sábado, 17 de agosto de 2013
sábado, 20 de julho de 2013
sábado, 29 de junho de 2013
LIÇÃO 1 - REAVIVAMENTO: NOSSA GRANDE NECESSIDADE
VERSO PARA MEMORIZAR:
“Eis que estou à porta e bato; se alguém
ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com
ele, e ele, comigo” (Ap 3:20).
Leituras da Semana:
Laodiceia é a última na sequência das sete igrejas do
Apocalipse. O nome significa “povo julgado”. É também um símbolo
apropriado para o povo de Deus nos últimos dias.
Laodiceia estava localizada em um vale aberto, no sudoeste da Turquia. Era uma importante capital financeira, um centro da moda, educação e medicina. Seus habitantes eram independentes, autoconfiantes e ricos.
Entretanto, na cidade havia falta de água, um recurso natural vital. A água era canalizada através de aquedutos romanos, a partir de uma fonte localizada oito quilômetros ao sul da cidade. No momento em que a água chegava a Laodiceia, estava morna. Jesus usou esse simbolismo para representar a condição de Sua igreja nos últimos dias, descrita como autoconfiante, complacente, apática e indiferente espiritualmente. Uma igreja que perdeu sua paixão e que precisa de um reavivamento espiritual.
Apesar disso, a mensagem de Laodiceia está cheia de esperança. Cristo fala ao Seu povo com amor, oferecendo-Se para satisfazer as necessidades dele e reavivar seus mais profundos anseios espirituais.
DOMINGO |
Esperança para Laodiceia
Jesus Se dirigiu a cada uma das sete igrejas de Apocalipse 2 e 3
com um título para Si mesmo apropriado à condição espiritual delas. Os
títulos usados em Sua mensagem à igreja de Laodiceia ressoam com a
certeza de renovação espiritual para todos os que atenderem ao Seu
chamado.
1. Por que Jesus usou os títulos “o Amém”, “a Testemunha fiel e verdadeira” e “o princípio da criação de Deus”? Ap 3:14, 15; 2Co 1:20; Jo 3:10, 11; Cl 1:13-17
Em Apocalipse 3:14, a palavra grega para “princípio” é archê.
Pode significar “princípio” no sentido de que a pessoa a quem ela se
refere é o iniciador do evento ou ação. Nesse contexto, archê se refere a
Jesus como Aquele que dá início, ou é a causa primeira de toda a
criação. Em outras palavras, Ele é o Criador (Jo 1:1-3;
Ef 3:8, 9).
Ef 3:8, 9).
Isso é extremamente significativo. Jesus, que por Sua Palavra trouxe os mundos à existência, que criou a Terra, Aquele cuja palavra fez com que existisse vida, esse mesmo Jesus falou de esperança para Laodiceia. O Criador Todo-poderoso pode criar nova vida. Pode criar novos anseios espirituais em nosso coração. Ele pode transformar nossa vida espiritual.
2. Leia 2 Coríntios 5:17 e Gálatas 6:14, 15. O que esses textos significam para você?
Que esperança existe na mensagem à Laodiceia? Que encorajamento
obtemos na introdução a essa mensagem de forte repreensão? Com qual dos
três títulos de Jesus você mais se identifica, e por quê?
SEGUNDA
Uma repreensão amorosa
3. Por que Jesus repreendeu de modo severo a igreja de
Laodiceia? O que significa ser morno? Que outras palavras Jesus poderia
ter usado em lugar de “morno”? Ap 3:15, 16
Comentando Apocalipse 3:15, 16, Ellen G. White afirma: “A
mensagem à igreja de Laodiceia se aplica mais claramente àqueles cuja
experiência religiosa é insípida, que não dão decidido testemunho em
favor da verdade” (The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico
Adventista], v. 7, p. 962). Essa é uma afirmação fascinante. Uma
experiência religiosa insípida é destituída de vida. Ela tem a “casca”
de cristianismo, mas não tem a substância. Tem a forma externa, mas não
tem o poder vivo. Os laodiceanos não são hereges nem fanáticos
inflamados. Eles são, simplesmente, indiferentes. Parecem ser moralmente
bons. Têm o que Paulo chama de “forma de piedade”, mas negam seu poder
(2Tm 3:5). Jesus falou de pessoas religiosas em Seu tempo que O
“[honravam] com os lábios, mas o seu coração [estava] longe [dEle]” (Mt
15:8).
4. Qual é o propósito da repreensão divina? Hb 12:7-11; Jó 5:17-19; Sl 94:12; Pv 29:15, 17
Nosso Senhor ama tanto Seu povo que não quer permitir a
perdição dele. Deus fará o que for preciso para reacender a chama
espiritual no coração desse povo. Sua forte repreensão é motivada por um
amor ainda mais forte. O castigo revela Seu desejo de nos curar. O
profeta Oseias ecoa esse sentimento com este chamado ao arrependimento:
“Vinde, e tornemos para o Senhor, porque Ele nos despedaçou e nos
sarará; fez a ferida e a ligará” (Os 6:1).
Será que Deus já usou experiências dolorosas, e até mesmo
embaraçosas, para humilhar você e atraí-lo para perto dEle? As lições
aprendidas nessas experiências garantem que você não terá que passar por
elas novamente?
TERÇA
Percepção e realidade
Existe um abismo entre o que Laodiceia diz e faz. Há um abismo
ainda maior entre a experiência espiritual que ela acha que tem e o que
ela tem realmente.
5. Como Laodiceia avalia a si mesma? Como Deus a
avalia? Por que o povo estava cego acerca de sua verdadeira condição
espiritual? Estamos cegos em relação à nossa condição espiritual? Ap 3:17
Um dos enganos fatais de Satanás é cegar-nos para a realidade
de nossas necessidades espirituais. Alguns dos líderes religiosos do
tempo de Jesus eram cegos para a própria pobreza espiritual. Eles eram
membros da “igreja” que, enquanto esperavam a vinda do Messias, liam a
Bíblia, guardavam o sábado e devolviam o dízimo. No entanto, muitos
estavam em trevas quanto ao tipo de reino espiritual que o Messias
anunciaria. Jesus os chamou de “guias cegos” (Mt 23:24). Paulo escreveu à
igreja de Corinto sobre os incrédulos “nos quais o deus deste século
cegou o entendimento” (2Co 4:4). Por isso, Jesus disse que veio para
proclamar a “restauração da vista aos cegos” (Lc 4:18). Se permitirmos,
Ele vai restaurar nossa visão espiritual perdida. No Novo Testamento,
toda vez que Jesus abria os olhos dos cegos, estava revelando Seu desejo
de abrir os olhos da nossa mente, a fim de nos habilitar a vê-Lo
claramente.
6. Quais são as semelhanças entre as virgens insensatas e os membros da igreja em Laodiceia? Mt 25:1-13
De que maneiras você pode se manter espiritualmente alerta? Por
que é tão fácil se tornar espiritualmente indiferente? Como podemos
neutralizar a apatia religiosa?
QUARTA
O remédio divino
Há esperança para Laodiceia e para todos os que sofrem apatia
espiritual e indiferença. Nosso Senhor tem o remédio divino. O fato de
que o Senhor fala com a igreja mostra que existe esperança para ela, se
Seu povo aceitar e seguir Seu conselho.
7. O que Jesus quis dizer quando falou de “ouro refinado pelo fogo”, “vestiduras brancas”, e “colírio”? Ap 3:18, 19; 1Pe 1:7; Zc 3:1-5; Ap 19:7-9; Ef 4:30
“Jesus vai de porta em porta e Se coloca diante do templo de
cada coração, proclamando: ‘Eis que estou à porta e bato’ (Ap 3:20).
Como celeste negociante, Ele abre Seus tesouros e clama: ‘Compre de Mim
ouro refinado no fogo, e você se tornará rico; compre roupas brancas e
vista-se para cobrir a sua vergonhosa nudez’ (Ap 3:18, NVI). O ouro que
Ele oferece é sem mistura, mais precioso do que o ouro de Ofir, pois
consiste em fé e amor.
