sábado, 29 de junho de 2013

LIÇÃO 1 - REAVIVAMENTO: NOSSA GRANDE NECESSIDADE

VERSO PARA MEMORIZAR:

“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo” (Ap 3:20).
 

Leituras da Semana:

Laodiceia é a última na sequência das sete igrejas do Apocalipse. O nome significa “povo julgado”. É também um símbolo apropriado para o povo de Deus nos últimos dias.

Laodiceia estava localizada em um vale aberto, no sudoeste da Turquia. Era uma importante capital financeira, um centro da moda, educação e medicina. Seus habitantes eram independentes, autoconfiantes e ricos.

Entretanto, na cidade havia falta de água, um recurso natural vital. A água era canalizada através de aquedutos romanos, a partir de uma fonte localizada oito quilômetros ao sul da cidade. No momento em que a água chegava a Laodiceia, estava morna. Jesus usou esse simbolismo para representar a condição de Sua igreja nos últimos dias, descrita como autoconfiante, complacente, apática e indiferente espiritualmente. Uma igreja que perdeu sua paixão e que precisa de um reavivamento espiritual.

Apesar disso, a mensagem de Laodiceia está cheia de esperança. Cristo fala ao Seu povo com amor, oferecendo-Se para satisfazer as necessidades dele e reavivar seus mais profundos anseios espirituais.

DOMINGO 

Esperança para Laodiceia


Jesus Se dirigiu a cada uma das sete igrejas de Apocalipse 2 e 3 com um título para Si mesmo apropriado à condição espiritual delas. Os títulos usados em Sua mensagem à igreja de Laodiceia ressoam com a certeza de renovação espiritual para todos os que atenderem ao Seu chamado.

1. Por que Jesus usou os títulos “o Amém”, “a Testemunha fiel e verdadeira” e “o princípio da criação de Deus”? Ap 3:14, 15; 2Co 1:20; Jo 3:10, 11; Cl 1:13-17

Em Apocalipse 3:14, a palavra grega para “princípio” é archê. Pode significar “princípio” no sentido de que a pessoa a quem ela se refere é o iniciador do evento ou ação. Nesse contexto, archê se refere a Jesus como Aquele que dá início, ou é a causa primeira de toda a criação. Em outras palavras, Ele é o Criador (Jo 1:1-3;
Ef 3:8, 9).

Isso é extremamente significativo. Jesus, que por Sua Palavra trouxe os mundos à existência, que criou a Terra, Aquele cuja palavra fez com que existisse vida, esse mesmo Jesus falou de esperança para Laodiceia. O Criador Todo-poderoso pode criar nova vida. Pode criar novos anseios espirituais em nosso coração. Ele pode transformar nossa vida espiritual.

2. Leia 2 Coríntios 5:17 e Gálatas 6:14, 15. O que esses textos significam para você?

Que esperança existe na mensagem à Laodiceia? Que encorajamento obtemos na introdução a essa mensagem de forte repreensão? Com qual dos três títulos de Jesus você mais se identifica, e por quê?

 SEGUNDA

Uma repreensão amorosa


3. Por que Jesus repreendeu de modo severo a igreja de Laodiceia? O que significa ser morno? Que outras palavras Jesus poderia ter usado em lugar de “morno”? Ap 3:15, 16

Comentando Apocalipse 3:15, 16, Ellen G. White afirma: “A mensagem à igreja de Laodiceia se aplica mais claramente àqueles cuja experiência religiosa é insípida, que não dão decidido testemunho em favor da verdade” (The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 7, p. 962). Essa é uma afirmação fascinante. Uma experiência religiosa insípida é destituída de vida. Ela tem a “casca” de cristianismo, mas não tem a substância. Tem a forma externa, mas não tem o poder vivo. Os laodiceanos não são hereges nem fanáticos inflamados. Eles são, simplesmente, indiferentes. Parecem ser moralmente bons. Têm o que Paulo chama de “forma de piedade”, mas negam seu poder (2Tm 3:5). Jesus falou de pessoas religiosas em Seu tempo que O “[honravam] com os lábios, mas o seu coração [estava] longe [dEle]” (Mt 15:8).

