Israel não se afastou de Deus da noite para o dia. Como podemos nos manter fiéis aos princípios eternos de Deus num mundo em constante mudança?
3. Algumas pessoas acreditam que a mensagem do evangelho sobre o grande amor e salvação divinos é apresentada claramente apenas no Novo Testamento e não no Antigo. O que está errado com essa ideia?
4. O Antigo Testamento foi a Bíblia que Jesus Cristo e o apóstolo Paulo leram. Examine as citações de Oseias no Novo Testamento, em Mateus 9:13 e Romanos 9:25, 26. Como Jesus e Paulo usaram a mensagem do evangelho em Oseias para nos proclamar a verdade?


Respostas sugestivas: 1. Confiar no Egito e na Assíria seria uma atitude tola e insensata; igualmente somos insensatos quando confiamos em nossos recursos, em lugar de confiar no Senhor. 2. O povo devia abandonar sua rebelião e buscar ao Senhor, lançando assim a semente da justiça, que seria intensificada pela chuva da justiça divina. 3. Deus repreende e disciplina Seus filhos por amor, para nos livrar das últimas consequências dos nossos erros. 4. Cristo morreu por pecadores indignos, ao carregar nossos pecados na cruz, para que vivêssemos para a justiça. Em nosso lugar, Ele se tornou maldição. 5. Precisamos nos arrepender dos pecados, aceitar o perdão de Deus e Sua justiça, que nos dão poder para viver de acordo com a vontade do Senhor.