Conservando a igreja fiel (2Ts 2:13-3:18)
Sábado à tarde |
Ano Bíblico: Obadias e Jonas
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VERSO PARA MEMORIZAR: “Assim, pois, irmãos, permanecei firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa” (2Ts 2:15).
Leituras da semana: 2Ts 2:13-3:18; At 17:11; Lc 10:25-28; Mt 7:24-27; 18:15-17
Pensamento-chave: Na igreja, mesmo com todas as grandes e gloriosas promessas para o futuro, temos que enfrentar lutas e desafios diários. A igreja de Tessalônica não foi exceção.
As igrejas são muito parecidas com as plantas. Se uma planta não crescer, morrerá. Em outras palavras, a mudança está relacionada à forma pela qual as plantas foram projetadas por Deus. De igual maneira, uma igreja que não mudar nem crescer, também morrerá. Mas nem todas as mudanças são boas. A mudança pode nos afastar daquilo que somos. Ela pode nos levar a perder o contato com o propósito de Deus para nós. A Igreja Adventista do Sétimo Dia deve estar especialmente atenta porque, além de nós, ninguém está proclamando a mensagem da verdade presente! Essa é uma pesada responsabilidade, da qual jamais devemos nos esquecer.
Por meio da revelação e da harmonia promovida pelo Espírito Santo, Deus conduziu a igreja a uma luz ainda maior. A luz do passado ajuda a igreja a navegar pelas águas perigosas da mudança. As palavras finais de Paulo aos tessalonicenses nos dão orientação inspirada quanto a essa questão decisiva.
Domingo | Ano Bíblico: Mq 1–4 |
Fiéis por escolha divina (2Ts 2:13-17)
Alinguagem desta seção relembra a oração no início de 1 Tessalonicenses. É quase como se Paulo estivesse retornando ao lugar em que começou, criando uma conclusão natural para essas duas cartas. Paulo expressou a preocupação de que os crentes em Tessalônica não se desviassem do caminho no qual ele os havia conduzido.
1. Leia 2 Tessalonicenses 2:13-17. Por que Paulo agradeceu a Deus pelos tessalonicenses? O que ele pediu que eles fizessem? Por que essas palavras são tão apropriadas para nós hoje, ao nos aproximarmos do fim?
Para Paulo, a vida dos tessalonicenses era evidência de que eles tinham sido escolhidos como “primícias para ser salvos” (English Standard Bible). Em algumas traduções, as palavras são: “desde o princípio”. Embora a salvação seja um dom, o crente a experimenta por meio da santificação do Espírito Santo e fé na verdade. A vida do cristão, em lugar de ser apenas uma experiência subjetiva, está solidamente fundamentada na verdade.
Por isso, Paulo estava tão preocupado em que os tessalonicenses se firmassem nas doutrinas nas quais haviam sido ensinados, tanto por carta quanto pela palavra falada. Com o tempo, muitas vezes, muda a compreensão que as pessoas têm da verdade. Por isso precisamos ser sempre confirmados pelos que pregam e nos ensinam.
Nos primeiros dias da igreja, havia até mesmo uma preferência pela tradição oral sobre a tradição escrita. A tradição oral é menos sujeita à distorção involuntária. Tom de voz e gestos comunicam significado com mais precisão do que palavras em uma página. Por isso, a pregação como método de comunicação jamais envelhece.
Mas a tradição escrita, como nas cartas de Paulo, é menos sujeita a distorções intencionais por aqueles que alteram o evangelho segundo seus próprios interesses. A palavra escrita oferece uma norma segura e imutável pela qual podem ser postas à prova as mensagens orais que surgem por meio da pregação. No livro de Atos, os bereanos foram elogiados porque combinaram a atenção às mensagens orais com o exame cuidadoso das Escrituras (At 17:11).
Leia novamente os textos para hoje. Tantas forças estão sempre tentando nos afastar da verdade! Considere como você mudou ao longo do tempo. Essas mudanças revelam uma lenta e constante adequação à verdade ou o movimento lento, constante para longe dela? Em outras palavras, em que direção sua vida está se movendo?
Segunda | Ano Bíblico: Mq 5–7 |
Confiança diante do mal (2Ts 3:1-5)
No mundo de hoje, muitas pessoas riem da ideia de um Satanás literal. Na mente delas, ele é um mito, um resquício de uma era supersticiosa e pré-científica. Elas acham que o bem e o mal são simplesmente consequências aleatórias de causa e efeito. Na mente de algumas pessoas, o bem e o mal são apenas conceitos construídos culturalmente em relação a tempos e lugares específicos, nada mais.