4. Qual é o propósito da repreensão divina? Hb 12:7-11; Jó 5:17-19; Sl 94:12; Pv 29:15, 17

Nosso Senhor ama tanto Seu povo que não quer permitir a perdição dele. Deus fará o que for preciso para reacender a chama espiritual no coração desse povo. Sua forte repreensão é motivada por um amor ainda mais forte. O castigo revela Seu desejo de nos curar. O profeta Oseias ecoa esse sentimento com este chamado ao arrependimento: “Vinde, e tornemos para o Senhor, porque Ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará” (Os 6:1).

Será que Deus já usou experiências dolorosas, e até mesmo embaraçosas, para humilhar você e atraí-lo para perto dEle? As lições aprendidas nessas experiências garantem que você não terá que passar por elas novamente?

TERÇA
 

Percepção e realidade


Existe um abismo entre o que Laodiceia diz e faz. Há um abismo ainda maior entre a experiência espiritual que ela acha que tem e o que ela tem realmente.

5. Como Laodiceia avalia a si mesma? Como Deus a avalia? Por que o povo estava cego acerca de sua verdadeira condição espiritual? Estamos cegos em relação à nossa condição espiritual? Ap 3:17

Um dos enganos fatais de Satanás é cegar-nos para a realidade de nossas necessidades espirituais. Alguns dos líderes religiosos do tempo de Jesus eram cegos para a própria pobreza espiritual. Eles eram membros da “igreja” que, enquanto esperavam a vinda do Messias, liam a Bíblia, guardavam o sábado e devolviam o dízimo. No entanto, muitos estavam em trevas quanto ao tipo de reino espiritual que o Messias anunciaria. Jesus os chamou de “guias cegos” (Mt 23:24). Paulo escreveu à igreja de Corinto sobre os incrédulos “nos quais o deus deste século cegou o entendimento” (2Co 4:4). Por isso, Jesus disse que veio para proclamar a “restauração da vista aos cegos” (Lc 4:18). Se permitirmos, Ele vai restaurar nossa visão espiritual perdida. No Novo Testamento, toda vez que Jesus abria os olhos dos cegos, estava revelando Seu desejo de abrir os olhos da nossa mente, a fim de nos habilitar a vê-Lo claramente.

6. Quais são as semelhanças entre as virgens insensatas e os membros da igreja em Laodiceia? Mt 25:1-13

De que maneiras você pode se manter espiritualmente alerta? Por que é tão fácil se tornar espiritualmente indiferente? Como podemos neutralizar a apatia religiosa?

QUARTA

O remédio divino


Há esperança para Laodiceia e para todos os que sofrem apatia espiritual e indiferença. Nosso Senhor tem o remédio divino. O fato de que o Senhor fala com a igreja mostra que existe esperança para ela, se Seu povo aceitar e seguir Seu conselho.

7. O que Jesus quis dizer quando falou de “ouro refinado pelo fogo”, “vestiduras brancas”, e “colírio”? Ap 3:18, 19; 1Pe 1:7; Zc 3:1-5; Ap 19:7-9; Ef 4:30

“Jesus vai de porta em porta e Se coloca diante do templo de cada coração, proclamando: ‘Eis que estou à porta e bato’ (Ap 3:20). Como celeste negociante, Ele abre Seus tesouros e clama: ‘Compre de Mim ouro refinado no fogo, e você se tornará rico; compre roupas brancas e vista-se para cobrir a sua vergonhosa nudez’ (Ap 3:18, NVI). O ouro que Ele oferece é sem mistura, mais precioso do que o ouro de Ofir, pois consiste em fé e amor.

“As vestiduras brancas que Ele convida a pessoa a vestir são Suas próprias vestes de justiça, e o colírio para a unção é Sua graça, que dá visão espiritual para a pessoa em cegueira e escuridão, para que ela perceba a diferença entre as obras do Espírito de Deus e as do espírito do inimigo. O grande Negociante, possuidor de riquezas espirituais, diz: ‘Abra a porta, e negocie comigo. Sou Eu, seu Redentor que aconselha você a comprar de Mim’” (Ellen G. White, The Advent Review and Sabbath Herald [Revista Adventista e Arauto do Sábado], 7 de agosto de 1894).

Ellen G. White cita Apocalipse 3:20, mencionando que Jesus está à porta e bate. Jesus bate. Ele não derruba a porta para forçar a entrada. Isso significa que, no fim, independentemente do que Deus esteja disposto a fazer por nós, temos que fazer a escolha de deixá-Lo entrar.