“As vestiduras brancas que Ele convida a pessoa a vestir são Suas próprias vestes de justiça, e o colírio para a unção é Sua graça, que dá visão espiritual para a pessoa em cegueira e escuridão, para que ela perceba a diferença entre as obras do Espírito de Deus e as do espírito do inimigo. O grande Negociante, possuidor de riquezas espirituais, diz: ‘Abra a porta, e negocie comigo. Sou Eu, seu Redentor que aconselha você a comprar de Mim’” (Ellen G. White, The Advent Review and Sabbath Herald [Revista Adventista e Arauto do Sábado], 7 de agosto de 1894).
Ellen G. White cita Apocalipse 3:20, mencionando que Jesus está à porta e bate. Jesus bate. Ele não derruba a porta para forçar a entrada. Isso significa que, no fim, independentemente do que Deus esteja disposto a fazer por nós, temos que fazer a escolha de deixá-Lo entrar.
Somos resistentes em abrir a porta para Jesus? Por quê? Qual é
sua dificuldade? Que pecado ou prazer você não quer abandonar? O que é
tão difícil renunciar?
QUINTA
Amor incansável
8. Compare Apocalipse 3:20 com Cantares 5:2-5. Que semelhanças você encontra nos dois exemplos? O que essas passagens revelam sobre o amor de Deus?
O jantar no Oriente Médio era e ainda é extremamente importante.
Quando terminava o trabalho do dia e os homens voltavam dos campos para a
refeição da noite, toda a família se reunia em torno da mesa. Na
maioria dos casos, uma família vivia junto com outros parentes.
Geralmente o número de pessoas no jantar era muito grande. Avô e avó,
irmãos e irmãs, tias e tios, sobrinhos e primos, adultos e crianças
podiam estar presentes. Nessa grande reunião, depois de um árduo dia de
trabalho, histórias eram contadas, experiências compartilhadas e
conselhos dados. Era um momento de comunhão, calor e intimidade
familiar. Jesus deseja ter esse tipo de comunhão conosco.
9. Qual é o grande desejo de Cristo para cada um de nós? O que Ele prometeu? Ap 3:21
O Apocalipse menciona o trono de Deus 37 vezes. Isso é mais do que o
número de ocorrências de qualquer outro livro da Bíblia. Diante do trono
de Deus, vamos nos unir ao coro celestial e alegremente proclamaremos:
“Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e
sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor” (Ap 5:12). Ele prometeu
que, quando a longa saga do pecado chegar ao fim, poderemos participar
dessa grande cena de festa e alegria.
Cristo usa a maior motivação para Seu povo indiferente no tempo do fim. Seu amor proveu a eternidade para nós. Temos sangue real correndo em nossas veias. Somos filhos e filhas do Rei do Universo. Podemos reinar para sempre com Ele, sentados no Seu trono. A maior motivação para nos acordar do sono espiritual é o infinito amor de Jesus, pois Ele deseja passar toda a eternidade conosco. Se isso não é suficiente para nos tirar da apatia espiritual, o que será? Se isso não é suficiente para nos colocar de joelhos dobrados, buscando o reavivamento, o que será?
SEXTA
Estudo adicional
“Reavivamento e reforma são duas coisas diferentes.
Reavivamento significa renovação da vida espiritual, vivificação das
faculdades da mente e do coração, ressurgimento da morte espiritual.
Reforma significa reorganização, mudança de ideias e teorias, hábitos e
práticas. A reforma não produzirá os bons frutos da justiça a menos que
esteja ligada a um reavivamento do Espírito. Reavivamento e reforma
devem fazer a obra que lhes é designada e, ao fazerem essa obra, têm de
se unir” (Ellen G. White, Serviço Cristão, p. 42).
“As igrejas ainda podem obter o ouro da verdade, fé e amor, e ser ricas do tesouro celestial. ‘Aconselho-te que de Mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez’ (Ap 3:18). As vestiduras brancas são a justiça de Cristo, que pode ser introduzida no caráter. Pureza de coração e de motivo caracterizarão os que estão lavando suas vestiduras e tornando-as brancas no sangue do Cordeiro” (Ellen G. White, The Advent Review e Sabbath Herald [A Revista do Advento e Arauto do Sábado], 24 de julho de 1888)..
Perguntas para reflexão
1. Qual é o perigo da mornidão? Ela pode nos levar ao autoengano espiritual?
2. Por que alguns cristãos são tão radiantes e outros são tão indiferentes? Será isso apenas uma questão de personalidade, ou há algo mais profundo?
3. Como podemos manter a vibração e o crescimento espiritual? Como podemos nos proteger da mornidão?
4. Por que Deus preferiria que fôssemos “frios” em vez de “mornos”? Por que ser morno não é melhor do que ser totalmente frio? Dica: o que é mais confortável, ser morno ou frio?
Respostas sugestivas: 1. Porque Sua mensagem é
verdadeira e Seu testemunho é fiel. Ele é o princípio porque é o
Criador e Redentor, a causa básica de todas as coisas. Jesus cumprirá
Suas promessas. 2. Estar em Cristo significa ser recriado. A criação
destruída pelo pecado é renovada pela presença de Cristo. O passado de
pecado se torna um presente vitorioso em Cristo. A mudança mais
importante em nossa vida é operada pelo poder da cruz de Cristo. 3.
Porque Deus ama a igreja e deseja resolver os sérios problemas
espirituais representados por sua mornidão: indiferença, indecisão,
orgulho e hipocrisia. 4. A nossa felicidade, justificação e
santificação. Deus quer nos tornar sábios e obedientes. 5. Laodiceia se
considera rica e sem necessidade de coisa alguma; Deus a considera
infeliz, miserável, cega e nua; a igreja não consegue ver sua verdadeira
condição espiritual porque olha para si mesma e deixa Jesus do lado de
fora do coração. Perto de Jesus, a igreja perceberia sua miséria
espiritual. 6. As virgens insensatas eram mornas porque não se preparam
totalmente para o encontro com o noivo; não tinham o azeite, assim como
Laodiceia não tem o colírio do Espírito Santo; as lâmpadas estavam
vazias, sem óleo; Laodiceia é rica, mas não tem o ouro, vestes brancas e
colírio; as virgens insensatas, assim como Laodiceia, não conheciam a
Jesus. 7. Ouro: fé que atua por amor. Vestes brancas: justiça obtida
pelo perdão e purificação concedidos por Cristo que nos leva a praticar
atos de justiça. Colírio: o Espírito Santo, que nos convence da nossa
necessidade e produz arrependimento em nosso coração. 8. Jesus bate à
porta do coração de Seu povo e deseja comunhão plena com ele. Para isso,
precisamos ouvir Sua voz, acordar, abrir a porta e ficar com Ele, dar
atenção ao nosso Amado. A Sulamita ouve a voz do Seu amado, que bate na
porta, pedindo permissão para entrar, mas não queria sair do conforto do
seu sono para abrir a porta ao amado. 9. Que sejamos vencedores para
que nos sentemos com Ele em Seu trono.
sexta-feira, 7 de junho de 2013
sexta-feira, 24 de maio de 2013
segunda-feira, 20 de maio de 2013
Lição 8 - Confiando na bondade de Deus (Habacuque) 18 a 25 de maio
Sábado à tarde
VERSO PARA MEMORIZAR:
“A Terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Hc 2:14).
Leituras da Semana:
Pensamento-chave: Podemos nem sempre entender por que as tragédias acontecem, mas podemos confiar em Deus, não importando o que aconteça.
Depois de pregar sobre a presença permanente de
Deus em meio às adversidades da vida, um pastor foi confrontado por uma
mulher que, aos prantos, perguntou: “Pastor, onde Deus estava no dia em
que meu único filho morreu?” Percebendo uma profunda tristeza no rosto
dela, o pastor ficou em silêncio, depois respondeu: “Deus estava no
mesmo local em que estava no dia em que Seu Filho Unigênito morreu para
nos salvar da morte eterna.”
