domingo, 8 de julho de 2012

LIÇÃO 2 - PRESERVANDO RELACIONAMENTOS

Lição 2
7 a 14 de julho



Preservando relacionamentos


Casa Publicadora Brasileira – Lição 232012



Sábado à tarde Ano Bíblico: Sl 135–139

VERSO PARA MEMORIZAR: “Quem é a nossa esperança, alegria ou coroa em que nos gloriamos perante o Senhor Jesus na Sua vinda? Não são vocês? De fato, vocês são a nossa glória e a nossa alegria” (1Ts 2:19, 20, NVI).

Leituras da semana: At 17:5-34; 1Co 1:18–2:2; 1Ts 2:17–3:10

Pensamento-chave: O verdadeiro evangelismo leva a relacionamentos que podem resistir ao teste do tempo e durar pela eternidade.

Durante três semanas Paulo realizou uma série de reuniões evangelísticas em Tessalônica. Foi uma série muito animada, mas incitou a oposição dos líderes religiosos locais e de um grupo de malfeitores. Finalmente, Paulo foi expulso pelas autoridades da cidade, que também procuraram impedir seu retorno.

Esta lição fala das consequências da tentativa de Paulo de evangelizar Tessalônica. Para Paulo, depois dessa experiência, teria sido fácil focalizar a oposição e outros obstáculos do caminho. Em vez disso, a mente dele estava concentrada principalmente nos relacionamentos que tinha desenvolvido com os membros da nova comunidade cristã de Tessalônica.

Paulo ficou triste por não poder permanecer mais tempo com aqueles cristãos. Ele sabia que a brevidade do tempo que tinha passado com eles os tornaria mais vulneráveis ao desânimo e às influências negativas. Não podendo lhes falar pessoalmente, ele foi inspirado pelo Espírito Santo a lhes escrever duas cartas, as quais fazem parte do Novo Testamento.

Domingo Ano Bíblico: Sl 140–144

Oposição em Tessalônica


1. Qual foi a principal motivação para a oposição à mensagem de Paulo? Que declarações seus oponentes fizeram para que as autoridades locais se interessassem no caso? Como essas autoridades responderam? At 17:5-9


Quando alguém prega novos ensinamentos e as pessoas ficam entusiasmadas, os líderes e mestres dos outros grupos religiosos podem ficar com ciúmes.

A atenção que antes era dirigida a eles se volta para outros. Como resultado, eles podem se comportar de forma irracional a fim de reduzir a influência do novo mestre.

De acordo com o historiador romano Tácito, pouco antes dos eventos descritos em Atos 17, surgiu um conflito entre os judeus de Roma sobre um homem que Tácito chama de “Cresto”. Esse termo provavelmente reflita uma incompreensão romana do conceito judaico acerca do Messias, ou, em grego, “o Cristo.” Aparentemente, a pregação do evangelho, realizada por alguma pessoa, tinha dividido a comunidade judaica de Roma.

Para os oficiais romanos, o debate sobre o Messias soava como preparação para o estabelecimento de um novo rei no trono de Roma (At 17:7). Provavelmente, por essa razão, o imperador tenha expulsado todos os judeus de sua capital (At 18:2). Alguns desses exilados se estabeleceram em Tessalônica, ou passaram por ali, levando o conhecimento desses eventos para a cidade. Visto que o evangelho havia colocado de cabeça para baixo o mundo dos judeus de Roma, os líderes religiosos de Tessalônica estavam determinados a impedir que algo semelhante acontecesse ali.

Tessalônica era governada por um conselho municipal possivelmente de cinco ou seis “prefeitos” que tomavam decisões em grupo. Essa organização permitia considerável independência em relação a Roma, o que eles não gostariam de perder. Nessas circunstâncias, o comportamento dos oficiais da cidade foi bastante impressivo. A semelhança com os acontecimentos recentes em Roma poderia ter exigido severa punição física para os novos cristãos. Em vez disso, os líderes da cidade responderam de forma imparcial (compare com At 16:22-24). Eles se certificaram de que Paulo e Silas deixassem a cidade (At 17:10). Também exigiram uma quantidade significativa de dinheiro dos novos cristãos como garantia de que Paulo não seria causa de novas perturbações. Então, os líderes permitiram a saída de todos.

O ciúme e a inveja podem nos destruir. O que podemos aprender com a vida e os ensinamentos de Jesus para nos ajudar a vencer esses sentimentos fatais?