Somos resistentes em abrir a porta para Jesus? Por quê? Qual é sua dificuldade? Que pecado ou prazer você não quer abandonar? O que é tão difícil renunciar?

QUINTA

Amor incansável


8. Compare Apocalipse 3:20 com Cantares 5:2-5. Que semelhanças você encontra nos dois exemplos? O que essas passagens revelam sobre o amor de Deus?

O jantar no Oriente Médio era e ainda é extremamente importante. Quando terminava o trabalho do dia e os homens voltavam dos campos para a refeição da noite, toda a família se reunia em torno da mesa. Na maioria dos casos, uma família vivia junto com outros parentes. Geralmente o número de pessoas no jantar era muito grande. Avô e avó, irmãos e irmãs, tias e tios, sobrinhos e primos, adultos e crianças podiam estar presentes. Nessa grande reunião, depois de um árduo dia de trabalho, histórias eram contadas, experiências compartilhadas e conselhos dados. Era um momento de comunhão, calor e intimidade familiar. Jesus deseja ter esse tipo de comunhão conosco.

9. Qual é o grande desejo de Cristo para cada um de nós? O que Ele prometeu? Ap 3:21

O Apocalipse menciona o trono de Deus 37 vezes. Isso é mais do que o número de ocorrências de qualquer outro livro da Bíblia. Diante do trono de Deus, vamos nos unir ao coro celestial e alegremente proclamaremos: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor” (Ap 5:12). Ele prometeu que, quando a longa saga do pecado chegar ao fim, poderemos participar dessa grande cena de festa e alegria.

Cristo usa a maior motivação para Seu povo indiferente no tempo do fim. Seu amor proveu a eternidade para nós. Temos sangue real correndo em nossas veias. Somos filhos e filhas do Rei do Universo. Podemos reinar para sempre com Ele, sentados no Seu trono. A maior motivação para nos acordar do sono espiritual é o infinito amor de Jesus, pois Ele deseja passar toda a eternidade conosco. Se isso não é suficiente para nos tirar da apatia espiritual, o que será? Se isso não é suficiente para nos colocar de joelhos dobrados, buscando o reavivamento, o que será?

SEXTA
 

Estudo adicional


“Reavivamento e reforma são duas coisas diferentes. Reavivamento significa renovação da vida espiritual, vivificação das faculdades da mente e do coração, ressurgimento da morte espiritual. Reforma significa reorganização, mudança de ideias e teorias, hábitos e práticas. A reforma não produzirá os bons frutos da justiça a menos que esteja ligada a um reavivamento do Espírito. Reavivamento e reforma devem fazer a obra que lhes é designada e, ao fazerem essa obra, têm de se unir” (Ellen G. White, Serviço Cristão, p. 42).

“As igrejas ainda podem obter o ouro da verdade, fé e amor, e ser ricas do tesouro celestial. ‘Aconselho-te que de Mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez’ (Ap 3:18). As vestiduras brancas são a justiça de Cristo, que pode ser introduzida no caráter. Pureza de coração e de motivo caracterizarão os que estão lavando suas vestiduras e tornando-as brancas no sangue do Cordeiro” (Ellen G. White, The Advent Review e Sabbath Herald [A Revista do Advento e Arauto do Sábado], 24 de julho de 1888)..

Perguntas para reflexão

1. Qual é o perigo da mornidão? Ela pode nos levar ao autoengano espiritual?

2. Por que alguns cristãos são tão radiantes e outros são tão indiferentes? Será isso apenas uma questão de personalidade, ou há algo mais profundo?

3. Como podemos manter a vibração e o crescimento espiritual? Como podemos nos proteger da mornidão?

4. Por que Deus preferiria que fôssemos “frios” em vez de “mornos”? Por que ser morno não é melhor do que ser totalmente frio? Dica: o que é mais confortável, ser morno ou frio?