Mas a Bíblia afirma claramente que Satanás é real. E, muitas vezes, em algumas partes do mundo, para ele é vantajoso se esconder ou até mesmo permitir que as pessoas zombem dele e o representem na forma de um diabo vermelho com chifres. Essa caricatura alcança muito sucesso em fazer com que as pessoas pensem que ele não é real, o que é exatamente o desejo dele.
2. Leia 2 Tessalonicenses 3:1-5. Embora os desafios à nossa fé estejam por aí, Paulo expressa esperança. Qual é a base dessa esperança, e qual é a condição em que podemos ter segurança para reivindicá-la? Lc 10:25-28; Dt 8:1
Paulo começa esse texto com um pedido de oração (como em 1Ts 5:25) para que o evangelho se espalhe rapidamente e seja honrado por meio de seu trabalho. Paulo também quer que eles orem para que ele seja liberto dos homens maus (2Ts 3:2). A expressão aqui implica que ele tinha em mente indivíduos específicos que os destinatários da carta podiam até não conhecer.
Em seguida, Paulo usa um jogo de palavras (2Ts 3:2, 3). Nem todos os homens têm “fé” (confiança em, ou compromisso com Deus), mas o Senhor é “fiel” (confiável, alguém que inspira fé e comprometimento). Esse Senhor fiel e confiável os protegerá contra o maligno, ou Satanás. A boa notícia é que, embora Satanás seja mais poderoso do que nós, o Senhor é mais poderoso do que Satanás, e nEle podemos encontrar segurança e força.
Paulo termina esse texto (2Ts 3:4, 5) elogiando mais uma vez os tessalonicenses e oferecendo uma oração em seu favor. Ele estava seguro de que eles estavam fazendo o que ele havia pedido e de que continuariam a proceder assim, apesar da oposição de Satanás e das pessoas que ele inspirava. Ele expressa o desejo de que o Senhor dirija a atenção deles ao “amor de Deus” e à “constância de Cristo”.
Como podemos aprender a ter fé, esperança e certeza, independentemente das circunstâncias difíceis?
Terça | Ano Bíblico: Naum |
As Escrituras e a tradição (2Ts 3:6-8)
Quando Jesus andou na Terra, não havia o Novo Testamento. A Bíblia de Jesus era o “Antigo Testamento”. Mas, desde o início, a obediência às palavras faladas de Jesus foi a atitude sábia manifestada por Seus seguidores (Mt 7:24-27).
As palavras e ações de Jesus continuaram a ser autoritativas para a igreja nos anos que se seguiram (1Ts 4:15; At 20:35; 1Co 11:23-26). Por meio da inspiração do Espírito Santo, os apóstolos foram guiados a uma interpretação correta das Suas palavras e do significado de Suas ações (Jo 15:26, 27; 16:13-15). E antes que a primeira geração de cristãos saísse de cena, os escritos dos apóstolos foram considerados totalmente iguais aos dos profetas do Antigo Testamento e podem ser chamados de “Escrituras” (2Pe 3:2, 16).
3. De acordo com 2 Tessalonicenses 3:6-8, 14, o que Paulo incluía em seu conceito de verdade?
Quando Paulo chegou a Tessalônica, a igreja primitiva considerava as palavras de Jesus e os ensinamentos dos apóstolos como suprema autoridade. Nos tempos do Novo Testamento, “tradição” não era necessariamente uma palavra ofensiva, mas podia se referir à memória das palavras e ações de Jesus e podia incluir os ensinamentos orais e os escritos dos apóstolos. A tradição era para eles equivalente ao que as Escrituras são para nós. Ela podia ser ordenada e devia ser obedecida.
Para os tessalonicenses, tradição significava mais do que apenas as cartas de Paulo. Incluía tudo o que Paulo havia dito, enquanto estivera em Tessalônica e também as suas ações, que deviam ser imitadas. O fato de que Paulo havia trabalhado arduamente para se sustentar em Tessalônica não demonstrava apenas que ele se importava com eles (1Ts 2:9); isso era uma “tradição” que ele esperava que eles aplicassem na própria vida.
Paulo trabalhou “dia e noite” para não ser um fardo a ninguém. E qualquer pessoa em Tessalônica que vivesse de maneira diferente estaria com problemas. Assim, a definição de Paulo sobre as pessoas desordeiras não se limitava aos perturbadores na igreja ou na comunidade; ela incluía todos os que não seguissem os ensinamentos ou práticas dos apóstolos.
