segunda-feira, 8 de abril de 2013

LIÇÃO 02 - AMOR E JULGAMENTO - O DILEMA DE DEUS

Lição 2 - Amor e julgamento:
o dilema de Deus (Oseias)

6 a 13 de abril

6 a 13 de abril





Sábado à tarde

Ano Bíblico: 2Sm 15–17



VERSO PARA MEMORIZAR:“Converte-te a teu Deus, guarda o amor e o juízo e no teu Deus espera sempre” (Os 12:6).

Leituras da Semana: Pensamento-chave: Oseias revela mais do amor de Deus por Seu povo rebelde.

Normalmente, os autores bíblicos usam metáforas para falar do relacionamento de amor entre Deus e Seu povo. A metáfora transmite algo profundo sobre um assunto menos conhecido utilizando algo conhecido ou familiar.

As duas metáforas bíblicas mais utilizadas sobre o relacionamento de Deus com Seu povo são as figuras de marido e mulher e pais e filhos. Na semana passada, consideramos a metáfora do marido e mulher. Nesta semana, examinaremos mais algumas metáforas de Oseias, a mais importante das quais é, de fato, a figura de pai e filho.

Oseias usou metáforas pelas mesmas razões pelas quais Jesus ensinou em parábolas: em primeiro lugar, para explicar as verdades sobre Deus por meio das coisas familiares da vida. Em segundo lugar, para gravar na mente das pessoas importantes princípios espirituais que poderiam ser aplicados na vida diária.
 






Domingo

Ano Bíblico: 2Sm 18, 19



Enganado e insensato


“Efraim é como uma pomba facilmente enganada e sem entendimento; ora apela para o Egito, ora volta-se para a Assíria. Quando se forem, atirarei sobre eles a Minha rede; Eu os farei descer como as aves dos céus. Quando os ouvir em sua reunião, Eu os apanharei” (Os 7:11, 12, NVI).

1. Leia o contexto desses versos. Que advertência há neles? Que princípio podemos tirar desses versos para nossa vida?

Efraim era o filho mais novo de José. Jacó concedeu a ele uma bênção maior do que a de seu irmão Manassés. Visto que Efraim era o nome da principal tribo do reino do norte de Israel, o nome é aplicado a todo o reino, assim como o nome de Judá foi aplicado ao reino do sul. Nos versos acima, Israel é comparado a uma pomba sem entendimento (compare com Jr 5:21), o que a torna presa fácil para a rede do caçador. Nesse contexto, sua dependência da ajuda de outras nações era um ato de rebelião contra Deus.

Por quê? Porque uma aliança com o poderoso Império Assírio ou com o ambicioso Egito exigiria que Israel reconhecesse a supremacia dos deuses adorados por essas duas superpotências (leia também Is 52:4; Lm 5:1-6). Recorrer a elas significaria, necessariamente, afastar-se do Senhor. O que eles precisavam fazer era voltar para o Senhor, arrepender-se, obedecer aos Seus mandamentos e abandonar os falsos deuses. Essa era sua única esperança, não alianças políticas com os pagãos.

“A posição da Palestina a expunha à invasão desses dois antigos impérios. [...]

O prêmio muito cobiçado pelo qual esses poderosos impérios lutavam era a estrada que ligava as ricas bacias hidrográficas do Nilo e do Eufrates. Os reinos de Israel e Judá foram envolvidos nesse conflito internacional e espremido entre os dois rivais. Em desespero, sem confiança espiritual em seu Deus, Israel tolamente apelou primeiramente a um e depois ao outro em busca do apoio que só poderia se transformar em uma armadilha para seu próprio bem-estar nacional” (Ellen G. White, The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 4, p. 908, edição em inglês).

É muito fácil procurar ajuda humana para nossos problemas, em vez de buscar o Senhor, não é? O Senhor pode usar instrumentos humanos em resposta às nossas orações. Como podemos ter certeza de que, em situações de desespero e em necessidade de ajuda, não cometemos o mesmo erro de Israel? Como podemos usar a ajuda humana sem, necessariamente, nos afastarmos do Senhor?