Respostas sugestivas: 1. Porque Sua mensagem é verdadeira e Seu testemunho é fiel. Ele é o princípio porque é o Criador e Redentor, a causa básica de todas as coisas. Jesus cumprirá Suas promessas. 2. Estar em Cristo significa ser recriado. A criação destruída pelo pecado é renovada pela presença de Cristo. O passado de pecado se torna um presente vitorioso em Cristo. A mudança mais importante em nossa vida é operada pelo poder da cruz de Cristo. 3. Porque Deus ama a igreja e deseja resolver os sérios problemas espirituais representados por sua mornidão: indiferença, indecisão, orgulho e hipocrisia. 4. A nossa felicidade, justificação e santificação. Deus quer nos tornar sábios e obedientes. 5. Laodiceia se considera rica e sem necessidade de coisa alguma; Deus a considera infeliz, miserável, cega e nua; a igreja não consegue ver sua verdadeira condição espiritual porque olha para si mesma e deixa Jesus do lado de fora do coração. Perto de Jesus, a igreja perceberia sua miséria espiritual. 6. As virgens insensatas eram mornas porque não se preparam totalmente para o encontro com o noivo; não tinham o azeite, assim como Laodiceia não tem o colírio do Espírito Santo; as lâmpadas estavam vazias, sem óleo; Laodiceia é rica, mas não tem o ouro, vestes brancas e colírio; as virgens insensatas, assim como Laodiceia, não conheciam a Jesus. 7. Ouro: fé que atua por amor. Vestes brancas: justiça obtida pelo perdão e purificação concedidos por Cristo que nos leva a praticar atos de justiça. Colírio: o Espírito Santo, que nos convence da nossa necessidade e produz arrependimento em nosso coração. 8. Jesus bate à porta do coração de Seu povo e deseja comunhão plena com ele. Para isso, precisamos ouvir Sua voz, acordar, abrir a porta e ficar com Ele, dar atenção ao nosso Amado. A Sulamita ouve a voz do Seu amado, que bate na porta, pedindo permissão para entrar, mas não queria sair do conforto do seu sono para abrir a porta ao amado. 9. Que sejamos vencedores para que nos sentemos com Ele em Seu trono.





segunda-feira, 20 de maio de 2013

Lição 8 - Confiando na bondade de Deus (Habacuque) 18 a 25 de maio

Sábado à tarde

VERSO PARA MEMORIZAR:

“A Terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Hc 2:14).

 

 

Leituras da Semana:

Pensamento-chave: Podemos nem sempre entender por que as tragédias acontecem, mas podemos confiar em Deus, não importando o que aconteça.

Depois de pregar sobre a presença permanente de Deus em meio às adversidades da vida, um pastor foi confrontado por uma mulher que, aos prantos, perguntou: “Pastor, onde Deus estava no dia em que meu único filho morreu?” Percebendo uma profunda tristeza no rosto dela, o pastor ficou em silêncio, depois respondeu: “Deus estava no mesmo local em que estava no dia em que Seu Filho Unigênito morreu para nos salvar da morte eterna.”

Como nós, Habacuque testemunhou a injustiça, a violência e o mal. Pior ainda, Deus parecia estar em silêncio em meio a tudo isso, embora Ele pedisse que Habacuque confiasse em Suas promessas.

O profeta não viveu para ver o cumprimento dessas promessas. No entanto, ele aprendeu a confiar nelas de toda maneira. Seu livro começa com uma queixa para Deus, mas termina com um dos cânticos mais belos da Bíblia. Como Habacuque, devemos esperar em fé até o momento em que o mundo “se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar”.

DOMINGO
 

Profeta perplexo


1. Leia Habacuque 1. O que o profeta perguntou a Deus? Embora sua situação tenha sido diferente da nossa, quantas vezes fazemos esse tipo de perguntas?

Habacuque é único entre os profetas, porque ele não falou ao povo em nome de Deus, mas falou com Deus sobre o povo. Com um grito de espanto, o profeta começou sua luta para entender os propósitos de Deus: “Até quando, Senhor [...?]” Na Bíblia, essa pergunta é típica de uma lamentação (Sl 13:1; Jr 12:4). Ela implica uma situação de crise, da qual a pessoa procura libertação.
A crise sobre a qual Habacuque pediu ajuda era a violência que permeava a sociedade. Em hebraico, a palavra para “violência” é hamas, e é usada seis vezes no livro de Habacuque. O termo implica atos que prejudiquem as pessoas tanto física quanto moralmente (Gn 6:11).

Sendo profeta, Habacuque sabia bem o quanto Deus ama a justiça e odeia a opressão. Por isso, ele quis saber por que Deus permitia que a injustiça continuasse. Por toda parte ele percebia violência e transgressão da lei, e parecia que os perversos triunfavam sobre os justos. A justiça estava sendo pervertida pelos poderosos, como ocorreu no tempo de Amós (Am 2:6-8), e como ocorre com tanta frequência hoje.