Paulo testemunhava tanto por sua vida e ações quanto por suas palavras. Nossa vida reflete as verdades que nos foram dadas?
Quarta | Ano Bíblico: Habacuque |
Trabalhar e comer (2Ts 3:9-12)
4. Que tipo único de problema Paulo enfrentou na igreja de Tessalônica? 2Ts 3:9-12
Nesses versos, Paulo aplica a uma situação específica, a tradição do que ele faz e diz. Um grupo significativo de membros vivia desordenamente (2Ts 3:6, 11). Na carta anterior, Paulo havia mencionado o problema e o havia abordado de modo gentil (1Ts 4:11, 12; 5:14). Mas, dessa vez, ele usou uma linguagem muito mais forte.
Como apóstolo, Paulo poderia ter exigido que a igreja lhe oferecesse salário, habitação e alimentação. Mas em 1 Tessalonicenses ele tinha dado o exemplo de trabalhar noite e dia a fim de não ser um fardo para eles (1Ts 2:9). Esse foi um exemplo de amor. Mas, de acordo com 2 Tessalonicenses 3:8, ele também trabalhou “de noite e de dia” a fim de criar um modelo de como todos deviam cuidar de suas próprias necessidades, tanto quanto possível.
Se Paulo tivesse apenas dado um exemplo, alguns poderiam ter respondido que a tradição não estava clara. Mas ele havia também abordado essa questão com palavras. Durante o curto período em que esteve com eles (como é sugerido pelo pretérito imperfeito no grego), o apóstolo frequentemente havia pronunciado um ditado popular como uma ordem: “Se alguém não quer trabalhar, também não coma” (2Ts 3:10).
Nesse texto, Paulo não está criticando os esforços para cuidar dos necessitados, aqueles que não podem cuidar de si mesmos. Afinal, o próprio Jesus deixou um exemplo poderoso de compaixão para com aqueles cujas circunstâncias os haviam deixado desamparados ou necessitados.
Em vez disso, o alvo da preocupação de Paulo eram as pessoas voluntariamente ociosas. Elas eram intrometidas e cuidavam dos negócios de todas as pessoas, exceto dos seus próprios (2Ts 3:11). Como alguns dos filósofos populares no mundo antigo, elas preferiam uma vida de comodidade em lugar do trabalho. Talvez passassem o tempo discutindo teologia ou criticando o comportamento alheio, em vez de obter a própria subsistência. Paulo, ordenou “no Senhor Jesus Cristo”, que elas seguissem seu exemplo e conquistassem o direito de falar ao cuidar primeiramente de suas próprias necessidades (2Ts 3:12).
É incrível que, logo no começo da história da igreja, Paulo tivesse que lidar com tantos problemas entre os membros. Como isso deve nos proteger (e especialmente os novos membros) da expectativa de que nossas igrejas estejam cheias de pessoas santas? Mais importante ainda, como podemos ser uma força positiva na igreja local, apesar das nossas falhas e fraquezas?
Quinta | Ano Bíblico: Sofonias |
Amor severo (2Ts 3:13-15)
5. De acordo com Mateus 18:15-17, como a igreja deve tratar uma pessoa que foi afastada da comunhão?
A questão da disciplina é um dos assuntos mais difíceis que a igreja local enfrenta. Muitas vezes, um membro errante é irmão, mãe, filho, primo ou melhor amigo de outro membro da igreja. Alguns membros preferem nunca disciplinar ninguém. Outros preferem sanções duras. Como a igreja pode encontrar a vontade de Deus no meio de tantos interesses conflitantes?
Mateus 18 sugere um processo claro e simples. Primeiro, uma conversa pessoal entre o ofensor e o ofendido. O contexto indica que o perdão deve ser o objetivo da conversa, sempre que possível (Mt 18:21-35). Segundo, o membro ofendido deve levar com ele uma ou duas pessoas para evitar confusão quanto ao que for dito por uma parte ou outra. Somente depois que essas duas primeiras etapas forem seguidas cuidadosamente, o processo deve ir para a comissão da igreja. Então, se o ofensor não responder à igreja como um todo, deve ser tratado como “gentio e publicano” (Mt 18:17).
Aqui está o problema. O que significa tratar alguém como gentio e publicano? Há pelo menos duas possibilidades diferentes. Por um lado, Jesus poderia estar chamando a igreja para se afastar do infrator do modo como os gentios e cobradores de impostos eram evitados na sociedade em que Ele cresceu. Por outro lado, poderia ser um chamado para tratar os desprezados assim como Jesus tratava os gentios e cobradores de impostos (com perdão e compaixão).