Como nós, Habacuque testemunhou a injustiça, a violência e o mal. Pior ainda, Deus parecia estar em silêncio em meio a tudo isso, embora Ele pedisse que Habacuque confiasse em Suas promessas.
O profeta não viveu para ver o cumprimento dessas promessas. No entanto, ele aprendeu a confiar nelas de toda maneira. Seu livro começa com uma queixa para Deus, mas termina com um dos cânticos mais belos da Bíblia. Como Habacuque, devemos esperar em fé até o momento em que o mundo “se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar”.
DOMINGO
Profeta perplexo
1. Leia Habacuque 1.
O que o profeta perguntou a Deus? Embora sua situação tenha sido
diferente da nossa, quantas vezes fazemos esse tipo de perguntas?
Habacuque é único entre os profetas, porque ele não falou ao
povo em nome de Deus, mas falou com Deus sobre o povo. Com um grito de
espanto, o profeta começou sua luta para entender os propósitos de Deus:
“Até quando, Senhor [...?]” Na Bíblia, essa pergunta é típica de uma
lamentação (Sl 13:1; Jr 12:4). Ela implica uma situação de crise, da
qual a pessoa procura libertação.
A crise sobre a qual Habacuque pediu ajuda era a violência que permeava a sociedade. Em hebraico, a palavra para “violência” é hamas, e é usada seis vezes no livro de Habacuque. O termo implica atos que prejudiquem as pessoas tanto física quanto moralmente (Gn 6:11).
A crise sobre a qual Habacuque pediu ajuda era a violência que permeava a sociedade. Em hebraico, a palavra para “violência” é hamas, e é usada seis vezes no livro de Habacuque. O termo implica atos que prejudiquem as pessoas tanto física quanto moralmente (Gn 6:11).
Sendo profeta, Habacuque sabia bem o quanto Deus ama a justiça e odeia a opressão. Por isso, ele quis saber por que Deus permitia que a injustiça continuasse. Por toda parte ele percebia violência e transgressão da lei, e parecia que os perversos triunfavam sobre os justos. A justiça estava sendo pervertida pelos poderosos, como ocorreu no tempo de Amós (Am 2:6-8), e como ocorre com tanta frequência hoje.
A resposta de Deus revelou Seus planos futuros. O Senhor usaria o exército de Babilônia para punir o povo. Esse anúncio surpreendeu o profeta. Ele não esperava que Deus usasse um exército tão cruel para disciplinar Judá. Em Habacuque 1:8, a cavalaria babilônica é comparada a leopardos, lobos e águia, três predadores cuja velocidade e poder trazem morte violenta às suas presas.
A arrogância implacável de Babilônia não reconhece nenhuma responsabilidade, não busca arrependimento e não oferece reparações. Ela transgride a ordem mais fundamental da vida criada. Habacuque foi informado de que o exército de Babilônia seria usado como uma vara da ira divina (compare com Is 10:5). A punição ocorreria durante a vida de Habacuque (Hc 1:5). Toda essa situação levanta perguntas ainda mais difíceis sobre a justiça divina.
Como podemos aprender a confiar na bondade e justiça de Deus,
quando o mundo parece tão cheio de maldade e injustiça? Qual é o nosso
único recurso?
SEGUNDA
Vivendo pela fé
Em Habacuque 1:12-17, a resposta de Deus às perguntas do
profeta levanta uma questão ainda mais inquietante: Um Deus justo pode
usar o ímpio para punir os que são mais justos do que eles? A pergunta
de Habacuque no verso 17 tinha a ver com a justiça divina.
Habacuque estava confuso, não apenas pela degeneração de seu próprio povo, mas também pela certeza de que seu povo seria julgado por outro povo, pior que ele. O profeta estava bem ciente dos pecados de Judá, mas sabia que os justos do seu povo não podiam ser comparados com os pagãos babilônios.
2. Leia Habacuque 2:2-4. Que esperança é apresentada ali?
Habacuque 2:2-4 é uma das passagens mais importantes da Bíblia.
O verso 4, em especial, expressa a essência do evangelho, o fundamento
do verso que começou a Reforma Protestante. Pela fé em Jesus Cristo,
recebemos a justiça de Deus. Essa justiça divina é creditada a nós e se
torna nossa. Isso é conhecido como justificação pela fé.
3. O texto de Habacuque 2:4
é um resumo do caminho da salvação e do ensino bíblico sobre a
justificação pela fé. Como os escritores do Novo Testamento usam esse
verso? Rm 1:17; Gl 3:11; Hb 10:38
Em meio a todo esse tumulto e perguntas sobre o mal, a justiça e
a salvação, Habacuque 2:4 apresenta forte contraste entre o fiel e o
soberbo. A conduta de cada grupo determina seu destino: os arrogantes
fracassarão enquanto os justos viverão pela fé. A palavra hebraica para
fé (‘emuna) é melhor traduzida como “fidelidade”, “constância” e
“confiabilidade”. Embora aquele que vive pela fé não seja salvo por suas
obras, seus atos mostram que ele vive pela fé. Sua fé é revelada em
obras e, assim, a vida eterna é prometida a essa pessoa.
TERÇA
A Terra se encherá (Habacuque 2)
O capítulo 2 de Habacuque traz a resposta de Deus à pergunta do
profeta em Habacuque 1:17. Depois dessa resposta, temos um cântico que
zomba do opressor orgulhoso. Nada menos que cinco ais (Hc 2:6, 9, 12,
15, 19) afirmam a mensagem de que a destruição de Babilônia está selada.
A punição do inimigo estaria de acordo com o princípio “medida por
medida”. O que os ímpios fizessem às suas vítimas seria, no fim, feito a
eles. Colheriam o que houvessem semeado, porque Deus não pode ser
zombado pelos orgulhosos seres humanos (Gl 6:7).
Em contraste com o opressor que seria julgado por Deus, o justo tinha a promessa da vida eterna em Cristo, independentemente do que acontecesse com eles nesta vida. Ao descrever o remanescente fiel no tempo do fim, o livro do Apocalipse apresenta a expressão “a paciência dos santos” (Ap 14:12, RC). Na verdade, os justos são persistentes na espera pela intervenção divina, mesmo que a vejam somente na segunda vinda de Cristo.
4. Leia Hebreus 11:1-13. Como esses versos nos ajudam em nossa luta com as mesmas questões com as quais Habacuque lutou?
A resposta final de Deus às perguntas de Habacuque foi a
afirmação de Sua presença permanente. Certeza da presença de Deus e
confiança em Seu juízo. Apesar das aparências em contrário, essa é a
mensagem do livro de Habacuque, bem como de toda a revelação bíblica. Fé
profética é confiança no Senhor e em Seu caráter imutável.
“A fé que fortaleceu Habacuque e todos os santos e justos naqueles dias de grande provação, é a mesma que sustém o povo de Deus hoje. Nas horas mais escuras, sob as mais proibitivas circunstâncias, o cristão fiel pode firmar-se sobre a fonte de toda luz e poder. Dia a dia, pela fé em Deus, sua esperança e ânimo podem ser renovados” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 386, 387).
QUARTA
Lembrando a glória divina
5. Leia Habacuque 3.
O que o profeta estava fazendo ali, e por que isso é tão importante,
especialmente levando em conta as circunstâncias e perguntas difíceis
que ele estava enfrentando?
Habacuque expressou sua aceitação dos caminhos de Deus em uma
oração cantada (Hc 3:19). Tendo plena consciência do poder de Deus, ele
pediu que o Senhor Se lembrasse de Sua misericórdia quando o juízo
começasse. O profeta lembrou reverentemente os relatos dos grandes atos
de Deus no passado e orou para que Ele trouxesse redenção em seus dias.
Parecia que ele estava entre dois tempos. Com um olho olhava para trás,
para o evento do Êxodo, enquanto com o outro, olhava adiante, para o dia
do Senhor. Ele esperava uma revelação do poder de Deus em sua situação
atual.