A resposta de Deus revelou Seus planos futuros. O Senhor usaria o exército de Babilônia para punir o povo. Esse anúncio surpreendeu o profeta. Ele não esperava que Deus usasse um exército tão cruel para disciplinar Judá. Em Habacuque 1:8, a cavalaria babilônica é comparada a leopardos, lobos e águia, três predadores cuja velocidade e poder trazem morte violenta às suas presas.

A arrogância implacável de Babilônia não reconhece nenhuma responsabilidade, não busca arrependimento e não oferece reparações. Ela transgride a ordem mais fundamental da vida criada. Habacuque foi informado de que o exército de Babilônia seria usado como uma vara da ira divina (compare com Is 10:5). A punição ocorreria durante a vida de Habacuque (Hc 1:5). Toda essa situação levanta perguntas ainda mais difíceis sobre a justiça divina.

Como podemos aprender a confiar na bondade e justiça de Deus, quando o mundo parece tão cheio de maldade e injustiça? Qual é o nosso único recurso?

SEGUNDA

Vivendo pela fé


Em Habacuque 1:12-17, a resposta de Deus às perguntas do profeta levanta uma questão ainda mais inquietante: Um Deus justo pode usar o ímpio para punir os que são mais justos do que eles? A pergunta de Habacuque no verso 17 tinha a ver com a justiça divina.

Habacuque estava confuso, não apenas pela degeneração de seu próprio povo, mas também pela certeza de que seu povo seria julgado por outro povo, pior que ele. O profeta estava bem ciente dos pecados de Judá, mas sabia que os justos do seu povo não podiam ser comparados com os pagãos babilônios.

2. Leia Habacuque 2:2-4. Que esperança é apresentada ali?

Habacuque 2:2-4 é uma das passagens mais importantes da Bíblia. O verso 4, em especial, expressa a essência do evangelho, o fundamento do verso que começou a Reforma Protestante. Pela fé em Jesus Cristo, recebemos a justiça de Deus. Essa justiça divina é creditada a nós e se torna nossa. Isso é conhecido como justificação pela fé.

3. O texto de Habacuque 2:4 é um resumo do caminho da salvação e do ensino bíblico sobre a justificação pela fé. Como os escritores do Novo Testamento usam esse verso? Rm 1:17; Gl 3:11; Hb 10:38

Em meio a todo esse tumulto e perguntas sobre o mal, a justiça e a salvação, Habacuque 2:4 apresenta forte contraste entre o fiel e o soberbo. A conduta de cada grupo determina seu destino: os arrogantes fracassarão enquanto os justos viverão pela fé. A palavra hebraica para fé (‘emuna) é melhor traduzida como “fidelidade”, “constância” e “confiabilidade”. Embora aquele que vive pela fé não seja salvo por suas obras, seus atos mostram que ele vive pela fé. Sua fé é revelada em obras e, assim, a vida eterna é prometida a essa pessoa.

TERÇA

A Terra se encherá (Habacuque 2)


O capítulo 2 de Habacuque traz a resposta de Deus à pergunta do profeta em Habacuque 1:17. Depois dessa resposta, temos um cântico que zomba do opressor orgulhoso. Nada menos que cinco ais (Hc 2:6, 9, 12, 15, 19) afirmam a mensagem de que a destruição de Babilônia está selada. A punição do inimigo estaria de acordo com o princípio “medida por medida”. O que os ímpios fizessem às suas vítimas seria, no fim, feito a eles. Colheriam o que houvessem semeado, porque Deus não pode ser zombado pelos orgulhosos seres humanos (Gl 6:7).

Em contraste com o opressor que seria julgado por Deus, o justo tinha a promessa da vida eterna em Cristo, independentemente do que acontecesse com eles nesta vida. Ao descrever o remanescente fiel no tempo do fim, o livro do Apocalipse apresenta a expressão “a paciência dos santos” (Ap 14:12, RC). Na verdade, os justos são persistentes na espera pela intervenção divina, mesmo que a vejam somente na segunda vinda de Cristo.

4. Leia Hebreus 11:1-13. Como esses versos nos ajudam em nossa luta com as mesmas questões com as quais Habacuque lutou?

A resposta final de Deus às perguntas de Habacuque foi a afirmação de Sua presença permanente. Certeza da presença de Deus e confiança em Seu juízo. Apesar das aparências em contrário, essa é a mensagem do livro de Habacuque, bem como de toda a revelação bíblica. Fé profética é confiança no Senhor e em Seu caráter imutável.

“A fé que fortaleceu Habacuque e todos os santos e justos naqueles dias de grande provação, é a mesma que sustém o povo de Deus hoje. Nas horas mais escuras, sob as mais proibitivas circunstâncias, o cristão fiel pode firmar-se sobre a fonte de toda luz e poder. Dia a dia, pela fé em Deus, sua esperança e ânimo podem ser renovados” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 386, 387).

QUARTA

 

Lembrando a glória divina


5. Leia Habacuque 3. O que o profeta estava fazendo ali, e por que isso é tão importante, especialmente levando em conta as circunstâncias e perguntas difíceis que ele estava enfrentando?

Habacuque expressou sua aceitação dos caminhos de Deus em uma oração cantada (Hc 3:19). Tendo plena consciência do poder de Deus, ele pediu que o Senhor Se lembrasse de Sua misericórdia quando o juízo começasse. O profeta lembrou reverentemente os relatos dos grandes atos de Deus no passado e orou para que Ele trouxesse redenção em seus dias. Parecia que ele estava entre dois tempos. Com um olho olhava para trás, para o evento do Êxodo, enquanto com o outro, olhava adiante, para o dia do Senhor. Ele esperava uma revelação do poder de Deus em sua situação atual.

O hino do capítulo 3 descreve poeticamente a libertação de Israel da escravidão egípcia. O que havia acontecido na época do Êxodo era um prenúncio do grande dia do juízo. O piedoso não devia ficar ansioso a respeito do dia do Senhor, mas devia esperar, perseverar e se alegrar na esperança que lhe pertencia.

O hino era também uma celebração do poder, glória e natureza vitoriosa de Deus. O Senhor é descrito como soberano sobre toda a Terra. A revelação de Sua glória é comparável ao esplendor do nascer do Sol (Hc 3:4).

Deus julga as nações opressoras. No entanto, ao mesmo tempo, Ele operou a redenção do Seu povo em Seus “carros de vitória” (Hc 3:8). O poder de Deus nem sempre é visível superficialmente, mas a pessoa de fé sabe que Deus está ali, não importa o que aconteça.

Habacuque nos convida a olhar com expectativa para a salvação do Senhor, quando Ele estabelecerá Sua justiça sobre a Terra e encherá o mundo com Sua glória. Ao cantar louvores ao Senhor, o povo de Deus encoraja uns aos outros a meditar sobre os atos passados de Deus e sobre a esperança para o futuro glorioso (Ef 5:19, 20; Cl 3:16). O próprio exemplo de Habacuque demonstra como se pode perseverar ao viver tendo essa visão da salvação.

Pense na liderança do Senhor sobre sua vida no passado. Isso o ajuda a confiar mais nEle e em Sua bondade, não importando o que o futuro trará? Por que é sempre tão importante olhar para o futuro final e eterno que nos espera?

QUINTA

Deus é nossa força


Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; [...] todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente” (Hc 3:17-19).

6. O que há de bom na atitude do profeta em Habacuque 3:17-19? Como podemos cultivar tal atitude? Compare com Fp 4:11

As palavras finais do livro de Habacuque (Hc 3:16-19) trazem a resposta do profeta à revelação do poder e da bondade de Deus. Um novo olhar sobre os atos salvadores de Deus despertou a coragem de Habacuque, enquanto ele esperava o ataque do inimigo. O medo agitou seu íntimo enquanto ele esperava que o juízo divino caísse sobre sua nação. A invasão poderia resultar na devastação das figueiras e oliveiras, tão valorizadas na Palestina, juntamente com as videiras, cereais e o gado, igualmente necessários. Mas a fé firme do profeta permanecia intocada, porque ele tinha uma visão do Senhor vivo.