6. O que Paulo disse sobre disciplina na igreja? 2Ts 3:13-15
Aplicar corretamente Mateus 18 e 2 Tessalonicenses 3 à vida contemporânea é um desafio. Não há duas pessoas iguais. Não há duas situações iguais. Em alguns casos, o perdão amolece o coração de um ofensor e traz reconciliação à igreja. Em outros casos, ofensores endurecidos podem responder apenas a um amor duro o bastante para confrontar e administrar as consequências. Por isso, a Associação Geral não desliga nenhuma pessoa. Tais processos delicados são mais bem tratados pela igreja local, onde o ofensor é mais conhecido.
O amor severo não é uma licença para o abuso. De acordo com o verso 15, a pessoa disciplinada ainda deve ser tratada como parte da família. A igreja deve manter a consciência de que o agressor é um irmão “pelo qual Cristo morreu” (Rm 14:15; 1Co 8:11).
Que experiências você teve com a disciplina da igreja? Como a igreja pode manter um equilíbrio entre o confronto e a aceitação?
Sexta | Ano Bíblico: Ageu |
Estudo adicional
Os crentes de Tessalônica eram muito incomodados por homens que chegaram ao seu meio com opiniões e doutrinas fanáticas. Alguns andavam “desordenadamente, não trabalhando; antes, se [intrometendo] na vida alheia” (2Ts 3:11). A igreja havia sido devidamente organizada, e tinham sido designados oficiais a fim de agir como pastores e diáconos. Mas havia alguns rebeldes e impetuosos, que não se sujeitavam aos que exerciam os cargos de autoridade na igreja” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 261).
“Paulo não dependeu inteiramente do trabalho de suas mãos para se manter enquanto esteve em Tessalônica... (Fp 4:16). Não obstante o fato de haver recebido esse auxílio, ele foi cuidadoso em dar aos tessalonicenses um exemplo de diligência, para que ninguém pudesse com razão acusá-lo de cobiça e também para que os que mantinham pontos de vistas fanáticos referentes ao trabalho manual recebessem uma reprovação prática” (Ibid., p. 348, 349).
“O costume de apoiar homens e mulheres ociosos por meio de dádivas particulares ou dinheiro da igreja os encoraja em hábitos pecaminosos, e esse caminho deve ser conscientemente evitado” (Ellen G. White, SDA Bible Commentary, v. 7, p. 912).
Perguntas para reflexão
1. Como a igreja pode manter o equilíbrio entre manter as verdades confirmadas no passado e seguir a crescente luz divina?
2. Como podemos lidar com os rebeldes e problemáticos na igreja, que sempre parecem estar reclamando de alguma coisa? E quanto aos que estão expressando preocupações sobre problemas reais?
3. Resuma a mensagem de Paulo aos tessalonicenses nessas duas cartas, de uma forma que as torne relevantes para a situação da nossa igreja.
Resumo: As duas cartas de Paulo aos Tessalonicenses nos ensinam muito acerca de como ser uma igreja em um ambiente difícil. Por mais diferente que tenha sido o contexto imediato com que ele lidou, em relação ao nosso, os princípios que ele defendeu são duradouros e eternos, porque são inspirados pelo próprio Senhor.
Respostas sugestivas: 1: Porque Deus os havia escolhido para salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade; mediante o evangelho eles foram chamados para alcançar a glória de Cristo; pediu que permanecessem firmes e guardassem as tradições ensinadas pelos apóstolos. 2: O Senhor é fiel; Ele nos confirmará e guardará do maligno; os cristãos deviam continuar praticando as coisas ordenadas pelos apóstolos, permitindo que o Senhor conduzisse seu coração ao amor divino. 3: O dever de manter a vida em ordem e de obedecer às tradições recebidas dos mensageiros de Deus; o dever de garantir a própria subsistência. 4: Pessoas que andavam de modo desordenado: comiam o pão adquirido pelo trabalho dos outros, se intrometiam na vida alheia e se metiam em problemas. 5: Como gentio e publicano; como um pecador que precisa de perdão, amor e salvação; devemos buscar e acolher a pessoa, dando-lhe a certeza de que não há lugar melhor do que na companhia dos amados irmãos. 6: Precisamos sempre fazer o bem; os obedientes devem se afastar dos desobedientes, a fim de que se sintam envergonhados e voltem ao caminho certo; mas não devem considerá-los inimigos, e sim irmãos.
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