O hino do capítulo 3 descreve poeticamente a libertação de Israel da escravidão egípcia. O que havia acontecido na época do Êxodo era um prenúncio do grande dia do juízo. O piedoso não devia ficar ansioso a respeito do dia do Senhor, mas devia esperar, perseverar e se alegrar na esperança que lhe pertencia.
O hino era também uma celebração do poder, glória e natureza vitoriosa de Deus. O Senhor é descrito como soberano sobre toda a Terra. A revelação de Sua glória é comparável ao esplendor do nascer do Sol (Hc 3:4).
Deus julga as nações opressoras. No entanto, ao mesmo tempo, Ele operou a redenção do Seu povo em Seus “carros de vitória” (Hc 3:8). O poder de Deus nem sempre é visível superficialmente, mas a pessoa de fé sabe que Deus está ali, não importa o que aconteça.
Habacuque nos convida a olhar com expectativa para a salvação do Senhor, quando Ele estabelecerá Sua justiça sobre a Terra e encherá o mundo com Sua glória. Ao cantar louvores ao Senhor, o povo de Deus encoraja uns aos outros a meditar sobre os atos passados de Deus e sobre a esperança para o futuro glorioso (Ef 5:19, 20; Cl 3:16). O próprio exemplo de Habacuque demonstra como se pode perseverar ao viver tendo essa visão da salvação.
Pense na liderança do Senhor sobre sua vida no passado. Isso o
ajuda a confiar mais nEle e em Sua bondade, não importando o que o
futuro trará? Por que é sempre tão importante olhar para o futuro final e
eterno que nos espera?
QUINTA
Deus é nossa força
Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto
da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; [...] todavia,
eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é
a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar
altaneiramente” (Hc 3:17-19).
6. O que há de bom na atitude do profeta em Habacuque 3:17-19? Como podemos cultivar tal atitude? Compare com Fp 4:11
As palavras finais do livro de Habacuque (Hc 3:16-19) trazem a
resposta do profeta à revelação do poder e da bondade de Deus. Um novo
olhar sobre os atos salvadores de Deus despertou a coragem de Habacuque,
enquanto ele esperava o ataque do inimigo. O medo agitou seu íntimo
enquanto ele esperava que o juízo divino caísse sobre sua nação. A
invasão poderia resultar na devastação das figueiras e oliveiras, tão
valorizadas na Palestina, juntamente com as videiras, cereais e o gado,
igualmente necessários. Mas a fé firme do profeta permanecia intocada,
porque ele tinha uma visão do Senhor vivo.
Com base em suas experiências passadas, Habacuque conhecia a fidelidade absoluta de Deus. Foi por isso que ele se submeteu aos propósitos de Deus naquela ocasião (Hc 3:16-19). Apesar de todas as circunstâncias desfavoráveis, o profeta estava determinado a colocar sua confiança no Senhor e na Sua bondade, não importando se sua situação parecesse desesperadora.
Habacuque esperava com firme confiança, mesmo que não houvesse sinais imediatos de salvação. Ele foi um profeta que, por meio do diálogo, insultos e hino de louvor, tem instruído os fiéis ao longo dos séculos a desenvolver uma fé mais profunda e viva no Redentor. Por seu exemplo, ele incentiva o piedoso cristão a dialogar com Deus, a colocar à prova sua fidelidade a Ele em tempos difíceis, a desenvolver esperança no Senhor e a louvá-Lo.
Habacuque encerrou seu livro com uma atitude de fé expressa de modo muito bonito: Independentemente de como a vida pudesse se tornar difícil, seria possível encontrar alegria e força em Deus. A mensagem essencial de seu livro aponta para a necessidade de esperar pacientemente a salvação divina em um período de opressão, mesmo que pareça não ter fim. “Esperar no Senhor” é o tema que domina o livro de Habacuque. Esse tema teria relevância especial para nós, adventistas do sétimo dia que, como nosso nome diz, temos fé na segunda vinda de Jesus?
SEXTA
Estudo adicional
Há uma resposta à pergunta de Habacuque, não em termos de
pensamento, mas de eventos. A resposta de Deus acontecerá, mas não pode
ser expressa em palavras. A resposta certamente virá. ‘Ainda que demore,
espere-a’ (Hc 2:3, NVI). É verdade, é difícil suportar o tempo. O justo
fica horrorizado com o que vê. Para isso, a grande resposta é dada: ‘O
justo viverá pela sua fé’ (Hc 2:4). Mais uma vez, é uma resposta não em
termos de pensamento, mas de existência. A fé profética é confiança
nAquele em cuja presença a tranquilidade é uma forma de entendimento”
(Abraham J. Heschel, The Prophets [Os Profetas], p. 143).
“A firme palavra da profecia encontrará seu final cumprimento no glorioso advento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, como Rei dos reis e Senhor dos senhores. O tempo de espera pode parecer longo, o coração pode ser oprimido por circunstâncias desanimadoras, muitos daqueles em quem confiamos podem cair ao longo do caminho; mas, a exemplo do profeta que procurou encorajar Judá em tempo de apostasia sem precedente, confiantemente declaremos: ‘O Senhor está no Seu santo templo; cale-se diante dEle toda a Terra’” (Hc 2:20, RC; Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 387, 388).
Como os comentários acima nos ajudam a compreender melhor as mensagens de Habacuque?
Perguntas para reflexão
1. Resuma o diálogo de Habacuque com Deus. Qual foi sua queixa básica? Como ele reagiu às respostas divinas?
2. Será que, aos olhos de Deus, perguntas honestas e até dúvidas são atitude religiosa mais aceitável do que a mera crença superficial?
3. Os adventistas do sétimo dia de gerações passadas acreditavam que Cristo voltaria em seu tempo e que eles veriam o cumprimento final de todas essas promessas maravilhosas. Como podemos aprender a manter a fé enquanto aguardamos a vinda de Jesus em nossa geração?
Respostas sugestivas: 1. Habacuque perguntou a
Deus até quando a violência e a injustiça, causadas pelo povo de Deus e
pelos seus inimigos, dominariam a terra. Até quando Deus toleraria a
opressão? 2. A esperança trazida pela visão sobre a restauração que
ocorrerá no tempo do fim. Os justos viverão pela fé, esperando o
cumprimento dessa visão. 3. Paulo afirmou que o evangelho revela a
justiça divina de fé em fé, de acordo com Habacuque, que ninguém será
justificado pela lei diante de Deus e que os justos não retrocedem no
caminho da fé. Por isso agradam ao Senhor. 4. Pela fé podemos ter
certeza do futuro, ver o invisível e entender que Deus é o Criador;
Abel, Enoque, Noé, Abraão e Sara aceitaram o chamado de Deus, seguiram o
caminho da fé e justiça e enfrentaram dificuldades. 5. Entoando um
cântico, no qual expressou sua angústia, orou a Deus suplicando ajuda,
descreveu a atuação de Deus como Guerreiro e louvou ao Senhor por Sua
atuação contra os inimigos de Seu povo e pela salvação de Seus fiéis. 6.
Diante da crise do momento, o profeta demonstrou confiança e alegria
por causa da obra de Deus em favor de Seus servos e da Sua salvação.
Habacuque aprendeu e decidiu estar contente em toda e qualquer
circunstância.
Domingo
Domingo
sábado, 18 de maio de 2013
sexta-feira, 10 de maio de 2013
LIÇÃO 6 - ANSIOSOS PARA PERDOAR (JONAS)
Lição 6 - Ansioso para perdoar (Jonas)
|
4 a 11 de maio
|
Sábado à tarde |
Ano Bíblico: 1Cr 10–12 |
VERSO PARA MEMORIZAR:
“Com a voz do agradecimento, eu Te oferecerei sacrifício; o que votei pagarei. Ao Senhor pertence a salvação!” (Jn 2:9).