Com base em suas experiências passadas, Habacuque conhecia a fidelidade absoluta de Deus. Foi por isso que ele se submeteu aos propósitos de Deus naquela ocasião (Hc 3:16-19). Apesar de todas as circunstâncias desfavoráveis, o profeta estava determinado a colocar sua confiança no Senhor e na Sua bondade, não importando se sua situação parecesse desesperadora.
Habacuque esperava com firme confiança, mesmo que não houvesse sinais imediatos de salvação. Ele foi um profeta que, por meio do diálogo, insultos e hino de louvor, tem instruído os fiéis ao longo dos séculos a desenvolver uma fé mais profunda e viva no Redentor. Por seu exemplo, ele incentiva o piedoso cristão a dialogar com Deus, a colocar à prova sua fidelidade a Ele em tempos difíceis, a desenvolver esperança no Senhor e a louvá-Lo.

Habacuque encerrou seu livro com uma atitude de fé expressa de modo muito bonito: Independentemente de como a vida pudesse se tornar difícil, seria possível encontrar alegria e força em Deus. A mensagem essencial de seu livro aponta para a necessidade de esperar pacientemente a salvação divina em um período de opressão, mesmo que pareça não ter fim. “Esperar no Senhor” é o tema que domina o livro de Habacuque. Esse tema teria relevância especial para nós, adventistas do sétimo dia que, como nosso nome diz, temos fé na segunda vinda de Jesus?

SEXTA

 

Estudo adicional


Há uma resposta à pergunta de Habacuque, não em termos de pensamento, mas de eventos. A resposta de Deus acontecerá, mas não pode ser expressa em palavras. A resposta certamente virá. ‘Ainda que demore, espere-a’ (Hc 2:3, NVI). É verdade, é difícil suportar o tempo. O justo fica horrorizado com o que vê. Para isso, a grande resposta é dada: ‘O justo viverá pela sua fé’ (Hc 2:4). Mais uma vez, é uma resposta não em termos de pensamento, mas de existência. A fé profética é confiança nAquele em cuja presença a tranquilidade é uma forma de entendimento” (Abraham J. Heschel, The Prophets [Os Profetas], p. 143).

“A firme palavra da profecia encontrará seu final cumprimento no glorioso advento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, como Rei dos reis e Senhor dos senhores. O tempo de espera pode parecer longo, o coração pode ser oprimido por circunstâncias desanimadoras, muitos daqueles em quem confiamos podem cair ao longo do caminho; mas, a exemplo do profeta que procurou encorajar Judá em tempo de apostasia sem precedente, confiantemente declaremos: ‘O Senhor está no Seu santo templo; cale-se diante dEle toda a Terra’” (Hc 2:20, RC; Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 387, 388).

Como os comentários acima nos ajudam a compreender melhor as mensagens de Habacuque?

Perguntas para reflexão

1. Resuma o diálogo de Habacuque com Deus. Qual foi sua queixa básica? Como ele reagiu às respostas divinas?

2. Será que, aos olhos de Deus, perguntas honestas e até dúvidas são atitude religiosa mais aceitável do que a mera crença superficial?

3. Os adventistas do sétimo dia de gerações passadas acreditavam que Cristo voltaria em seu tempo e que eles veriam o cumprimento final de todas essas promessas maravilhosas. Como podemos aprender a manter a fé enquanto aguardamos a vinda de Jesus em nossa geração?

Respostas sugestivas: 1. Habacuque perguntou a Deus até quando a violência e a injustiça, causadas pelo povo de Deus e pelos seus inimigos, dominariam a terra. Até quando Deus toleraria a opressão? 2. A esperança trazida pela visão sobre a restauração que ocorrerá no tempo do fim. Os justos viverão pela fé, esperando o cumprimento dessa visão. 3. Paulo afirmou que o evangelho revela a justiça divina de fé em fé, de acordo com Habacuque, que ninguém será justificado pela lei diante de Deus e que os justos não retrocedem no caminho da fé. Por isso agradam ao Senhor. 4. Pela fé podemos ter certeza do futuro, ver o invisível e entender que Deus é o Criador; Abel, Enoque, Noé, Abraão e Sara aceitaram o chamado de Deus, seguiram o caminho da fé e justiça e enfrentaram dificuldades. 5. Entoando um cântico, no qual expressou sua angústia, orou a Deus suplicando ajuda, descreveu a atuação de Deus como Guerreiro e louvou ao Senhor por Sua atuação contra os inimigos de Seu povo e pela salvação de Seus fiéis. 6. Diante da crise do momento, o profeta demonstrou confiança e alegria por causa da obra de Deus em favor de Seus servos e da Sua salvação. Habacuque aprendeu e decidiu estar contente em toda e qualquer circunstância.




Domingo

Domingo