Segunda

Ano Bíblico: 2Sm 20, 21



Bezerra domada


2. Qual foi a mensagem do Senhor ao Seu povo em Oseias 10:11-13? Como podemos entender a frase “até que Ele venha, e chova a justiça sobre vós”?

Em Oseias 10, Efraim, o filho de Deus, é comparado a uma novilha domada que gostava de trilhar o grão porque ela poderia comer enquanto trilhasse. Assim, em vez de ser produtiva, a existência de Israel havia se tornado egocêntrica. Quando Deus colocasse o jugo sobre Israel para que a nação trabalhasse em campo aberto, justiça e bondade cresceriam.

Nos tempos bíblicos, o jugo era um instrumento de serviço. Animais de carga, novos, eram treinados para ser dóceis, trabalhando primeiramente na eira (Jr 50:11). Enquanto sob o jugo, eles simplesmente pisavam o cereal com os pés. Na fase seguinte, eles puxavam um trilho sobre o cereal (2Sm 24:22). Esse tipo de trabalho os preparava para a tarefa mais disciplinada de arar um campo (1Rs 19:19; Jr 4:3). Deus tinha um plano semelhante ao treinar Israel. Ele colocaria um jugo sobre o belo pescoço de Efraim para fazê-lo trabalhar duro, abrindo e lavrando o solo.

Em Oseias 10:12, o profeta apresentou o que o Senhor desejava que Israel fosse por meio da obediência à Sua palavra. Justiça e constante amor foram as dádivas prometidas por Deus à Sua esposa, quando a aliança fosse renovada (Os 2:19). Se as pessoas semeassem justiça, colheriam bondade. Unicamente procurando o Senhor e Sua vontade, Israel poderia ser livre da futura punição. A porta da misericórdia ainda está aberta para possível arrependimento por parte do povo escolhido de Deus.

A advertência para semear justiça diz respeito ao relacionamento entre as pessoas. Buscar a Deus diz respeito ao relacionamento entre Ele e Seu povo. Abrir o solo representa reforma e renovação nos aspectos espiritual e social. O Senhor e Seu povo trabalhariam juntos em um relacionamento mútuo para trazer novamente bênçãos à terra. Os resultados seriam um florescimento glorioso que se espalharia por todos os lugares (Os 14:5-7).

Leia o convite de Cristo para que tomemos sobre nós o Seu jugo (Mt 11:28-30). Aprender com Cristo a ser “manso e humilde de coração” pode nos ajudar a encontrar “descanso para a [nossa] alma”?





Terça

Ano Bíblico: 2Sm 22–24



Um filho aprendendo a andar


“Quando Israel era menino, Eu o amei; e do Egito chamei o Meu filho. [...] Eu ensinei a andar a Efraim; tomei-os nos Meus braços, mas não atinaram que Eu os curava” (Os 11:1, 3).

Nesses versos, Oseias estava dizendo que a atitude do Senhor é como o terno cuidado de alguém que acabou de se tornar pai. Assim como um pai, com carinho e paciência, ensina o filho a andar, tomando-o pela mão para evitar uma queda, também o Senhor havia cuidado de Israel desde o começo. O Deus amoroso e perdoador é o centro da mensagem de Oseias. Mesmo quando aplica disciplina, Ele é profundamente compassivo. Sua ira pode ser aterrorizante, mas Sua misericórdia está além da compreensão.

3. Leia Deuteronômio 8:5, Provérbios 13:24, Hebreus 12:6 e Apocalipse 3:19. Qual é o ponto comum desses textos? Que conforto encontramos neles?

Por meio de Moisés, Deus informou ao rei egípcio que Israel era Seu filho especial (Êx 4:22, 23). Embora todas as nações da Terra, incluindo o Egito, fossem filhos e filhas de Deus, a nação hebraica foi escolhida para ser o filho primogênito de Deus com privilégios especiais. Mas com esses privilégios vieram responsabilidades. No deserto o Senhor carregou Seu povo da mesma forma que “um pai carrega seu filho” (Dt 1:31, NVI). Às vezes Ele disciplinou o povo como “um homem disciplina a seu filho” (Dt 8:5).