Leituras da Semana:
Pensamento-chave: O livro de Jonas revela, entre outras coisas, que Deus está mais disposto a perdoar do que nós geralmente estamos.Ahistória de Jonas é uma das mais conhecidas da Bíblia. O profeta havia sido enviado por Deus para advertir Nínive da iminente destruição. Ele suspeitava que esse povo não hebreu pudesse se arrepender de seus pecados e que Deus o perdoaria. Sendo profeta verdadeiro, Jonas sabia que o plano de Deus era salvar Nínive, não destruí-la. Talvez por isso ele, no início, tentou fugir. No entanto, devido a forças além de seu controle, Jonas mudou de ideia e obedeceu à ordem de Deus.
Em resposta à sua pregação, toda a cidade acreditou na mensagem e se arrependeu de uma forma que, infelizmente, não aconteceu com Israel e Judá. Jonas, entretanto, tinha uma série de lições importantes a aprender. A história mostra como Deus estava ensinando pacientemente ao Seu profeta mesquinho e teimoso o significado da graça, da misericórdia e do perdão.
Domingo |
Ano Bíblico: 1Cr 13–16 |
O profeta desobediente (Jonas 1)
Não se sabe muito sobre Jonas ou seus antecedentes familiares. Conforme 2 Reis 14:25, ele viveu no norte de Israel e ministrou durante o oitavo século antes de Cristo. O mesmo texto revela que Jonas previu uma expansão territorial do reino de Israel.
Historicamente, Nínive era uma das três grandes cidades da Assíria, um importante país situado junto ao rio Tigre. Visto que Deus é o Senhor de todas as nações e que todos os povos são responsáveis diante dEle (Am 1–2), Ele enviou Seu servo Jonas para que avisasse os ninivitas sobre a destruição iminente. A ordem divina de clamar contra Nínive (Jn 1:2) também pode ser traduzida como “pregar para ela”.
A cruealdade dos assírios era notória. Cerca de um século mais tarde, o profeta Naum chamou Nínive de “cidade sangrenta, toda cheia de mentiras e de roubo” (Na 3:1). Jonas foi enviado para anunciar a mensagem de Deus para essas pessoas. Entre outras coisas, talvez tenha sido o medo dos odiados assírios que motivou a atitude de Jonas. Quando instruído por Deus a fazer uma viagem para Nínive, no oriente, o profeta se recusou e tentou fugir de navio para Társis, no ocidente.
No começo, todas as coisas pareciam dar certo para Jonas, mas o Senhor enviou uma grande tempestade contra o navio, a fim de ensinar ao Seu servo a lição de que ninguém pode se esconder de Deus.
Jonas fugiu de Deus porque não queria cumprir a vontade dEle. Hoje, as pessoas fogem de Deus por muitas razões. Algumas, porque não O conhecem pessoalmente. Outras rejeitam até mesmo a ideia de Deus e Sua Palavra. Embora seus motivos variem, em muitos casos, elas fazem isso para escapar da culpa que sentem por sua maneira de viver. Afinal, se não há um poder superior a quem devamos responder, por que não fazer tudo que quisermos? Há até mesmo cristãos que evitam Deus quando Ele os chama a fazer algo que não querem fazer, algo contrário à sua natureza inerentemente egoísta e pecaminosa.
1. Por que não podemos fugir de Deus? Sl 139:1-12
Que sentimentos a verdade apresentada no Salmo 139 desperta em você? Considere assim: cremos que Deus não apenas vê tudo o que fazemos, mas conhece até mesmo nossos pensamentos. Mantemos essa compreensão, ou temos a tendência de questioná-la e apagá-la de nossa mente? Será que estamos tão acostumados com essa ideia, que simplesmente não damos muita atenção a ela? Independentemente das razões, haveria diferença em sua atitude se, em todos os momentos, você fosse sensível ao fato de que Deus conhece todos os seus pensamentos?
Testemunha relutante
Jonas 1 mostra que o Senhor desejou impedir a fuga do profeta. Por isso, Ele trouxe uma tempestade tão severa que ameaçou provocar um naufrágio. Os marinheiros invocaram seus deuses em busca de ajuda. Devido à força da tempestade, eles pensaram que alguém devia ter provocado a ira dos deuses. Tiraram a sorte para decidir quem seria a primeira pessoa que, dando informações sobre si mesma, pudesse explicar essa afronta. Para lançar a sorte, cada indivíduo trouxe uma pedra ou um pedaço de madeira identificado. Os objetos foram colocados num recipiente que foi agitado até que um deles foi sorteado. A sorte recaiu sobre Jonas, que confessou seus pecados e pediu que os marinheiros o atirassem no mar.
Essa história é notável porque os marinheiros não hebreus agiram positivamente, enquanto Jonas foi apresentado em uma visão negativa. Embora adorassem muitos deuses, os marinheiros mostraram grande respeito pelo Senhor a quem oraram. Eles também foram compassivos para com Jonas, o servo do Senhor, razão pela qual saíram de seu caminho para tentar remar de volta à terra. Finalmente, concordaram com a ideia de que Jonas devia ser jogado ao mar. Depois que fizeram isso, a tempestade parou e, em gratidão, os marinheiros ofereceram sacrifícios ao Senhor.
2. Como Jonas descreveu o Senhor a quem ele disse que temia? O que é significativo nessa descrição? Jn 1:9; Ap 14:7; Is 42:5; Ap 10:6
A confissão de fé em Deus como Criador do mar e da terra ressalta a futilidade das tentativas do profeta de escapar da Sua presença. A cessação imediata da tempestade depois que os homens jogaram Jonas no mar mostrou-lhes que o Senhor, como Criador, tinha o controle do mar. Devido a isso, os marinheiros adoraram o Senhor ainda mais. A Bíblia não diz quanto tempo durou o recém-descoberto temor e respeito pelo Criador. Não há dúvida, porém, de que eles aprenderam alguma coisa sobre Deus com essa experiência.
Mal podemos compreender muitas das maravilhas do mundo em torno de nós, muito menos tudo o que está além do alcance dos nossos sentidos e até mesmo da nossa imaginação. Como o Criador fala com você por meio do que Ele fez?
O salmo de Jonas
Quando Jonas foi lançado ao mar, um grande peixe o engoliu por ordem de Deus. Jonas deve ter pensado que a morte realmente seria a única forma de escapar da missão de pregar em Nínive. Mas o grande peixe (não chamado de baleia no livro de Jonas) foi um instrumento de salvação para o profeta. Ao contrário de Jonas, essa criatura respondeu prontamente às ordens de Deus (Jn 1:17; 2:10).
A providência divina atuou de uma forma incrível e, por mais que algumas pessoas zombem da história, Jesus testemunhou de sua veracidade (Mt 12:40) e até mesmo a usou em referência à Sua própria morte e ressurreição.
3. Jonas 2 muitas vezes é chamado de salmo de Jonas. O que o profeta havia aprendido? Que princípios espirituais podemos tirar desse capítulo? Jn 2
O salmo de Jonas celebra a divina libertação das perigosas profundezas do mar. É a única parte poética do livro. Nela Jonas relembra sua oração em busca de ajuda enquanto estava afundando nas águas profundas e enfrentando a morte certa. Ao tomar plena consciência de sua salvação, ele agradeceu a Deus por isso. O hino indica que Jonas estava familiarizado com os salmos bíblicos de louvor e ação de graças.
O voto de Jonas provavelmente consistisse em um sacrifício de ação de graças. Ele estava agradecido porque, embora merecesse morrer, Deus mostrou-lhe extraordinária misericórdia. Apesar de sua desobediência, Jonas ainda se considerava fiel a Deus porque não tinha sucumbido à adoração de ídolos. Apesar de suas muitas falhas de caráter, ele estava determinado a ser fiel à sua vocação.
Às vezes, é preciso que enfrentemos uma experiência terrível para abrir o coração ao Senhor, para perceber que Ele é a nossa única esperança e salvação. Pense em uma experiência que você teve e em que viu claramente a mão do Senhor atuando em sua vida. Por que é tão fácil esquecer a maneira pela qual o Senhor nos guia, quando surgem provações?