Segunda Ano Bíblico: Sl 145–150

O episódio em Bereia


Aperseguição pode ser uma via de mão dupla. Muitas vezes, ela é provocada pela calúnia contra os que não fizeram nada de errado. Mas também pode ser provocada por ações inadequadas dos cristãos (1Pe 3:13-16; 4:12-16). É muito provável que o tumulto em Tessalônica tenha sido motivado não só pela inveja dos adversários de Paulo, mas também pelas ações inadequadas dos novos crentes. As duas cartas aos Tessalonicenses revelam que Paulo tinha grandes preocupações acerca do comportamento público inadequado de alguns cristãos.

Paulo exortou os cristãos de Tessalônica a viver de modo tranquilo e a se comportar adequadamente entre os vizinhos gentios (1Ts 4:11, 12). Ele aconselhou os rebeldes entre eles (1Ts 5:14). Ordenou que eles se afastassem dos que andavam desordenadamente (2Ts 3:6, 7). Observou que alguns membros da igreja não apenas andavam de modo desordenado e ocioso, mas se haviam tornado “intrometidos” (2Ts 3:11). Assim, alguns membros eram um incômodo não apenas para a igreja, mas também para a sociedade. A perseguição em Tessalônica foi perversa, mas houve também comportamento censurável entre alguns novos cristãos.

2. Qual foi a diferença entre a experiência de Paulo em Bereia e em Tessalônica? O que aprendemos com essa diferença? At 17:10-15


Os bereanos estavam ávidos para conhecer mais sobre Deus e para entender melhor as Escrituras. Mas, embora tivessem ouvido com muita receptividade, eles também punham à prova tudo o que ouviam dos apóstolos com base no que encontravam em seu próprio estudo do Antigo Testamento.

Esse é um exemplo para nós. Podemos estar abertos a novas ideias, mas devemos sempre confrontá-las com base nos ensinamentos da Bíblia. Temos muitas coisas para aprender e muitas para desaprender. Ao mesmo tempo, devemos ter cuidado para evitar erros, uma vez que eles nos afastam da verdade.

Ainda que perturbadores de Tessalônica logo tivessem se intrometido na situação de Bereia, os judeus ali não fecharam a mente para a nova mensagem. Na verdade, “creram muitos dentre os judeus” (v. 12). Embora tivessem achado oportuno que Paulo seguisse para Atenas, permitiram que Silas e Timóteo permanecessem em Bereia a fim de incentivar e fortalecer os novos crentes.

Que exemplos temos em que a igreja cristã agiu de maneira claramente errada? Que lições podemos aprender com esses erros? Comente com a classe suas respostas.

Terça Ano Bíblico: Pv 1–3


Interlúdio em Atenas


De acordo com Atos 17:14-16, Silas e Timóteo ficaram em Bereia, enquanto Paulo foi acompanhado até Atenas. Paulo instruiu seus acompanhantes a fazer com que Silas e Timóteo se juntassem a ele em Atenas, mas não há nenhuma menção de que eles tivessem feito isso. Por outro lado, em 1 Tessalonicenses 3:1, 2, vemos que Paulo enviou Timóteo de volta de Atenas a Tessalônica. Assim, pelo menos Timóteo parece ter se unido a ele ali por um curto período.

3. Ao falar aos judeus em Atos 17:2, 3, Paulo começou com o tema do Messias no Antigo Testamento. Ao falar aos filósofos pagãos de Atenas (At 17:16-34), em que ponto ele começou? O que podemos aprender com essas abordagens diferentes?


Em lugar de ter simplesmente entrado em Atenas, ido até o Areópago (também conhecido como Colina de Marte) e envolvido os filósofos ali, Paulo primeiramente andou pela cidade durante algum tempo e fez observações. Ele também envolveu os judeus de Atenas e alguns gregos da sinagoga de lá. Além de evangelizá-los em sua maneira habitual (At 17:2, 3), ele também deve ter aprendido sobre a cultura dominante na cidade. O primeiro passo em qualquer esforço missionário é ouvir e aprender sobre a fé e os pontos de vista das pessoas que estamos tentando alcançar.

Paulo também passou algum tempo no mercado de Atenas (que ficava abaixo e à vista do Areópago, ou Colina de Marte), argumentando com todos os que estivessem dispostos a conversar com ele. No processo, ele provocou a curiosidade de alguns filósofos epicureus e estoicos, que o convidaram para discursar a eles no lugar tradicional para tais discussões.