“Todos os que neste mundo prestam verdadeiro serviço a Deus ou ao homem, recebem um preparo na escola das aflições. Quanto mais pesado for o encargo e mais elevado o serviço, maior será a prova e mais severa a disciplina” (Ellen G. White, Educação, p. 151).

Sem dúvida, qualquer pai que ama seus filhos irá discipliná-los, e sempre para o bem deles. Se seres humanos imperfeitos e caídos agem assim, quanto mais podemos confiar no amor de Deus por nós, mesmo nos momentos de provação?

Para muitos de nós, a questão não é confiar na disciplina divina. Ao contrário, a luta é para saber interpretar as provas que surgem em nosso caminho. Como sabemos se o que está acontecendo é, de fato, uma lição divina na “escola da aflição”?






Quarta

Ano Bíblico: 1Rs 1, 2




Compaixão mais forte do que a ira


“Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te faria como a Admá? Como fazer-te um Zeboim? Meu coração está comovido dentro de Mim, as Minhas compaixões, à uma, se acendem. Não executarei o furor da Minha ira; não tornarei para destruir a Efraim, porque Eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; não voltarei em ira” (Os 11:8, 9).

Essa passagem serve como uma janela para o coração de Deus: Entregaria Ele Seu filho rebelde para ser apedrejado até a morte, como era exigido pela lei (Dt 21:18-21; Gn 19:17-23)? Oseias apresenta uma visão maravilhosa tanto do sofrimento de Deus por causa do pecado humano quanto de Seu desejo de nos salvar.

Embora o pecaminoso Israel merecesse a destruição total, o Senhor, em Sua misericórdia duradoura, continuou a amar Seu povo, enquanto lutava para levá­-lo ao arrependimento.

No tempo de Abraão havia cinco cidades situadas no vale do Jordão, a sudeste do Mar Morto (Gn 14:8). Conhecidas como “as cidades da planície”, elas eram Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Zoar. Dessas, apenas Zoar não foi destruída. Os nomes das outras quatro se tornaram conhecidos por sua destruição total, causada por seus maus caminhos e falta de vontade de se arrependerem (Dt 29:23). Foi a algumas dessas cidades que Oseias se referiu nos versos acima.

Oseias 11 ensina que os caminhos de Deus transcendem os da humanidade pecadora. Ele não permitirá que a amargura governe Suas decisões. O amor de Deus busca trazer cura, saúde e restauração ao Seu povo. O propósito da disciplina divina é corrigir, melhorar e reconciliar, não destruir e castigar. Muitas pessoas, até mesmo cristãos professos, não entendem esse aspecto de Deus, mas O veem como vingativo, irado e que procura falhas a fim de punir o pecador. Pior ainda, alguns acreditam que Ele queima os perdidos no inferno por toda a eternidade. Essa, porém, não é a imagem de Deus apresentada por Oseias.

4. Leia Romanos 5:8, 1 Pedro 2:24 e Gálatas 3:13. Como esses textos, ainda mais do que os de Oseias, revelam a extensão do amor de Deus pela humanidade?




Quinta

Ano Bíblico: 1Rs 3, 4


 

Curado, amado e sustentado


Alguns estudiosos antigos viam o Senhor revelado no Antigo Testamento como severo e implacável, em contraste com Jesus, apresentado no Novo. Por que essa conclusão é errada? Como a mensagem de Oseias 14 ajuda a mostrar esse erro? O que esse capítulo revela sobre o caráter e amor de Deus por Seu povo?

O último capítulo de Oseias é um clímax apropriado para a mensagem proclamada pelo profeta. Reafirma a promessa de que a divina salvação terá a última palavra. O capítulo começa com mais um chamado para se afastar de toda iniquidade. Ao ordenar que os israelitas se voltassem para Deus, o profeta apresentou as palavras que eles deviam dizer na adoração. Deviam pedir que Deus tirasse deles a culpa que os havia feito tropeçar. Deviam também renunciar sua dependência de outras nações e rejeitar totalmente a idolatria. Nos tempos bíblicos, nenhuma pessoa devia comparecer diante do Senhor de mãos vazias (Êx 23:15). Além de trazer um sacrifício animal, as pessoas eram instruídas a levar palavras de genuíno arrependimento como oferta de ação de graças.