Missão vitoriosa
Depois de um livramento tão miraculoso, quando Deus o mandou pela segunda vez a pregar em Nínive, Jonas obedeceu imediatamente. Em sua pregação (Jn 3:1-4), Jonas usou uma linguagem que lembrava a destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19). Mas, no original hebraico, a palavra para “subverter” ou “destruir” (Gn 19:21, 29; Jn 3:4), usada na pregação de Jonas, também pode ter o significado de “mudar a direção” ou “transformar” (Êx 7:17, 20; 1Sm 10:6). A pregação da mensagem divina não foi em vão.
A maior conquista da carreira profética de Jonas foi o arrependimento da cidade de Nínive. Depois dos marinheiros, os ninivitas foram o segundo grupo de não hebreus do livro de Jonas a se voltar para Deus, e tudo por causa da interação com o imperfeito mensageiro do Senhor. Os resultados foram surpreendentes! Para se humilhar diante de Deus, o povo de Nínive vestiu roupas de panos de saco, colocou cinzas sobre a cabeça e jejuou. Todos esses foram sinais exteriores de tristeza e arrependimento.
4. Leia Mateus 12:39-41 e 2 Crônicas 36:15-17. O que esses versos nos ensinam sobre a importância do arrependimento?
A imagem de um poderoso monarca assírio se humilhando em cinzas diante de Deus é uma forte censura a muitos dos orgulhosos governantes e do povo de Israel, pelo menos os que rejeitaram persistentemente o chamado profético ao arrependimento. Por causa da ênfase do livro de Jonas na graça e no perdão de Deus, o povo judeu o lia todos os anos, no ponto culminante do Dia da Expiação, que celebrava o perdão de Deus para seus pecados.
“Nosso Deus é um Deus de compaixão. Ele trata os transgressores da Sua lei com longanimidade e terna misericórdia. E ainda, em nossos dias, quando homens e mulheres têm tantas oportunidades de se familiarizar com a lei divina, revelada nas Sagradas Escrituras, o grande Governador do Universo não pode olhar com satisfação para as ímpias cidades, onde reina a violência e o crime. Se as pessoas dessas cidades se arrependessem, como fizeram os habitantes de Nínive, muito mais mensagens como a de Jonas seriam anunciadas” (Ellen G. White, The Advent Review e Sabbath Herald [A Revista do Advento e o Arauto do Sábado], 18 de outubro de 1906).
Leia Jonas 3:5-10. O que esses versos revelam sobre a natureza do verdadeiro arrependimento? Como podemos aplicar esses mesmos princípios à nossa vida?
Quinta |
Ano Bíblico: 1Cr 28, 29 |
Perdoado, mas incapaz de perdoar
5. Leia Jonas 4. Que lições importantes o profeta precisava aprender? Como sua hipocrisia foi revelada?
Jonas 4 revela algumas coisas surpreendentes sobre o profeta. Ele parecia preferir morrer em lugar de testemunhar sobre a graça e o perdão de Deus. Embora tivesse se alegrado em seu livramento da morte (Jn 2:7-9), visto que Nínive vivia, ele preferia morrer (Jn 4:2, 3).
Em contraste com Jonas, Deus é retratado na Bíblia como Alguém que não tem “prazer na morte do perverso” (Ez 33:11). Jonas e muitos de seus compatriotas se alegraram nas misericórdias especiais de Deus para com Israel, mas queriam Sua ira sobre seus inimigos. Essa dureza de coração é repreendida severamente pela mensagem do livro de Jonas.
Que lições podemos aprender com os erros de Jonas? Como o preconceito compromete nosso testemunho cristão?
Dizem, com razão, que o livro de Jonas é um manual sobre a maneira de não ser um profeta. Jonas era um profeta de espírito rebelde e prioridades equivocadas. Ele não podia controlar seu desejo de vingança. Era mesquinho e mal-humorado. Em vez de se alegrar na graça que Deus mostrou também aos ninivitas, Jonas permitiu que seu orgulho egoísta e pecaminoso o tornasse ressentido.
Em suas últimas palavras, Jonas pediu a morte (Jn 4:8, 9), enquanto as últimas palavras de Deus foram uma confirmação de Sua graça imensurável, uma afirmação da vida.
O livro de Jonas é deixado em aberto. Seus versos finais confrontam os leitores com uma questão importante que permanece sem resposta: Será que a mudança miraculosa no coração dos ninivitas resultou em mudança radical no coração de Jonas?
Há muita coisa na história de Jonas que é difícil de entender, especialmente sobre o próprio Jonas. Talvez, porém, a lição mais clara é a de que a graça e o perdão divinos vão muito além dos nossos. Como podemos aprender a ser mais bondosos e perdoadores com os que não merecem, como Deus foi com Jonas e com os ninivitas?
Sexta |
Ano Bíblico: 2Cr 1–4 |
Estudo adicional
Sempre que estão em necessidade, os filhos de Deus têm o precioso privilégio de apelar a Ele em busca de ajuda. Não importa quão inadequado seja o lugar, o ouvido misericordioso de Deus está aberto ao seu clamor. Por mais desolado e escuro que seja o local, ele pode ser transformado em um verdadeiro templo pelo filho de Deus que ora” (Ellen G. White, Seventh Day Adventist Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 4, p. 1003).
“Confuso, humilhado e incapaz de compreender o propósito de Deus em poupar Nínive, ainda assim Jonas havia cumprido a comissão a ele concedida de advertir a grande cidade e, embora o acontecimento predito não se tivesse realizado, a mensagem de advertência era de Deus e ela cumpriu o propósito que Ele lhe havia designado. A glória de Sua graça foi revelada entre os pagãos” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 272, 273).
Como as citações acima nos ajudam a entender com mais clareza as mensagens do livro de Jonas?
Perguntas para reflexão
1. O livro de Jonas ensina que Deus tem pleno controle da natureza. Imagine que um de seus amigos perca um membro da família por causa de um desastre natural. Como você explicaria a ele que Deus ainda está no comando, apesar dos desastres que assolam partes do mundo e destroem muitas vidas?
2. Leia o último versículo do livro de Jonas. O que ele nos ensina sobre nossa responsabilidade pela missão de evangelizar todos os cantos da Terra?
3. Na parábola do servo incompassivo (Mt 18:21-35), Jesus comparou Deus a um rei irado que revogou seu perdão e lançou na prisão o servo que anteriormente havia sido perdoado. Deus revoga Seu perdão? Alguns cristãos argumentam que Ele não faz isso. Qual é a nossa posição sobre esse assunto?
4. Para muitas pessoas mergulhadas no secularismo, a ideia de um homem sendo engolido vivo e permanecendo dentro de um “grande peixe” não é algo para ser levado a sério. Como vimos anteriormente, no entanto, Jesus testemunhou claramente sobre a veracidade da história. Como a história de Jonas nos ajuda a perceber que uma visão antissobrenaturalista da realidade é realmente estreita e limitadora?
Respostas sugestivas: 1. Deus sabe tudo sobre minha vida e está em todos os lugares. Ele tem todo o poder. 2. Deus do Céu, criador do mar e da terra; Jonas declarou que o Senhor é o único Deus verdadeiro, pela capacidade de criar. 3. Deus responde à nossa oração; Deus permite que as ondas nos envolvam para que mudemos de atitude; Ele nos perdoa e nos dá uma nova oportunidade de servir; Deus salvou o profeta das profundezas do mar; é inútil confiar em ídolos. 4. O milagre mais importante é o arrependimento. Por isso, muitos ninivitas serão salvos, ao contrário de muitos israelitas. O povo de Deus foi levado em cativeiro porque não se arrependeu de seus pecados. 5. Embora Deus alerte a respeito das consequências do pecado, Ele deseja ajudar a todos; Deus ama os pecadores, mas odeia o pecado; o perdão divino alcança todas as etnias; Jonas reconheceu que precisava do perdão, mas não queria que os pagãos fossem perdoados. Jonas foi hipócrita porque teve compaixão de uma planta, mas não teve misericórdia dos habitantes de Nínive.
domingo, 28 de abril de 2013
Lição 5 - Busque o Senhor e viva! (Amós)
Lição 5 - Busque o Senhor e viva! (Amós)
VERSO PARA MEMORIZAR:
“Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e, assim, o Senhor, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis” (Am 5:14).
Leituras da Semana:
Pensamento-chave: Amós nos lembra que existe vida apenas quando buscamos o Senhor.
Houvessem os filhos de Israel sido leais ao
Senhor, Ele teria cumprido Seu desígnio, honrando-os e exaltando-os.
Houvessem andado nos caminhos da obediência, Ele os teria exaltado
“sobre todas as nações que fez, para louvor, e para fama, e para glória”
(Dt 26:19, RC). “Todos os povos da Terra verão que és chamado pelo nome
do Senhor”, disse Moisés, “e terão temor de ti” (Dt 28:10, RC). “Os
povos [...] ouvindo todos estes estatutos, dirão: Certamente, este
grande povo é gente sábia e inteligente” (Dt 4:6). Devido a sua
infidelidade, porém, o desígnio de Deus só pôde ser executado por meio
de contínua adversidade e humilhação (Ellen G. White, O Desejado de
Todas as Nações, p. 28).
Nesta semana, enquanto continuamos a estudar o livro de Amós, veremos ainda mais as maneiras pelas quais o Senhor apelou ao Seu povo para abandonar seus pecados e voltar a Ele, a única verdadeira fonte de vida. No fim, temos apenas uma entre duas opções: vida ou morte. Não há meio termo. Amós nos mostra um pouco mais sobre as grandes diferenças entre essas escolhas.
DOMINGO -
Odiar o mal, amar o bem
As coisas tinham se tornado muito ruins em Israel. Havia corrupção, opressão e pecado. Chegou o momento em que a própria sobrevivência da nação estava em jogo. Por essa razão, Amós compôs um cântico fúnebre para lamentar a iminente morte de Israel (Am 5:1-15). Muitas vezes, nos livros proféticos, não se faz distinção entre a palavra do profeta e a palavra do Senhor. Assim, a lamentação de Amós é também a lamentação de Deus sobre Israel.
O objetivo desse cântico fúnebre era estimular as pessoas a encarar a realidade. Se elas persistissem em seus pecados, certamente morreriam. Se, por outro lado, rejeitassem o mal e voltassem para Deus, viveriam. Em Sua perfeição de caráter, o Senhor espera de Seu povo conformidade com a Sua vontade.
1. Como se aprende a odiar o mal e amar o bem? Am 5:14, 15; Hb 5:14; Rm 12:9; Pv 8:36
Amós convida as pessoas não apenas a parar de procurar o mal, mas também a odiá-lo e amar o bem. Nesta seção, as ordens são progressivas. Na Bíblia, os verbos amar e odiar (em hebraico ‘ahav e śane’), muitas vezes se referem a decisões e ações, e não simplesmente a sentimentos e atitudes. Em outras palavras, a mudança na atitude das pessoas leva à mudança em suas ações.
2. Nesse contexto, que advertência é encontrada em Isaías 5:20?
“Todo o que nesse dia mau se dispuser a servir a Deus com destemor, segundo os ditames de sua consciência, necessitará decoragem, firmeza e conhecimento de Deus e Sua Palavra. Os que forem fiéis a Deus serão perseguidos, seus motivos impugnados, desvirtuados seus melhores esforços e seus nomes repudiados como perversos. Satanás trabalhará com todo o seu poder enganador para influenciar o coração e obscurecer o entendimento, a fim de que o mal pareça bem, e o bem mal” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 431).
Se podemos ser levados a chamar o mal bem e o bem mal, como podemos aprender a amar o bem e odiar o mal? Qual é a nossa única proteção contra esse engano?
SEGUNDA - Religião habitual
3. Leia Amós 5:23, 24, Oseias 6:6, Mateus 9:13 e Salmo 51:17. Qual é o princípio apresentado nesses textos e como aplicá-lo na vida espiritual? Podemos ser culpados de fazer exatamente o que devemos evitar?
Mais do que a maioria dos outros livros da Bíblia, Amós focaliza a injustiça, crueldade e desumanidade. Ele também apresenta a perspectiva divina sobre tais práticas. Amós pregou que Deus desprezava os rituais vazios do formalismo morto das pessoas, e Ele as chamava para a reforma. O Senhor não estava satisfeito com as formas de adoração exteriores e vazias oferecidas a Ele por aqueles que, ao mesmo tempo, estavam oprimindo os semelhantes para obter ganho pessoal. A vida deles revelava que haviam perdido de vista a essência do que significa seguir ao Senhor. Eles também tiveram uma compreensão totalmente errada do significado mais profundo de Sua lei.
Na verdade, Deus rejeitou seus rituais religiosos porque não procediam da fé. As palavras mais importantes de Amós 5:1-15 estão na ordem para buscar ao Senhor e viver (Am 5:6). A atitude de buscar ao Senhor é contrastada com o ato de fazer peregrinações aos famosos centros religiosos em Betel, Gilgal, e Berseba (Am 5:5), três cidades com santuários que estavam destinados à destruição.
O que Deus realmente queria era justiça e retidão na Terra. A ordem de “buscar ao Senhor” é paralela à ordem de “buscar o bem”. O Senhor chamou o remanescente a se distanciar das más práticas, do formalismo religioso, e deixar que a retidão corra como um rio; e a justiça, como um ribeiro perene. Embora a justiça envolva o estabelecimento do que é certo diante de Deus, a retidão é a qualidade de vida em relação a Deus e aos outros na comunidade. A imagem aqui apresentada é a de um povo religioso, cuja religião tinha sido degenerada em nada, senão formas e ritos sem a mudança de coração que deve acompanhar a verdadeira fé (Dt 10:16). Devemos ter muito cuidado!
TERÇA - Chamado para ser profeta
Amós era de Tecoa, em Judá, mas Deus o enviou para profetizar em Israel. Ele foi ao reino do norte e pregou com tal poder que a terra não podia “sofrer todas as suas palavras” (Am 7:10). Certamente, muitos israelitas olharam para Amós com suspeita e o rejeitaram como mensageiro de Deus. Apesar da rejeição, ele cumpriu fielmente seu ministério profético.
4. Leia Amós 7:10-17. Como o profeta foi recebido? Que outros exemplos bíblicos revelam a mesma atitude? O que aprendemos com esses exemplos?
Entre os que não gostaram da pregação de Amós estava Amazias, sacerdote de Betel, que acusou o profeta de conspiração contra o rei de Israel. Betel foi um dos dois santuários reais, os próprios centros do culto apóstata. Amós havia predito em público que, se Israel não se arrependesse, seu rei morreria pela espada e o povo seria levado cativo. Amazias ordenou que Amós voltasse para a terra de Judá, onde suas mensagens contra Israel seriam mais populares.
Em sua resposta ao sacerdote, Amós afirmou que seu chamado profético viera de Deus. Alegou que não era um profeta profissional que podia ser contratado para profetizar. Amós se distanciou dos profetas profissionais que profetizavam em busca de ganho.
Falar a verdade não garante a aceitação, porque a verdade às vezes pode ser desconfortável e, se ela perturba os que estão no poder, pode despertar séria oposição. O chamado de Deus impeliu Amós a pregar de maneira tão franca e corajosa contra os pecados do rei e da nobreza do reino do norte que ele foi acusado de traição.
Qual é a nossa atitude quando ouvimos que nossas ações e nosso estilo de vida são pecaminosos e trarão punição sobre nós? O que nossa resposta diz sobre nós mesmos e sobre a necessidade de uma mudança de coração e atitude?
QUARTA - O pior tipo de fome
5. “Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a Terra, não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor. Andarão de mar a mar e do Norte até ao Oriente; correrão por toda parte, procurando a palavra do Senhor, e não a acharão” (Am 8:11, 12). Como devemos entender esses versos?
Em Amós 8, o profeta descreve os efeitos devastadores do juízo de Deus sobre o Israel impenitente. Deus punirá o povo por seus pecados enviando fome sobre a Terra. Mas nos versos 11 e 12, o profeta fala de fome e sede da Palavra de Deus. Essa tragédia se destacará acima de todas as outras, porque Ele ficará em silêncio, e nenhuma outra fome poderá ser pior.
Muitas vezes, quando o povo de Israel experimentava grande angústia, ele se voltava para o Senhor em busca de uma palavra profética, na esperança de orientação. Dessa vez, a resposta de Deus consistirá no silêncio. Uma parte do juízo de Deus sobre Seu povo será a retirada de Sua Palavra por meio dos Seus profetas.
Se o povo de Deus continuar a ser desobediente, diz o profeta, virá o tempo em que eles estarão ansiosos para ouvir a mensagem, mas será tarde demais para voltar à Palavra de Deus, na esperança de escapar do juízo. Esse é o resultado da recusa persistente de Israel em ouvir a mensagem de Deus por intermédio de Amós. Como Saul antes de sua última batalha (1 Sm 28:6), as pessoas um dia perceberão o quanto precisam da Palavra de Deus.
Uma população inteira procurará freneticamente a Palavra de Deus, a mesma Palavra que foi ignorada no tempo do profeta. Os jovens serão especialmente afetados. Enquanto as gerações anteriores tinham ouvido e rejeitado a Palavra de Deus, os jovens nunca terão a oportunidade de ouvir a proclamação profética.
6. Quais são os efeitos terríveis do silêncio de Deus? 1Sm 14:37; Sl 74:9; Pv 1:28; Lm 2:9; Os 5:6; Mq 3:5-7
De que forma é possível silenciar a voz de Deus em nossa vida? Por mais assustador que seja esse pensamento, reflita sobre suas implicações. Como podemos ter certeza de que isso não acontecerá conosco?
QUINTA - A restauração de Judá
O profeta se voltou da imagem obscura do pecado do povo e juízos resultantes para as promessas gloriosas da futura restauração (Am 9:11-15). O dia do Senhor, anteriormente descrito como dia do castigo (Am 5:18), agora é um dia de salvação, porque salvação, não punição, é a última palavra de Deus para Seu povo. No entanto, a salvação virá depois da punição, não em lugar dela.
Em meio a toda escuridão e destruição, Amós encerrou seu livro com uma mensagem de esperança. Diante da perspectiva de um exílio imediato, a dinastia de Davi havia caído tão fundo que já não podia ser chamada de casa, mas de cabana. Porém, o reino de Davi seria renovado e unido sob um único governante. Para além das fronteiras de Israel, outras nações invocariam o nome de Deus e desfrutariam de Suas bênçãos, juntamente com Israel. O livro termina com essa nota feliz e esperançosa.
Os profetas bíblicos não ensinaram que a punição divina existia por causa da punição em si. Por trás de quase todas as advertências estava o chamado para salvação. Embora a ameaça de exílio fosse iminente, o Senhor encorajou o remanescente com a promessa de restauração para a Terra. O remanescente desfrutaria da renovação da aliança. Os que experimentassem o juízo veriam Deus agindo para salvar e restaurar.
7. Qual é o cumprimento final das promessas de Amós sobre a restauração do povo de Deus? Lc 1:32, 33; At 15:13-18
Muitos professores judeus consideravam Amós 9:11 uma promessa messiânica dada a Abrão, reafirmada a Davi, e expressa ao longo do Antigo Testamento. O novo rei da linhagem de Davi reinará sobre muitas nações, em cumprimento da promessa de Deus a Abrão (Gn 12:1-3). O Messias reinará até mesmo sobre os inimigos, como Edom. As ruínas restauradas do povo de Deus nunca mais serão destruídas.
Por meio da vinda de Jesus Cristo, o maior Filho de Davi, Deus cumpriu Sua bondosa promessa. Tiago citou essa passagem de Amós para mostrar que a porta da salvação está aberta para que os gentios participem plenamente dos privilégios da aliança confiada à igreja. No Messias prometido, descendente de Abraão e Davi, Deus ofereceria Suas bênçãos redentoras a judeus e gentios.
O cumprimento final dessas promessas a todos os que as aceitam, judeus ou gentios, será visto apenas na segunda vinda de Cristo. Como podemos manter viva essa esperança e promessa, não permitindo que ela desapareça em meio às tensões da vida?
SEXTA - Estudo adicional
Nossa posição diante de Deus depende, não da quantidade de luz que temos recebido, mas do uso que fazemos da que possuímos. Assim, mesmo o pagão que prefere o direito, na proporção em que lhe é possível distingui-lo, acha-se em condições mais favoráveis do que os que têm grande luz e professam servir a Deus, mas desatendem a essa luz e, por sua vida diária, contradizem sua profissão de fé” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 239).
Perguntas para reflexão
1. Você odeia o mal e ama o bem, ou chama o mal bem e o bem mal? Por que esse perigo prevalece especialmente quando a cultura e a sociedade começam a mudar seus valores de forma a aceitar determinados comportamentos, estilos de vida e atitudes claramente condenadas na Bíblia? Não somos imunes às tendências culturais e sociais em que estamos imersos, não é verdade? Pense nas mudanças que aconteceram em sua cultura e sociedade ao longo dos anos. Por exemplo, que coisas antes consideradas vergonhosas e proibidas, agora são abertamente expressas, praticadas e consideradas boas ou, pelo menos, “não estão erradas”? Como essas mudanças afetaram as atitudes da igreja em relação a essas coisas? O que podemos fazer para não cair na armadilha perigosa de chamar o mal bem? Ao mesmo tempo, que mudanças culturais para o bem têm influenciado a igreja em um bom caminho, um modo que reflita mais de perto os princípios de amor e aceitação revelados pela vida de Jesus?
2. Pense mais na ideia de “fome” da Palavra de Deus. De que modo é provável que isso aconteça? Será que o Senhor esconderá propositalmente a verdade das pessoas, ou será que as atitudes delas as tornarão totalmente fechadas à Palavra?
3. Como adventistas do sétimo dia que têm tantos motivos para acreditar nas verdades recebidas, não estamos em perigo de pensar que nosso conhecimento dessas verdades é tudo de que precisamos? Como as verdades com as quais fomos abençoados devem afetar nossa maneira de viver e interagir com os outros, na igreja e em nossa comunidade? Como podemos viver as verdades que nos foram confiadas? Por que isso é tão importante?
Respostas sugestivas: 1. Procurando o bem e não o mal; estabelecendo a justiça; crescendo espiritualmente pelo conhecimento e prática da Palavra de Deus; apegando-se ao bem e à sabedoria. 2. “Ai dos que ao mal chamam bem [...]; que fazem da escuridade luz [...]; põem o amargo por doce [...]” 3. Se não praticamos a justiça, o som dos cânticos de louvor e dos instrumentos musicais não têm valor diante de Deus; misericórdia e conhecimento de Deus são mais importantes do que sacrifícios; arrependimento tem mais valor do que aparência de justiça. 4. Foi perseguido e acusado de conspiração. Jeremias, Zacarias (2Cr 24) e Elias também foram rejeitados, porque as pessoas não queriam ouvir a mensagem de Deus. 5. O Senhor deixaria de Se revelar ao povo, indicando Sua separação do povo rebelde. No futuro, o Espírito Santo será retirado dos pecadores impenitentes. 6. Saul não obteve resposta de Deus. O rompimento da comunicação com Deus destrói a prosperidade material; os que rejeitam a Deus, depois O procuram e não encontram; os profetas ficarão envergonhados. 7. O reinado do Messias sobre Israel e todas as nações que O aceitarem.
Assinar:
Postagens (Atom)