Ele começou seu discurso aos intelectuais de Atenas com observações sobre sua cidade e religiões. Seu ponto de partida teológico foi a criação, um tópico em que tanto ele quanto eles estavam interessados. Em contraste com sua abordagem à sinagoga, ele não defendeu sua causa a partir das Escrituras, mas a partir de escritos com os quais eles estavam familiarizados (At 17:27, 28 ecoa e cita escritores gregos). Mas quando ele entrou no território que ia além dos limites em que eles estavam intelectualmente à vontade, parece que os filósofos encerraram abruptamente a discussão. Alguns indivíduos, no entanto, continuaram a conversar com Paulo e se tornaram cristãos.

Compreendemos bem as opiniões e crenças dos que nos cercam? Por que é importante conhecer um pouco dessas coisas enquanto procuramos testemunhar?

Quarta Ano Bíblico: Pv 4–7


Chegada a Corinto


Atos 18:1-18 contém duas importantes interseções com a história secular. A primeira é a expulsão dos judeus de Roma durante o reinado de Cláudio (At 18:2). Informações de fontes extrabíblicas colocam esse evento em 49 d.C. A outra importante interseção é a menção do procônsul Gálio (At 18:12). Visto que os procônsules em Corinto eram nomeados para períodos de um ano, a informação de inscrições e outros dados indicam que o mandato de Gálio ocorreu entre 50 e 51 d.C. Estudiosos críticos, muitas vezes duvidam da historicidade do livro de Atos, mas há muitas referências casuais como essas que confirmam sua descrição da história.

Timóteo deve ter viajado de Tessalônica para Bereia com Paulo e Silas (At 17:10, 14, 15), após sua expulsão de Tessalônica. Depois, se encontrou com Paulo em Atenas e foi enviado de lá para Tessalônica (1Ts 3:1, 2). Ali, ele se juntou a Silas (At 18:5) e, finalmente, viajou para se unir a Paulo em Corinto. A primeira epístola aos Tessalonicenses deve ter sido escrita de Corinto, logo após a chegada de Timóteo. Paulo sabia o que as pessoas estavam pensando na Acaia, onde Corinto estava localizada (1Ts 1:7, 8), e em 1 Tessalonicenses, ele estava respondendo às informações trazidas por Timóteo (1Ts 3:5, 6).

4. Qual foi o assunto principal da pregação de Paulo nessa passagem? Qual foi a diferença entre a estratégia missionária de Paulo em Atenas e em Corinto? 1Co 1:18–2:2


Paulo não deve ter ficado satisfeito com o resultado de seu encontro com os filósofos de Atenas, pois em Corinto ele decidiu utilizar uma abordagem mais direta para a mente grega. Ao fazer isso, ele não estava rejeitando a ideia de “alcançar as pessoas onde elas estão”, pois ele claramente promoveu esse tipo de abordagem na mesma carta (1Co 9:19-23). O que ele demonstrou em Atenas e Corinto foi que o processo de alcançar pessoas onde elas estão não é uma ciência exata, mas exige constante aprendizado e adaptação. Paulo não usou a mesma abordagem em todas as cidades. Ele era muito sensível às mudanças dos tempos, culturas e circunstâncias.

Qual é a relevância da mensagem da cruz para nós hoje, visto que a “sabedoria” do mundo muitas vezes se choca com a “loucura da cruz”?

Quinta Ano Bíblico: Pv 8–11

Paulo revela sua afeição


5. Como era o relacionamento e a ligação emocional de Paulo com os crentes de Tessalônica? O que isso nos ensina a respeito de como devemos nos relacionar com aqueles a quem ministramos? 1Ts 2:17–3:10


A profundidade do pensamento de Paulo e o tom de confronto (veja, por exemplo, Gl 1:6, 7;. 3:1-4; 4:9-11), às vezes fazem com que ele pareça desprezar os sentimentos e relacionamentos pessoais. Mas esse agradável interlúdio em 1 Tessalonicenses mostra o contrário. Ele era um evangelista intensamente relacional, de acordo com a grande comissão, que enfatiza principalmente a formação de discípulos (Mt 28:19, 20).

Na passagem acima, Paulo revelou suas emoções. Ele sentia falta e “intensa saudade” dos irmãos tessalonicenses. Paulo disse que, ao Jesus voltar, pretendia apresentar a Ele os crentes de Tessalônica como frutos de seu ministério. Paulo não ficaria contente apenas em ser salvo no fim do tempo. Ele queria evidências de que sua vida havia feito uma diferença permanente para o reino de Deus.

Quando Paulo não mais pôde suportar o desejo intenso de encontrar os tessalonicenses, enviou um amigo em comum para verificar como eles estavam. Paulo temia que, de alguma forma, Satanás os afastasse de suas convicções originais. Mas ele foi grandemente consolado quando Timóteo informou que eles estavam firmes na fé.

Há uma interessante sugestão de uma dinâmica mais profunda em 1 Tessalonicenses 3:6. Paulo se regozijou com o relatório de Timóteo de que eles mantinham um bom conceito a respeito dele e de que eles estavam ansiosos para vê-lo tanto quanto ele estava ansioso para encontrá-los. A partida de Paulo de Tessalônica havia sido repentina, e parece que ele tinha alguma incerteza sobre a maneira pela qual eles consideravam sua pessoa e sua ausência. A fidelidade dos tessalonicences fez grande diferença para Paulo. Talvez, o senso de valor pessoal de Paulo estivesse, até certo ponto, ligado ao sucesso de sua missão. Afinal, ele era apenas humano.

O relatório de Timóteo trouxe a Paulo uma intensa experiência de alegria em suas orações a Deus. Mas essa alegria não acabou com seu intenso desejo de vê-­los face a face e completar a educação deles na caminhada cristã. No entanto, não podendo estar pessoalmente com eles, Paulo enviou primeiro um mensageiro, Timóteo, e depois se comunicou por meio de cartas. Essas cartas fazem parte do Novo Testamento.

Sexta Ano Bíblico: Pv 12–15

Estudo adicional


Se nos humilhássemos perante Deus e fôssemos bondosos e corteses, compassivos e piedosos, haveria uma centena de conversões à verdade onde agora há apenas uma. Mas, professando ser convertidos, levamos conosco uma carga de egoísmo que consideramos excessivamente preciosa para ser abandonada. É nosso privilégio depositar esse fardo aos pés de Jesus, assumindo em seu lugar o caráter e a semelhança de Cristo. O Salvador está esperando que assim procedamos” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 189, 190).

“Durante Seu ministério, Jesus tinha conservado constantemente perante os discípulos o fato de que eles deviam ser um com Ele em Sua obra de resgatar o mundo da escravidão do pecado... Em toda a Sua obra Ele os estava preparando para o trabalho individual, que devia ser expandido à medida que seu número aumentasse” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 32).

Perguntas para reflexão
1. Que erros no comportamento dos cristãos dificultam o esforço para alcançar as pessoas?
2. Em Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 189 (veja acima), Ellen G. White identifica o “egoísmo” como obstáculo à conversão de mais pessoas. De que forma o “egoísmo” se manifesta? Como podemos aprender a morrer para o eu?
3. O foco central da grande comissão (Mt 28:19, 20) é fazer discípulos. Compartilhe algumas de suas próprias experiências em ser ou em fazer discípulos. Até que ponto o discipulado de sua própria igreja está orientado?
4. Como você pode explicar a alguém a “loucura” da cruz? Por que Paulo usou essa terminologia? O que isso nos diz sobre a limitação da nossa compreensão da realidade?

Resumo: Em apenas três semanas, Paulo se havia tornado intensamente ligado aos novos crentes em Tessalônica. Não podendo voltar a eles, ele primeiramente lhes enviou Timóteo. Sob o poder do Espírito Santo, ele também colocou seu coração em duas cartas. O evangelismo significativo não deve se contentar com a simples aceitação das crenças cristãs. A vida física, mental e emocional está envolvida na fé cristã.

Respostas sugestivas: 1: Inveja; disseram que os apóstolos transtornavam o mundo, procediam contra os decretos de César e afirmavam que Jesus era rei; as autoridades receberam a fiança e os soltaram. 2: Os judeus de Tessalônica não aceitaram o evangelho e perseguiram os mensageiros; os de Bereia receberam a Palavra com avidez; na missão de pregar o evangelho precisamos aprender a enfrentar reações diferentes. 3: Mostrou que a religião deles de alguma forma se relacionava com o evangelho; com base em escritos conhecidos pelos atenienses, apresentou o Deus criador. 4: Jesus Cristo crucificado, a sabedoria divina que parece loucura para os homens; em Atenas, Paulo argumentou com base na religião e cultura do local. 5: Era semelhante ao relacionamento entre pai filho: profunda amizade, saudade e preocupação com o bem-estar mútuo.

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