Em seguida, após a confissão e arrependimento do povo, Deus respondeu com uma série de promessas. A principal delas foi a cura de doenças pelo divino Médico. A renovação do relacionamento de Deus com Israel é comparada ao orvalho que provê a única umidade disponível para as flores e árvores durante o longo e seco verão da Palestina. Ela também é relacionada com a oliveira, considerada especialmente valiosa, uma espécie de coroa das árvores frutíferas. Sua folhagem oferece sombra e frescor. Seu óleo é usado como alimento, loção para a pele e como combustível para iluminação. Os cedros do Líbano são considerados as mais úteis das árvores de elevado crescimento nas terras bíblicas. Sua madeira altamente valorizada servia para a construção de templos e palácios reais (1Rs 6:9, 10). As raízes plantadas por Deus produziriam tal abundância de novas plantas, que Israel se tornaria um jardim cheio de bênçãos para o mundo inteiro.

5. Que condições são necessárias para que as promessas sejam cumpridas? A situação é diferente para nós hoje? Os 14:9




Sexta

Ano Bíblico: 1Rs 5, 6



Estudo adicional


Compare as duas citações a seguir com as mensagens apresentadas em Oseias 7-14.

Por meio da natureza, de figuras e símbolos, de patriarcas e profetas, Deus falara ao mundo. As lições deviam ser dadas à humanidade na linguagem da própria humanidade. [...] Os princípios do governo de Deus e o plano da redenção deviam ficar claramente definidos” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 34).

“Através dos longos, escuros anos em que rei após rei se puseram em ousado desafio ao Céu e levaram Israel à idolatria cada vez mais profunda, Deus enviou mensagem após mensagem a Seu povo transviado. Por intermédio de Seus profetas deu-lhes toda oportunidade de deter a maré da apostasia e retornar a Ele. [...] Jamais deveria o reino de Israel ser deixado sem nobres testemunhas do grande poder de Deus para salvar do pecado. Mesmo nas horas mais escuras, alguns permaneceriam leais ao seu divino Rei, e em meio à idolatria viveriam inculpáveis à vista de um Deus santo. Esses fiéis foram contados entre o piedoso remanescente por cujo intermédio o eterno propósito de Jeová devia ser finalmente cumprido” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 108).


Perguntas para reflexão

1. Tem sido sugerido que, pela vida e ministério de Oseias, em certo sentido a Palavra de Deus havia “se tornado carne”. Que grande verdade sobre a humanidade de Jesus podemos ver nessa sugestão a respeito de Oseias? João 1:14.
2. O antigo Israel não se afastou de Deus da noite para o dia. Como podemos nos manter fiéis aos princípios eternos de Deus num mundo em constante mudança?
3. Algumas pessoas acreditam que a mensagem do evangelho sobre o grande amor e salvação divinos é apresentada claramente apenas no Novo Testamento e não no Antigo. O que está errado com essa ideia?
4. O Antigo Testamento foi a Bíblia que Jesus Cristo e o apóstolo Paulo leram. Examine as citações de Oseias no Novo Testamento, em Mateus 9:13 e Romanos 9:25, 26. Como Jesus e Paulo usaram a mensagem do evangelho em Oseias para nos proclamar a verdade?


Respostas sugestivas: 1. Confiar no Egito e na Assíria seria uma atitude tola e insensata; igualmente somos insensatos quando confiamos em nossos recursos, em lugar de confiar no Senhor. 2. O povo devia abandonar sua rebelião e buscar ao Senhor, lançando assim a semente da justiça, que seria intensificada pela chuva da justiça divina. 3. Deus repreende e disciplina Seus filhos por amor, para nos livrar das últimas consequências dos nossos erros. 4. Cristo morreu por pecadores indignos, ao carregar nossos pecados na cruz, para que vivêssemos para a justiça. Em nosso lugar, Ele se tornou maldição. 5. Precisamos nos arrepender dos pecados, aceitar o perdão de Deus e Sua justiça, que nos dão poder para viver de acordo com a vontade do Senhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário