domingo, 25 de novembro de 2012

LIÇÃO Nº 9 - RITUAIS E CERIMÔNIAS DA IGREJA

Rituais e cerimônias da igreja


Casa Publicadora Brasileira – Lição 942012



Sábado à tarde Ano Bíblico: 1Co 11–13

VERSO PARA MEMORIZAR: “Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2:38).

Leituras da semana: Mt 28:19, 20; Rm 6:3-8; Mt 26:26-28; Jo 13:1-17; 1Co 11:24-26

Pensamento-chave: Deus instituiu ordenanças que, adequadamente compreendidas, ajudam a fortalecer nossa fé.

Muitas sociedades têm rituais de iniciação, às vezes chamados “ritos de passagem”. Em algumas culturas, ritos de passagem foram planejados para ajudar as pessoas a fazer a transição de uma fase da vida para outra. Por exemplo, os ritos da chegada à vida adulta eram realizados no início da puberdade. Esses ritos variavam de lugar para lugar, mas todos tinham o objetivo de assegurar que os membros mais jovens fossem moldados para ser indivíduos produtivos e responsáveis, orientados para a comunidade. No processo, meninos e meninas aprendiam as maneiras da vida adulta, isto é, eram orientados sobre o que era esperado deles como membros adultos da sociedade.

Na comunidade cristã, também há ritos específicos, atos que formalizam o compromisso dos indivíduos com a fé que professam. Esses atos sagrados não apenas confirmam a participação e a comunhão da pessoa na comunidade, mas, idealmente, ajudam a preparar os indivíduos para que se tornem fiéis e produtivos membros dessa comunidade. Eles também são o meio de ajudar os membros a entender o que seu compromisso com Cristo deve implicar. Nesta semana, consideraremos três ritos que expressam nossa fé: batismo, lava-pés e santa ceia.

Domingo Ano Bíblico: 1Co 14–16


Especificando os ritos sagrados


Durante as primeiras fases da igreja cristã, os crentes do Ocidente, onde o grego era a língua comum, usavam a palavra mysterion (mistério), para descrever os sagrados ritos cristãos. Na parte oriental da igreja, onde predominava o latim, o termo utilizado era sacramento (do latim “sacramentum”). O sacramentum era um juramento feito por um soldado romano, declarando sua obediência à ordem do comandante. Os que empregavam essa palavra sentiam que ela descrevia com precisão a natureza dos ritos sagrados. Com o tempo, porém, a ideia passou a representar um ato com um poder invisível inerente. A igreja da Idade Média identificou sete desses atos, chamados “sacramentos”, que eram vistos como meio de infundir graça na pessoa.

Durante a Reforma, os sacramentos foram examinados e criticados. Na mente de muitos, o termo sacramento pareceu manchado. Consideraram conveniente utilizar um termo diferente: ordenança. A palavra ordenança vem do verbo “ordenar”. Ela identifica um ato especial que o próprio Cristo instituiu ou ordenou. Preferir o termo ordenança a sacramento significa que a pessoa participa dos atos porque eles são os meios divinamente ordenados para que mostremos nossa obediência e fidelidade a Jesus como Senhor. Os adventistas do sétimo dia consideram o batismo, o lava-pés e a santa ceia como ordenanças – atos que revelam nossa lealdade a Cristo. Eles são formas simbólicas de expressar nossa fé.

1. Existe fundamento bíblico para chamar os atos sagrados de “ordenanças”? Mt 28:19, 20; Jo 13:14; 1Co 11:23-26


Por mais importantes que consideremos as “ordenanças”, devemos sempre lembrar que elas não são condutos de graça nem meios pelos quais obtemos a salvação ou alcançamos méritos diante de Deus. O pecado é um assunto muito sério para que rituais, mesmo aqueles instituídos por Cristo, sejam capazes de nos redimir. Unicamente a morte de Jesus na cruz foi suficiente para salvar seres tão profundamente caídos como nós. Pela nossa maneira de entendê-las, as ordenanças são símbolos exteriores de nosso reconhecimento do que Cristo fez por nós, da nossa união com Ele e de tudo o que essa união implica. Elas servem bem ao seu propósito. São um meio para um fim e não um fim em si mesmas.

Segunda Ano Bíblico: 2Co 1–4

Batismo


O Novo Testamento usa várias imagens para descrever o significado do batismo. Primeiro, ele simboliza a união espiritual com Cristo (Rm 6:3-8), envolvendo participação em Seu sofrimento, morte e ressurreição, bem como a renúncia ao estilo de vida anterior. Dessa forma, o batismo está relacionado ao arrependimento e perdão dos pecados (At 2:38), ao novo nascimento e recebimento do Espírito (1Co 12:13), e, consequentemente, à entrada na igreja (At 2:41, 47).

O batismo simboliza um relacionamento espiritual e de aliança com Deus, por meio de Cristo (Cl 2:11, 12). Representa o que a circuncisão significou no Antigo Testamento e, também, simboliza a transferência de lealdade, que coloca a pessoa na comunidade consagrada ao serviço de Cristo. O recebimento do Espírito no batismo capacita os crentes a servir à igreja e a trabalhar pela salvação dos que ainda não são da fé (At 1:5, 8).

2. Que experiência espiritual deve ocorrer antes do batismo? Rm 10:17; Lc 3:8


Alguns anos atrás, a Comissão Conjunta da Igreja Anglicana Sobre Batismo, Confirmação e Santa Comunhão fez uma confissão impressionante: “Os recebedores do batismo eram normalmente adultos e não crianças. Deve ser admitido que não há evidência conclusiva no Novo Testamento para o batismo de crianças” (Baptism and Confirmation Today [Batismo e Confirmação Hoje], Londres, SCM, 1955, p. 34; citado por Millard J. Erickson, Christian Theology [Teologia Cristã], Michigan, Baker Book House, 1988, p. 1102). O significado do batismo exclui crianças como candidatos legítimos, porque o batismo bíblico requer fé e arrependimento por parte dos participantes. Além disso, a ideia do papel da Palavra de Deus no desenvolvimento da fé (Rm 10:17) indica que o arrependimento deve ser combinado com instrução bíblica e espiritual. Esses elementos são necessários para que os candidatos produzam “frutos dignos do arrependimento” (Lc 3:8) como prova de seu relacionamento com Cristo.

A natureza do batismo nos ajuda a entender a diferença entre uma ordenança e um sacramento. Batismo, de acordo com os que o veem como sacramento, é o meio para gerar uma transformação na pessoa, da morte espiritual para a vida. Nessa compreensão, a idade da pessoa não importa, porque o evento é totalmente sobrenatural. Por outro lado, os que veem o batismo como ordenança entendem que ele é uma indicação ou símbolo de uma mudança interna (um evento sobrenatural), que já ocorreu na vida do crente por meio de sua experiência com Jesus.

Se você foi batizado, pense nessa experiência. Quando você entende o que isso significa, por que (em certo sentido) precisamos ser “batizados” todos os dias? Como isso pode ser feito?

Terça Ano Bíblico: 2Co 5–7


Ordenança da humildade


É difícil imaginar a angústia no coração de Jesus, quando Ele, a ponto de enfrentar a cruz, a maior humilhação possível, viu entre Seus discípulos, ciúme e rivalidade acerca de quem seria o maior no Seu reino.

3. Que verdade fundamental os discípulos precisaram aprender? Lc 22:24-27; Mt 18:1; 20:21


Nosso mundo é tão distorcido e pervertido pelo pecado, que tudo está invertido, por mais “racional” e “sensata” que pareça essa inversão. Quem, em sã consciência, preferiria servir em lugar de ser servido? O objetivo da vida não é progredir, ficar rico, ser servido e atendido pelos outros, em vez de servir? Não é de admirar que, na última ceia, Jesus lavou os pés dos discípulos. Nenhuma palavra que Ele tivesse dito poderia transmitir com mais força a verdade sobre o que é a real grandeza aos olhos de Deus, do que o ato de lavar os pés dos que deveriam ter beijado os dEle.

4. O que podemos aprender com o lava-pés, como parte da cerimônia de comunhão? Jo 13:1-17


Uma verdade muito surpreendente ressoa através desses versos. O verso 3 diz que Jesus sabia que o Pai havia confiado tudo “às Suas mãos”. O que aconteceu depois? Sim, Jesus, sabendo muito bem que “viera de Deus, e voltava para Deus, levantou-Se da ceia” e começou “a lavar os pés aos discípulos” (v. 5). Mesmo sem saber totalmente quem Jesus realmente era, eles ficaram muito surpresos. Como poderiam eles ter deixado de perceber essa lição?

O que significa o fato de que a cerimônia do lava-pés ocorreu antes da santa ceia? Antes de reivindicar para nós tudo o que Cristo fez, é importante participar da ceia do Senhor com um senso da nossa pequenez, indignidade e necessidade da graça divina. De que pessoa você deveria lavar os pés? Isso poderia lhe trazer muitos benefícios espirituais?

Quarta Ano Bíblico: 2Co 8–10


Ceia do Senhor


5. Qual é o significado evidente de comer o pão e beber o vinho? Por que é importante ver isso em termos de símbolos? Mt 26:26-28

A Ceia do Senhor substitui a festa da Páscoa da era da antiga aliança. A Páscoa encontrou seu cumprimento quando Cristo, o Cordeiro Pascal, deu Sua vida. Antes de Sua morte, o próprio Cristo instituiu a substituição dela, estabelecendo a grande festa da igreja do Novo Testamento sob a nova aliança. Assim como a Páscoa comemorava a libertação de Israel da escravidão do Egito, a Ceia do Senhor comemora a libertação do Egito espiritual, da escravidão do pecado.

O sangue do cordeiro pascal, aplicado à verga da porta e às ombreiras, protegia da morte os habitantes da casa. O alimento que sua carne provia lhes dava a força para escapar do Egito (Êx 12:3-8). Assim, o sacrifício de Cristo traz libertação da morte. Os crentes são salvos pela participação em Seu corpo e sangue (Jo 6:54). A Ceia do Senhor proclama que a morte de Cristo na cruz provê nossa salvação, nosso perdão, e nos promete a vitória sobre o pecado.

6. Que importante verdade doutrinária sobre a cruz é revelada nos símbolos da Santa Ceia? 1Co 11:24-26


Percebemos claramente o aspecto substitutivo da morte de Cristo. Seu corpo foi quebrado e Seu sangue derramado por nós. Na cruz Ele tomou sobre Si o que, por justiça, nos pertencia. Cada vez que participamos da Ceia do Senhor, devemos lembrar o que Cristo realizou em nosso favor.

Quando acrescentamos à Ceia do Senhor o lava-pés, que ajuda a preparar nosso coração antes de participar da cerimônia de comunhão, devemos também ter uma noção da natureza comunitária dessa ordenança. Com a cruz simbolizada de modo tão vívido, ao participarmos do pão e do vinho, somos lembrados de que, sejam quais forem as coisas terrenas que nos dividem, somos todos pecadores em constante necessidade de graça. A cerimônia de comunhão deve nos ajudar a perceber nossas obrigações, não só para com o Senhor, mas também de uns para com os outros.

Quinta Ano Bíblico: 2Co 11–13


Esperança da segunda vinda de Cristo


7. Que grande esperança é apresentada na cerimônia da Santa Ceia? 1Co 11:26


Nessas palavras, vemos a íntima ligação entre a segunda vinda de Cristo e a cerimônia da comunhão. Isso faz muito sentido, também, porque a segunda vinda de Jesus será, realmente, o ponto culminante do que aconteceu na cruz. Podemos argumentar que a maior razão para a primeira vinda de Cristo, que incluía o sacrifício de Seu corpo e o derramamento de Seu sangue em nosso favor, foi a segunda vinda. A primeira vinda foi o que preparou o caminho para a segunda vinda.

8. Que benefício haveria na primeira vinda de Cristo sem a segunda vinda?


Em certo sentido, a cerimônia da comunhão abrange o intervalo entre o Calvário e a segunda vinda de Cristo. Cada vez que participamos da comunhão, pensamos na cruz e no que ela realizou por nós. No entanto, o que ela realizou por nós não pode ser separado da segunda vinda. Na verdade, o que Jesus fez por nós na cruz não atingirá seu ápice final até a Sua volta.

9. Que promessa especial deve ser lembrada quando participamos da Santa Ceia? Mt 26:29


Considere a promessa, certeza e esperança que o Senhor nos dá nesse texto. Essas palavras indicam a proximidade e intimidade entre os redimidos e o Redentor, que se estenderão pela eternidade. Jesus nos prometeu que não beberá desse fruto da videira até que o beba, novamente, conosco no reino eterno. Quando lembramos quem Ele é, o Criador do Universo (Cl 1:16), essa promessa é ainda mais impressionante. Assim, além de tudo que é indicado pela cerimônia da comunhão, ela também deve apontar para a grande esperança reservada para nós, na segunda vinda de Jesus.

Desanimado? Oprimido? Bem-vindo ao mundo caído. Por que, em meio a tudo o que enfrentamos, é tão importante olhar para a cruz, seu significado para nós, e para o que ela significa para o futuro?

Sexta Ano Bíblico: Gl 1–3

Estudo adicional


Leia da Associação Ministerial da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, Nisto Cremos: capítulos 15–18.

“O batismo é um rito muito importante e sagrado. Importa compreender bem seu sentido. Simboliza arrependimento do pecado e começo de uma vida nova em Cristo Jesus. Não deve haver nenhuma precipitação na administração desse rito. Pais e filhos devem avaliar os compromissos que por ele assumem” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 93).

“A Páscoa apontava para a libertação dos filhos de Israel no passado, e também era um tipo, apontando para o futuro Cristo, o Cordeiro de Deus, que seria imolado para a redenção do homem caído. O sangue aspergido nos batentes das portas prefigurava o sangue expiatório de Cristo, e também o fato de que o pecador dependeria continuamente dos méritos desse sangue para a proteção contra o poder de Satanás, e para a redenção final” (Ellen G. White, The Spirit of Prophecy [O Espírito de Profecia], v. 1, p. 201).

Perguntas para reflexão
1. Leia 1 Pedro 3:20, 21. Que analogia Pedro usou para ajudar a explicar o significado do batismo?
2. Os cristãos primitivos foram acusados de muitas coisas de que não eram culpados, incluindo canibalismo. Uma das razões foram os seguintes versos: “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o Seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem comer a Minha carne e beber o Meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia. Pois a Minha carne é verdadeira comida, e o Meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer a Minha carne e beber o Meu sangue permanece em Mim, e Eu, nele” (Jo 6:53-56). O que Jesus ensinou com essas palavras? Por que é tão importante entender o significado espiritual de textos como esse?

Respostas sugestivas: 1. O batismo, o lava-pés e a santa ceia foram ordenados por Jesus. 2. A experiência da fé produzida pela Palavra de Deus; mostrar frutos do arrependimento. 3. O maior no reino de Deus deve ser como o menor, e o que dirige como o que serve; não devemos desejar ser servidos, mas servir. 4. Pedro não entendeu o ato de humilhação de Jesus; não entendemos a humilhação do Filho de Deus, ao deixar a glória para nos salvar; mas quando somos purificados, seguimos o exemplo de Cristo, e nos humilhamos. O ato de Cristo foi motivado por amor e pelo senso de missão; Ele sabia que a humilhação era o caminho para a presença do Pai; mesmo sendo purificados do pecado, acumulamos impurezas ao longo do caminho, e Jesus nos purifica novamente; para isso, precisamos permitir que Ele nos lave. 5. Significa alimentar o coração com a Palavra de Deus, recebendo a salvação assegurada pelo Seu corpo e pelo Seu sangue, o que nos leva a uma vida de oração e testemunho, na qual Cristo habita. 6. Na cruz, o corpo de Cristo foi partido em lugar do nosso; Seu sangue foi derramado em lugar do nosso e representa uma aliança de salvação; quando realizamos a cerimônia, relembramos Seu sacrifício no passado e Suas promessas para o futuro. 7. A esperança da volta de Jesus. 8. Nenhum benefício, porque nossa fé e esperança não teriam recompensa. 9. Jesus oferecerá uma ceia, um banquete especial no reino de Seu Pai, a todos os Seus seguidores.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

VÍDEO RESUMO DA LIÇÃO Nº8 - A IGREJA A SERVIÇO DA HUMANIDADE


LIÇÃO Nº 8 - A IGREJA A SERVIÇO DA HUMANIDADE

A igreja a serviço da humanidade


Casa Publicadora Brasileira – Lição 842012


Sábado à tarde Ano Bíblico: Rm 5–7

VERSO PARA MEMORIZAR: “Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade” (1Tm 3:14, 15).

Leituras da semana: Rm 16:5; 1Co 1:2; 1Pe 2:9; Mt 28:19, 20; Jo 17:21, 22; At 15:1-29

Pensamento-chave: “Devemos lembrar que a igreja, enfraquecida e defeituosa como seja, é o único objeto na Terra a que Cristo concede Sua suprema consideração” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 396).

Para muitos, a igreja não é o que costumava ser. Algumas pessoas estão até falando sobre “um cristianismo sem igreja”, um conceito contraditório. Outros protestam contra a “religião organizada” (seria melhor a “religião desorganizada”?). A Bíblia ensina, claramente, sobre a importância da igreja. Não é uma opção, é um componente fundamental no plano da salvação. Não é de admirar que, à medida que o grande conflito se desenrola, Satanás trabalhe de modo intenso contra ela, especialmente porque a igreja é um meio importante pelo qual os pecadores são colocados em contato com a oferta divina de salvação. A igreja, escreveu Paulo, é a “casa de Deus”, e a “coluna e baluarte da verdade” (1Tm 3:15). A igreja não é uma invenção humana, ela foi criada por Deus, com o propósito de trazer os pecadores errantes a um salvífico relacionamento com Ele.

Domingo Ano Bíblico: Rm 8–10

A natureza da igreja: parte 1


Quando falamos sobre a natureza de algo, estamos geralmente interessados em sua origem, função e propósito. Além de prover várias imagens para descrever a igreja, a Bíblia usa uma palavra específica em referência a ela, ecclesia, que significa “chamados” ou “convocados”. Na vida grega secular, essa palavra era usada principalmente para descrever um grupo de cidadãos que tinham sido chamados de suas casas para um lugar público, para uma assembleia ou reunião. O Novo Testamento usa essa palavra nesse sentido geral.

Na tradução grega do Antigo Testamento (Septuaginta), a “congregação” de Israel, especialmente quando reunida diante do Senhor para fins religiosos, é chamada de ecclesia.

Os judeus foram “chamados” para ser o povo especial de Deus, e os primeiros cristãos podem ter usado essa palavra para identificar judeus e gentios que, como recebedores da graça de Deus, haviam sido chamados para ser testemunhas de Cristo. No Novo Testamento, igreja descreve o grupo dos fiéis em todo o mundo. É importante notar que a palavra ecclesia nunca é usada em referência a um edifício em que o culto público é conduzido. Igualmente significativo é que, embora a palavra “sinagoga” originalmente indicasse uma assembleia de pessoas reunidas para uma finalidade específica, os cristãos preferiam usar a palavra ecclesia. No entanto, ambas as palavras indicam que a igreja do Novo Testamento estava em continuidade histórica com a igreja do Antigo Testamento, a “congregação” de Israel (At 7:38).

1. Em termos gerais, a palavra ecclesia indica um grupo de pessoas chamadas por meio da iniciativa de Deus. Como isso explica o uso que Paulo fez dessa palavra em três diferentes níveis: (1) a igreja nos lares (Rm 16:5; 1Co 16:19), (2) a igreja em cidades específicas (1Co 1:2; Gl 1:2), e (3) a igreja em áreas geográficas mais extensas (At 9:31)?


Ecclesia descreve qualquer grupo de pessoas reunidas que compartilham de um relacionamento de salvação com Cristo. Isso significa que as congregações não são apenas uma parte de toda a igreja, mas cada unidade representa o todo.

A igreja é uma só em todo o mundo, mas ao mesmo tempo está presente em cada congregação.

Pense em sua igreja, que representa a igreja mundial. Que tipos de responsabilidades isso coloca sobre você, como parte do corpo da igreja, e sobre a própria igreja local?


Segunda Ano Bíblico: Rm 11–13


A natureza da igreja: parte 2


Além da palavra ecclesia, o Novo Testamento descreve a igreja por meio de várias imagens, que aprofundam a explicação sobre sua natureza e função. Hoje examinaremos apenas dois conceitos fundamentais: a igreja como povo de Deus e a igreja como corpo de Cristo.

2. Na Bíblia, o conceito de “povo de Deus” é aplicado aos filhos de Israel (Dt 14:2). Em 1 Pedro 2:9, o conceito é claramente aplicado aos cristãos. O que isso significa para nós?


Observe que, mesmo quando o conceito é aplicado aos cristãos, ele ainda é usado para descrever a nação de Israel (Lc 1:68; Rm 11:1, 2). Evidentemente, o Novo Testamento aplica o conceito à igreja de uma forma que sugere continuidade e consumação (Gl 3:29.)

3. Em Romanos 12:5, 1 Coríntios 12:27 e Efésios 1:22, 23, a igreja é descrita como o corpo de Cristo. Como esses textos nos ajudam a entender melhor a natureza e a função da igreja?


Inúmeras ideias podem ser encontradas nesses textos. Talvez a mais óbvia seja a unidade (veja a lição de quarta-feira) que deve ser vista na igreja. Essa é uma ideia expressa em outras partes do Novo Testamento, especialmente em 1 Coríntios 12, onde Paulo escreveu: “Assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres.
E a todos nós foi dado beber de um só Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se disser o pé: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixa de ser do corpo. Se o ouvido disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso deixa de o ser. Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde, o olfato?” (1Co 12:12-17).

Algumas pessoas sofrem do que são conhecidas como doenças autoimunes: seu próprio sistema imunológico, que deveria proteger o corpo, o ataca. Pense nas implicações dessa analogia para a igreja como o “corpo de Cristo”.

Terça Ano Bíblico: Rm 14–16

A missão da igreja


A igreja, como “corpo de Cristo” deve fazer o que Cristo faria se ainda estivesse corporalmente na Terra. É por essa razão que a igreja, como uma “assembleia”, tem sido chamada para agir. A igreja não tem simplesmente uma missão. A igreja é missão.

4. Como Jesus tratou a questão da missão da igreja? Mt 28:19, 20


Missão envolve enviar pessoas para falar em nome de Deus. Foi o que Deus fez com os profetas de Israel (Jr 7:25) e com os apóstolos (Lc 9:1, 2; 10:1, 9). Jesus enviou Seus discípulos assim como o Pai O havia enviado (Jo 20:21). A igreja de hoje não pode fazer menos e permanecer fiel à sua vocação.

5. O que a Bíblia fala sobre a missão da igreja? Ef 4:11-13; Mt 10:5-8; Tg 1:27; Ef 1:6; 1Pe 2:9


Claramente, o evangelismo é fundamental para a missão da igreja. Ela também existe para a edificação dos crentes, para a promoção da verdadeira adoração e para se engajar em questões de interesse social.

Embora a igreja enfrente muitos desafios, um dos mais difíceis é manter um equilíbrio adequado na sua compreensão da missão. Por um lado, seria muito fácil ficar envolvida com a reforma social e com o trabalho para melhorar a sociedade e remediar suas mazelas. Embora esse trabalho seja importante, jamais se deve permitir que ele anule a principal missão da igreja: alcançar os perdidos para Jesus e preparar pessoas para Sua volta. Ao mesmo tempo, também precisamos evitar o extremo de viver como se todas as manchetes de jornal sinalizassem o fim do mundo e, por isso, negligenciar as tarefas básicas da vida diária. Precisamos de sabedoria divina a fim de saber como encontrar o equilíbrio.

Você está envolvido com a missão da igreja? Você poderia fazer mais do que está fazendo? Por que é importante para seu crescimento espiritual estar envolvido com o chamado da Igreja?

Quarta Ano Bíblico: 1Co 1–4


Unidade da igreja


A igreja, retratada como os “chamados” por Deus, o “povo de Deus”, o “corpo de Cristo” e o “santuário do Espírito Santo”, está preparada para o serviço ou missão. A unidade é essencial para a igreja porque, sem isso ela não pode cumprir com sucesso sua missão. Não é de admirar que a questão da unidade estivesse na mente de Cristo perto do fim de Sua vida terrena (Jo 17:21, 22).

6. Jesus orou pela unidade da igreja (Jo 17:21, 22); Paulo exortou os crentes sobre isso (Rm 15:5, 6). De acordo com esses textos, como devemos entender a unidade?


A unidade pela qual Cristo orou e que Paulo exortou os crentes a alcançar, claramente envolvia uma união de sentimento, pensamento, ação e muito mais. Não é uma harmonia conseguida por meio de “engenharia” social, administração diplomática ou estratégia política. É um dom concedido aos crentes quando Cristo habita no coração (Jo 17:22, 23) e mantido pelo poder de Deus, o Pai (Jo 17:11).

7. Como podemos alcançar a unidade mencionada por Paulo? 1Co 1:10; 2Co 13:11


Não há dúvida de que todos nós somos diferentes e temos opiniões diferentes sobre muitas coisas, opiniões que podem, às vezes, dificultar a unidade. Embora tensões e pressões sejam inevitáveis em todos os níveis da igreja, precisamos manter uma atitude de humildade, abnegação, e desejar um bem maior do que nós mesmos. Muitas das divisões que surgem são devidas ao egoísmo, orgulho e ao desejo de exaltar a si mesmo e as próprias opiniões acima das dos outros. Nenhum de nós está certo em tudo, nenhum de nós entende todas as coisas perfeitamente. Sejam quais forem as diferenças inevitáveis que surgirem, se todos tomarmos diariamente nossa cruz, morrermos diariamente para o eu e buscarmos diariamente não apenas nosso próprio bem, mas o bem dos outros e o bem da igreja como um todo, desaparecerão muitos dos problemas com os quais lutamos e que dificultam a obra.

Em resumo, a unidade começa com cada um de nós, individualmente, como seguidores de Cristo, não apenas no nome, mas em uma vida de verdadeira abnegação, dedicada a uma causa e a um bem maior que nós mesmos.

Quinta Ano Bíblico: 1Co 5–7

Administração da igreja


Administrar significa fazer com que as coisas aconteçam. Isso é verdade em relação à vida social em geral e é também verdade acerca da vida da igreja. Administrar também envolve organização, o que significa organizar as coisas para que funcionem em total harmonia com as normas, regulamentos e estruturas destinadas a facilitar nossa tarefa. A autoridade é também decisiva para a administração. Na prática, quem tem autoridade para autorizar as coisas e quem pode ser autorizado a fazer as coisas? Respostas diferentes a essas questões levaram a diferentes formas de administração da igreja.

Os adventistas do sétimo dia têm um sistema representativo de administração da igreja. Idealmente, a liderança atua apenas como representante, recebendo autoridade e responsabilidades delegadas pelos membros. Não é suficiente apenas mostrar que um sistema de administração da igreja está fundamentado nas Escrituras; o exercício da autoridade dentro do sistema deve demonstrar sensibilidade aos valores bíblicos.

8. Leia Atos 15:1-29. Que princípios importantes estão envolvidos na organização e administração da igreja?


Podemos aprender muitas coisas com esses versos sobre administração da igreja, mas um ponto deve estar claro: a organização da igreja precisa estar centralizada na promoção da pregação do evangelho. Biblicamente, a administração da igreja é tão boa quanto sua promoção da missão e evangelismo.

Precisamos lembrar, também, que embora Cristo exerça Sua autoridade por meio de Sua igreja e seus oficiais nomeados, Ele nunca entregou Seu poder a eles. Ele mantém a liderança da igreja (Ef 1:22). A igreja primitiva estava consciente do fato de que não podia exercer nenhuma autoridade independentemente de Cristo e Sua palavra. Em Atos 15:28, foi importante para a assembleia que sua decisão tivesse parecido boa “ao Espírito Santo”, o verdadeiro representante de Cristo. Os líderes da igreja hoje não podem agir de forma diferente.

9. Quais são as orientações de Cristo sobre o exercício da autoridade na igreja, em todos os níveis? Mt 20:24-28; 23:8

Você está disposto a servir aos outros? Pense profundamente sobre seus motivos em relação ao que você faz na igreja, independentemente de sua posição. Você gostaria de que seus motivos estivessem em maior harmonia com os princípios revelados na Palavra?

Sexta Ano Bíblico: 1Co 8–10


Estudo adicional


Leia de Raoul Dederen: “The Church” [A Igreja], p. 538-581, em Raoul Dederen (editor), Handbook of Seventh-day Adventist Theology [Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia]; e de Ellen G. White: Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 361-364: “Não Terás Outros Deuses Diante de Mim”; Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 455-467: “A Igreja, a Luz do Mundo”.

“Se um homem confia em seus próprios poderes e procura ter domínio sobre seus irmãos, achando que foi investido de autoridade para fazer de sua vontade o poder dominante, o melhor e único rumo seguro é removê-lo, para que não haja mal maior e para evitar que ele se perca e ponha em perigo a salvação de outros. ... A disposição de mandar sobre a herança de Deus causará reação, a menos que esses homens mudem de atitude. ... A posição de um homem não o torna um jota nem um til maior à vista de Deus; é só o caráter que Deus toma em consideração” (Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 362).

Perguntas para reflexão
1. O que você diria a alguém que, acreditando que a igreja é corrupta, decidisse se afastar do corpo e continuar sozinho?
2. Nossa igreja afirma a noção do que tem sido chamado de “sacerdócio de todos os crentes”. O que essa ideia inclui? Que responsabilidades ela nos traz?
3. Pergunte aos alunos quais são algumas das ameaças potenciais à nossa unidade. Quais questões causaram divisão na igreja no passado? O que podemos aprender com o passado que pode ajudar a prevenir coisas semelhantes no futuro?

Respostas sugestivas: 1. (1) a igreja foi chamada para ser separada da sociedade em geral e reunida nos lares, o ambiente disponível naquele contexto; (2) todas as casas e congregações em uma cidade ou região representavam uma só igreja, chamada por Deus; (3) a igreja foi chamada por Deus para crescer como uma única família, nas casas, cidades, regiões e no mundo. 2. Deus nos escolheu para ser sacerdócio real, nação santa, Seu povo especial, e para proclamar as virtudes dAquele que nos chamou das trevas para a luz. 3. Somos muitos, mas fazemos parte do corpo de Cristo; dependemos uns dos outros; cada um tem uma parte a fazer, para o benefício do corpo; Cristo é a cabeça desse corpo; quando Cristo está presente no corpo, a igreja experimenta a plenitude. 4. Orientou a igreja a fazer discípulos em todas as nações; para isso, é preciso ir, ensinar e batizar as pessoas; enquanto fazemos essa obra, Ele está conosco. 5. A missão é edificar o corpo de Cristo; promover a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus; elevar o ser humano à semelhança de Cristo; resgatar os perdidos; pregar o evangelho; curar os doentes; ressuscitar os mortos; expulsar demônios; visitar órfãos e viúvas; manter a pureza; louvar a graça salvadora de Deus; 6. Devemos ter unidade semelhante à de Cristo com o Pai; para isso, cada qual precisa estar unido a Cristo; a unidade é produzida pela paciência e consolação divinas, e glorifica o Senhor. 7. Dando lugar à gratidão ao nome de Jesus. Em respeito a esse nome, falaremos a mesma coisa, teremos a mesma disposição mental, o mesmo parecer, aperfeiçoaremos e consolaremos uns aos outros e viveremos em paz. 8. Os problemas maiores devem ser levados às instâncias superiores da liderança; todos devem ser ouvidos; os líderes precisam ser apoiados por outros líderes, ao defenderem suas convicções; as decisões devem estar fundamentadas na Palavra. 9. Devemos ter a grandeza de servir às pessoas, deixando de lado o desejo de supremacia; devemos ter atitude de escravos e não de superiores; foi isso que Cristo fez; diante do Mestre somos todos iguais.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

BOLETIM ELETRÔNICO 17.11.2012


VÍDEO RESUMO DA LIÇÃO Nº 7 - ARMAS PARA A VITÓRIA


LIÇÃO Nº 7 - ARMAS PARA A VITÓRIA

Armas para a vitória


Casa Publicadora Brasileira – Lição 742012



Sábado à tarde Ano Bíblico: At 13–15

VERSO PARA MEMORIZAR: “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis” (Ef 6:13).

Leituras da semana: Ef 6:14-18; 2Co 6:7; Ef 5:9; Rm 10:15; 1Ts 5:8; Mc 14:38

Pensamento-chave: Cada crente deve estar pessoal e individualmente armado, porque todos nós estamos envolvidos no grande conflito.

O grande objetivo de Satanás é atrair para si a lealdade que os verdadeiros crentes dedicam a Cristo. Antes da conversão, as pessoas pertencem ao reino do diabo e são dominadas por ele. Embora a conversão a Cristo afaste o crente desse domínio, não destrói completamente o poder do inimigo. Na verdade, Satanás aumenta seus esforços para destruir nossa fé e nos levar de volta para ele. É grande sua variedade de manobras enganosas. As Escrituras as chamam de “ciladas do diabo” (Ef 6:11). No entanto, não importam os enganos, manobras e ciladas do inimigo; ele não pode tirar de Cristo nenhuma pessoa determinada a permanecer fiel ao Senhor (ele até pode tornar miserável nossa vida, mas isso é outra questão).

A lição desta semana focaliza a armadura do cristão nessa guerra. Vestir toda a armadura de Deus é nossa única proteção. Portanto, precisamos entender a natureza dessa armadura, porque, sem ela, certamente nos tornaremos presas do inimigo. Com ela, nossa vitória está assegurada.

Domingo Ano Bíblico: At 16–18

A necessidade de usar a armadura


Em Efésios 6:12, Paulo descreveu a vida cristã como uma luta. Observe que ele usou o plural. A passagem diz, literalmente: “nossa luta não é contra o sangue e a carne”. Todo cristão é retratado nesse quadro. No verso 13, ele exorta seus leitores no sentido de que se revistam de toda a armadura de Deus. É com a armadura de Deus que devemos nos equipar, e ela está disponível para nosso uso. Paulo começou o verso com a palavra “portanto”, sugerindo que, tendo em vista a natureza do conflito, essa armadura é necessária. Paulo descreveu a forma pela qual o cristão deve estar armado usando o exemplo de como um soldado romano se equipava para a batalha.

1. Que parte da armadura mostra que essa luta não apenas envolve cada cristão, mas exige o engajamento pessoal de todos? O que significa o fato de que você deve se empenhar nessa luta? Ef 6:14-17


A palavra traduzida como “luta”, originalmente se referia ao combate corpo a corpo, porém, mais tarde, foi aplicada a outros tipos de luta. Certamente, o apóstolo não tinha em mente uma luta física contra os demônios, mas o uso dessa palavra em Efésios aponta claramente para uma individualização da luta.

Embora num contexto diferente do que está sendo considerado aqui, a parábola das dez virgens, em Mateus 25:1-13, fala da questão do envolvimento pessoal nos assuntos espirituais. Ellen White aplica as condições espirituais das cinco virgens à descrição de Paulo de uma classe de pessoas que, no tempo do fim, têm “aparência de piedade”, mas negam “a eficácia dela” (2Tm 3:1-5, RC). “Essa é a classe que, em tempo de perigo, é encontrada bradando: Paz e segurança! Acalenta seu coração em sossego, e não sonha com o perigo. Quando desperta de sua indiferença, discerne sua pobreza, e roga a outros que lhe supram a falta. Em assuntos espirituais, porém, ninguém pode remediar a deficiência de outros” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 411, 412).

Há muitas coisas que somente você pode fazer por si mesmo (por exemplo, ninguém pode comer por você). Como você pode aplicar esse mesmo princípio à sua preparação para o conflito espiritual em que estamos envolvidos?


Segunda Ano Bíblico: At 19–21
 

Cinto da verdade, couraça da justiça


“Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça” (Ef 6:14).

Embora seja um pouco difícil saber a natureza exata do cinto, parece que em Efésios 6:14 Paulo podia estar se referindo a um avental de couro que oferecia alguma proteção para a parte inferior do abdômen, mas também tornava possível a liberdade de movimento e facilidade para a ação. Nesse sentido, o cinto era uma parte básica da armadura. Esse acessório, disse Paulo, é a “verdade”. Junto com o cinto da verdade está a couraça da justiça. Assim, nesse verso Paulo ligou os conceitos de verdade e justiça.

2. Qual é a ligação entre verdade e justiça? Por que elas são tão importantes para nossa proteção espiritual no grande conflito? 1Rs 3:6; Sl 15:2; 96:13; Pv 12:17; Is 48:1; 2Co 6:7; Ef 5:9


Quando o apóstolo Paulo falou da justiça como uma couraça, no contexto da guerra espiritual, ele tinha em mente questões morais. Na batalha contra as forças do mal, fazer o que é certo e justo, ou, em outras palavras, viver a “verdade”, é tão importante para os cristãos quanto era a couraça para o soldado no campo de batalha. Quando deixamos de fazer o que é certo, quando viramos as costas ao que sabemos ser a verdade, tornamo-nos presa fácil para os ataques de Satanás, porque estamos deixando um grande buraco em nossa armadura.

Ao mesmo tempo, embora essa “justiça” inclua uma vida justa, devemos sempre nos lembrar de outro aspecto: a justiça de Cristo, que cobre o crente e continua sendo sua única esperança de salvação. Enquanto nos apegarmos à verdade de que nossa salvação repousa em Jesus, estaremos protegidos contra uma das estratégias espirituais mais eficazes de Satanás: o desânimo.

Você já foi tentado a desistir de sua caminhada com Jesus porque se sentiu desencorajado com sua vida, seu caráter e suas ações? Por que entender a verdade sobre a justiça de Cristo é tão importante para uma forte defesa contra os ataques de Satanás?

Terça Ano Bíblico: At 22, 23

Preparação e escudo da fé


O s soldados romanos se armavam para garantir que seus passos não fossem impedidos em terrenos acidentados. Por isso, normalmente usavam sapatos cravejados com pregos afiados. Esses sapatos asseguravam boa aderência. Paulo os comparou com a “prontidão”, ou “preparação” do evangelho da paz (Ef 6:15).

3. Em que sentido o evangelho da paz provê uma “boa aderência” na guerra espiritual? Is 52:7; Rm 10:15; Ef 6:15


Efésios 6:15 pode ser traduzido de diversas maneiras: “Calçar os pés com a preparação do evangelho da paz”, “equipar os pés com a prontidão do evangelho da paz”, ou “calçar os pés com o equipamento do evangelho da paz”. A chave é uma palavra grega que pode significar “preparação”, como em um fundamento ou base preparados. Assim, o evangelho da paz, como um “fundamento preparado”, é a paz que o cristão experimenta como resultado de ter sido reconciliado com Deus por meio do sangue de Cristo. Essa reconciliação lhe dá uma base firme, a partir da qual ele pode se empenhar na batalha espiritual.

4. A peça seguinte da armadura é o escudo, que Paulo comparou à fé (Ef 6:16). O apóstolo iniciou seu raciocínio com uma expressão que pode ser traduzida como “sobretudo” (RC), “além disso” (NVI) ou “além de tudo”. O que ele quis dizer com essa expressão?


A palavra traduzida como “escudo” vem da palavra para “uma porta”. O escudo, medindo cerca de 1,20 m X 75 cm, e consistindo de duas camadas de madeira coladas, era moldado como uma porta. Visto que as flechas naqueles dias eram mergulhadas em piche e, em seguida, incendiadas, o escudo de madeira era coberto com couro, a fim de apagar as flechas inflamadas e embotar suas pontas. Essa era a arma mais importante entre todas as armas de defesa.

A analogia espiritual é clara: entre os “dardos inflamados” de Satanás estão a lascívia, a dúvida, a ganância, a vaidade, e assim por diante. “Mas a fé em Deus, segurada no alto como um escudo, detém cada um deles, apaga a chama, e faz com que caiam inofensivos ao chão” (The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 6, p. 1045). Esse tipo de fé é demonstrado pelas ações. É uma fé que se manifesta na defesa ativa contra os assaltos do inimigo. Nossa batalha diária é escolher o Senhor e Seus caminhos acima de qualquer coisa que o diabo lance diante de nós.

Quarta Ano Bíblico: At 24–26


Capacete e espada


O capacete da salvação em Efésios 6:17 é provavelmente tomado de Isaías 59:17, embora Paulo o aplique de forma diferente. Em Isaías 59, é Deus quem veste o capacete da salvação. Em Efésios, o cristão é chamado a recebê-lo. Enquanto os itens anteriores possivelmente devessem ser comprados, o capacete era dado aos soldados. Talvez a intenção seja enfatizar o fato de que a salvação é totalmente gratuita.

5. Em 1 Tessalonicenses 5:8, Paulo falou do capacete como a esperança da salvação. Em Efésios 6:17, o capacete é descrito simplesmente como salvação. De que maneira essa mudança na ênfase ajuda a explicar como a salvação pode ser uma arma de defesa?


No Novo Testamento, salvação é uma experiência presente, que culminará na eternidade, por meio da libertação de toda espécie de mal. O capacete vitorioso que Deus usa (Is 59:17) é dado ao crente como uma proteção. Visto que o objetivo principal do ataque do diabo é privar os cristãos da salvação, a presente certeza da salvação que lhes é “dada”, à parte de suas próprias obras, se torna uma arma poderosa para sobreviver ao conflito. Verdadeiramente, em qualquer conflito espiritual o crente pode proclamar com o salmista: “Ó Senhor, força da minha salvação, Tu me protegeste a cabeça no dia da batalha” (Sl 140:7).

6. Depois de ter mencionado o capacete da salvação, Paulo falou sobre “a espada do Espírito”, que é a Palavra de Deus. Quais são as características da Palavra de Deus na batalha contra Satanás? Ef 6:17; Hb 4:12


A tentação de Cristo, registrada em Mateus 4:1-10, é uma bela ilustração de como a Palavra de Deus pode ser uma arma eficaz. A passagem também deve prover um incentivo para que os cristãos se apoiem nas verdades reveladas na Palavra de Deus.

Tantas forças estão em jogo nas tentativas de enfraquecer nossa confiança na Bíblia! Quais são algumas dessas forças em sua própria sociedade, igreja ou cultura? Ainda mais importante, como você pode se defender contra toda e qualquer tentativa de enfraquecer sua confiança na Palavra de Deus (o que às vezes pode ser muito sutil)?

Quinta Ano Bíblico: At 27, 28

Orando sempre


Efésios 6:18 começa com a expressão “orando em todo o tempo” (RC), o que sugere que a oração está conectada com os versos anteriores. A ideia é a de que, para vestir, pegar e levantar a armadura do Céu, precisamos confiar em Deus. Por isso, “a oração não é outra arma, mas o espírito, a maneira pela qual toda a armadura deve ser usada e a batalha travada. Paulo estava recomendando a oração como um permanente estado mental, uma atitude contínua de comunhão com Deus” (The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 6, p. 1046).

7. Que palavras e expressões, associadas com a admoestação de Paulo sobre oração, sugerem vigilância e disciplina? Ef 6:18


A Bíblia frequentemente convida as pessoas a orar sem cessar (Lc 18:1; Rm 12:12; Fp 4:6; Cl 4:2; 1Ts 5:17). Mas, no contexto do combate contra as forças do mal mencionado em Efésios 6, Paulo enfatizou o fato de que cada ocasião na vida deve ser envolvida pela oração. Tal atitude não é uma pequena demanda sobre os cristãos, especialmente porque nosso primeiro instinto nos momentos de dificuldade é consultar amigos e colegas, o que é bom e tem seu lugar. A oração, porém, deve ser sempre a primeira linha de defesa e é algo que devemos estar “sempre fazendo”.

8. Efésios 6:18 começa com a expressão “orando em todo o tempo” e continua com outra sobre estar “vigilante”. A respeito do que devemos vigiar, e por quê?


Quando Jesus esteve no Getsêmani, advertiu que Pedro e os outros discípulos que estavam dormindo vigiassem e orassem (Mc 14:38). Antes que isso acontecesse, Jesus havia passado algum tempo advertindo os discípulos a ser vigilantes (Mc 13:33-37). A partir da perspectiva de Marcos, vigiar está ligado com a oração como uma questão constante que traz força espiritual ao cristão. Em Efésios 6:18, a ênfase está na oração pelos outros. Sem dúvida, ao orarmos pelos outros, somos fortalecidos espiritualmente, e ficamos mais bem armados para o conflito que se segue, não importando a forma que ele assumir.

Por que orar por nós mesmos é mais importante do que pedir que os outros orem por nós (por mais importante que isso seja)? O que a oração pessoal faz por você que as orações dos outros não podem fazer?

Sexta Ano Bíblico: Rm 1–4

Estudo adicional


Leia de Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 8, p. 312-314: “A Importância do Verdadeiro Conhecimento”; Testemunhos para a Igreja, v. 9; p. 213, 214: “A Questão da Cor da Pele”; Minha Consagração Hoje [Meditações Matinais, 1989/1953], p. 105: “Subir Mais Alto”; Atos dos Apóstolos, p. 311-315: “Chamado a Mais Elevada Norma”.

“Em toda pessoa, dois poderes lutam com veemência em disputa pela vitória. Dirigida por Satanás, a incredulidade arregimenta suas forças a fim de nos separar da Fonte de nossa resistência. A fé ordena suas forças comandadas por Cristo, o autor e consumador de nossa fé” (Filhos e Filhas de Deus [Meditações Matinais 1956], p. 328).

“Devemos vestir cada peça da armadura e então ficar firmes. O Senhor nos honrou ao nos escolher como Seus soldados. Vamos lutar bravamente por Ele, mantendo o direito em cada ação. Retidão em todas as coisas é essencial para o bem-estar do coração. Ao se esforçar para vencer suas próprias inclinações, Ele vai ajudá-lo pelo Seu Espírito Santo a ser prudente em cada procedimento, de modo que você não dê nenhuma ocasião para que o inimigo fale mal da verdade. Coloque como sua couraça aquela justiça divinamente protegida, que todos têm o privilégio de vestir. Isso protegerá sua vida espiritual” (Ellen G. White, The SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], v. 6, p. 1119).

Perguntas para reflexão
1. Por mais que a lição desta semana tenha enfatizado o aspecto pessoal da luta espiritual, somos parte de uma comunidade maior. Como a comunidade pode ajudar uns aos outros em seus conflitos? O que podemos fazer para ajudar aqueles que estão em necessidade espiritual?
2. Por que é importante manter diante de nós a realidade desse conflito? Quem poderia imaginar um soldado, no campo de batalha, se esquecendo de que está em uma guerra? Quanto mais importante é que nós não nos esqueçamos disso também?

Respostas sugestivas: 1. Toda a armadura indica a necessidade de envolvimento na luta: cinto (verdade), couraça (justiça), proteção para os pés (esperança do evangelho), escudo (fé), capacete (salvação) e a espada (Bíblia Sagrada). 2. Justiça é a prática da verdade estabelecida por Deus; a obediência à verdade nos traz bênçãos e proteção no conflito contra o mal; Deus julgará o mundo com justiça e verdade; a justiça e a verdade são um dom da graça de Cristo, por meio do Espírito. 3. Temos beleza, paz e firmeza, em meio à guerra, porque aceitamos e anunciamos a vitória alcançada na cruz, e que culminará na segunda vinda de Cristo. 4. Além da couraça, do cinto e do capacete (verdade, justiça e salvação), temos grande necessidade do escudo da fé, a fim de nos protegermos contra os ataques do inimigo e avançarmos para a vitória. 5. O capacete nos fala da salvação realizada na cruz e da esperança de que essa salvação seja consumada na glória. A esperança nos motiva a continuar no caminho da salvação. 6. A Palavra de Deus é viva e eficaz; é mais cortante do que qualquer espada de dois gumes; ela alcança nossa mente de modo profundo; ela discerne os pensamentos e propósitos do coração. 7. Paulo disse que precisamos vigiar “com toda perseverança e súplica por todos os santos”. O inimigo sempre tentará nos desviar da oração; por isso precisamos de disciplina. 8. Precisamos vigiar e ter perseverança para não cair na tentação de parar de orar, por nós e pelos outros.

sábado, 3 de novembro de 2012

LIÇÃO 06 - VITÓRIA SOBRE AS FORÇAS DO MAL

Vitória sobre as forças do mal


Casa Publicadora Brasileira – Lição 642012



Sábado à tarde Ano Bíblico: Jo 14, 15

VERSO PARA MEMORIZAR: “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio dAquele que nos amou” (Rm 8:37).

Leituras da semana: Ef 1:18-22; Rm 8:26-39; Tg 4:7; 1Pe 5:6-10; Lc 10:1-20; At 5:12-16

Pensamento-chave: Em Cristo, temos a vitória sobre todas as forças que nos oprimem.

Em algumas partes do mundo, a religião é basicamente uma fonte de poder, que pode ser visto como nada mais além de uma forma de ajudar alguém a enfrentar os desafios da vida diária. A noção cristã de salvação do pecado, por exemplo, é estranha para muitas religiões tradicionais. Nesses lugares, o cristianismo corre o risco de ser visto principalmente como um meio de ajudar a resolver os problemas da vida cotidiana.

Embora haja, naturalmente, muitas vantagens práticas em um estilo de vida cristão, devemos sempre lembrar que o cristianismo tem uma perspectiva “espiritual”. O cristianismo percebe outra dimensão da realidade, além do mundo material. Ambos os domínios são importantes, e são habitados por forças opostas. Devemos ser muito gratos pelas promessas de vitória para nós em ambos os reinos.

Lembremos que a narrativa abrangente do grande conflito entre Cristo e Satanás precisa ser o pano de fundo para nossa compreensão do mundo e do nosso lugar nele. Em meio a esse conflito, o cristianismo não abandona seus adeptos à mercê das forças contrárias. Pelo contrário, em Cristo, temos a promessa da vitória sobre essas forças.

Domingo Ano Bíblico: Jo 16–18


Um cenário para nossa vitória


O cristão não teria esperança de vitória sobre as forças do mal, a menos que fosse preparado um cenário para isso. No estudo da semana passada ficou claro que Cristo, por Sua morte na cruz e ressurreição, venceu todos os tipos de “poderes” malignos e impiedosos. Num sentido muito real, a exposição e o despojamento desses poderes colocaram um limite para eles. O fato de que os “poderes” foram subjugados prepara o cenário para a vitória do cristão.

1. Estude Efésios 1:18-22. Paulo ora pela iluminação dos olhos dos cristãos de Éfeso. De acordo com Paulo, o que Cristo realizou por nós? Como podemos entender essas palavras no contexto do grande conflito? O que nos é prometido ali? Como trazer para a realidade essas promessas?

Paulo orou para que uma nova e profunda iluminação acompanhasse o cristão. Quando isso acontece, sua vida é preenchida com a esperança cristã. O cristão conhecerá seus privilégios como herdeiro de Deus, e experimentará o poder de Deus, tão grande quanto o poder que ressuscitou Jesus.

2. Quais promessas podemos suplicar em nossas lutas contra forças superiores a nós? Ef 1:20-22


Como consequência da crucificação e ressurreição de Cristo, todas as coisas, incluindo os principados e potestades, funcionam em sujeição a Ele. O palco está verdadeiramente preparado para nossas vitórias individuais sobre tudo que nos oprime espiritualmente.


Leia os versos para hoje. O que você pode tirar deles para sua vida, sejam quais forem as lutas que enfrenta? Pense no que é dito ali e o que nos é prometido em Cristo. Como isso pode deixar de ser mera teologia e se tornar realidade para nós?

Segunda Ano Bíblico: Jo 19–21

Esperança de vitória


Não é apenas o cenário que está pronto para a vitória do cristão sobre as forças do mal: a Bíblia explicitamente nos dá a esperança de vitória sobre elas.

3. Que razões Paulo apresenta para que o cristão olhe confiantemente o futuro? Que promessas e palavras de encorajamento ele menciona? Como podemos levá-las além da teologia, além de algo que parece bom, e viver de acordo com esses ensinamentos da Palavra de Deus? Rm 8:26-39


Romanos 8:29, 30 tem sido um campo de batalha para as discussões sobre predestinação. Mas a passagem realmente ocorre no contexto de uma grande promessa. Paulo dá pelo menos duas razões sólidas para que o cristão confie no Senhor. Em primeiro lugar, o Espírito nos ajuda em nossas aflições e “gemidos”. Em segundo lugar, de acordo com o propósito eterno de Deus, todas as coisas, incluindo as aflições, contribuem para o bem-estar final do cristão (não importando a dificuldade humana para perceber isso no momento). Confiar no Senhor nas dificuldades é, de fato, um componente essencial do que significa viver pela fé e não pela vista.

Os versos 29, 30 são a forma pela qual Paulo justifica a confiança expressa no verso 28. Nesses versos, ele mostra como é desenvolvido o propósito de Deus para aqueles que O amam, um propósito que inclui todos os processos da salvação.

4. Qual é o clímax do argumento de Paulo para impulsionar a confiança do cristão? Rm 8:31-34 (Considere especialmente o verso 31. No contexto do grande conflito, que lição podemos tirar desse verso para nossa experiência?)


Romanos 8:35-39 apresenta uma série de entidades sobre as quais o cristão pode ser vitorioso. Observe que os “principados e potestades” estão incluídos na lista. A total abrangência da lista de Paulo indica que não há nada no Universo que o cristão não possa vencer graças a Jesus.

Terça Ano Bíblico: At 1–3

Cristãos versus Satanás


5. Que promessa é dada a quem resiste ao diabo? Como podemos resistir a uma força muito mais poderosa do que nós? Tg 4:7; Dt 4:4


O cristão não é uma vítima indefesa, à mercê do diabo (você percebe aqui, também, por que é tão importante compreender a realidade literal de Satanás e dos anjos caídos?). Mas o cristão não é chamado tanto a se levantar em oposição ao diabo quanto a tomar uma posição contra ele. A palavra traduzida como “resisti” é o termo grego anthistemi, que significa “tomar uma posição contra algo”. A atitude que o cristão toma faz com que o diabo fuja. Essa atitude tem que ser de entrega total a Jesus, o único que tem o poder de fazer com que o diabo fuja de nós.

6. Que promessa é dada ao cristão diante de um inimigo descrito como um “leão que ruge procurando alguém para devorar”? Como podemos entender o texto de Tiago? 1Pe 5:6-10; Ef 4:27; 6:11


Pedro escreveu essas palavras para admoestar cristãos que estavam sofrendo perseguição. Obviamente, ele sabia que por trás da perseguição que seus leitores estavam sofrendo estava o inimigo, Satanás. O apóstolo os admoestou a resistir ao diabo. Ali Pedro usa a palavra anthistemi, assim como Tiago, mas acrescenta o modificador stereoi (forte ou firmemente). Assim, ele sugere que o diabo pode fugir daqueles que apresentam uma atitude firme, semelhante a uma rocha, contra seus ataques. Uma atitude covarde não será suficiente. De acordo com Pedro, mesmo que sejamos firmes, o sofrimento ainda pode durar algum tempo. Mas o próprio Deus irá aperfeiçoar (restaurar), firmar, fortificar e fundamentar o cristão (1Pe 5:10).

Mesmo com todas essas promessas, não foi prometido que estaremos livres do sofrimento, não é verdade? Qual cristão não conhece a realidade do sofrimento? Que diferença fundamental deve fazer a fé em meio às tristezas e dor?

Quarta Ano Bíblico: At 4–6


Exemplos de vitória


Até aqui, temos visto reveladas na Bíblia a esperança e as promessas da vitória que o cristão pode ter. Além disso, também temos registrados exemplos reais de vitórias cristãs sobre as forças do mal. Começamos com o exemplo do ministério dos primeiros discípulos que Jesus enviou.

7. Qual foi a tarefa dada aos discípulos? Qual é a relação entre essa obra e o grande conflito? O que isso diz aos discípulos modernos, chamados a pregar sobre Jesus? Mt 10:1-8; Mc 6:7, 12, 13; Lc 9:1, 2; Lc 10:1-20

É interessante notar que, assim como Jesus enviou os doze discípulos para proclamar o evangelho da vinda do reino de Deus, Ele considerou importante dar a eles poder sobre demônios e espíritos imundos. Isso não é surpreendente, porque a adequada pregação do evangelho envolve necessariamente a exposição de tais poderes. A manifestação desses “poderes” devia ser esperada quando o evangelho fosse proclamado. Por isso, a necessidade de dar aos discípulos poder sobre eles. Certamente, as forças do mal se manifestaram quando os doze pregaram por toda parte; porém, muitos demônios e forças do mal foram expulsos.

Tanto quanto podemos ver pelos registros, Jesus não incumbiu, em termos específicos, os 70 discípulos de expulsar demônios (Lc 10:9). No entanto, esse foi o aspecto da missão que mais parece ter animado os discípulos (Lc 10:17). Com alegria os 70 relataram que, enquanto pregavam o evangelho do reino, os demônios se submetiam a eles. Assim, entenderam que o poder de Jesus, operando por meio deles, havia tornado possível essa vitória sobre o inimigo.

Embora muita coisa possa ser discutida e debatida sobre esses textos e a forma como devem ser compreendidos hoje, o ponto importante é que os cristãos, chamados a proclamar o evangelho ao mundo, precisam do poder de Cristo para realizar essa obra.

Leia Lucas 10:20. Que ponto importante devemos tirar das palavras de Jesus? Como Sua resposta nos mostra o que deve ser importante em nossa vida? Como podemos ter certeza de que mantemos essa ênfase correta?

Quinta Ano Bíblico: At 7–9

Exemplos de vitória (livro de Atos)


Os exemplos de vitórias sobre as forças demoníacas considerados na lição de ontem aconteceram nos dias em que Jesus estava na Terra. Porém, elas não ficaram restritas a esse período. No livro de Atos, encontramos as vitórias contínuas dos seguidores de Jesus sobre as forças demoníacas.

Evidentemente, isso não deve nos surpreender, pois Jesus prometeu enviar o Espírito Santo para estar com Seus seguidores, quando Ele partisse (por exemplo, João 14:16).

Ao mesmo tempo, também, como bem sabemos, o grande conflito entre Cristo e Satanás, embora resolvido na cruz, ainda deve ser travado até o fim dos tempos. Assim, os seguidores de Cristo, mesmo depois de Sua partida, deviam estar envolvidos no conflito, especialmente quando procurassem cumprir a comissão evangélica.

8. Que exemplos temos de vitórias sobre as forças do mal? Que lição podemos aprender com eles para o nosso contexto de evangelismo e testemunho?


Atos 16:14-18 relata um caso incomum. Quando a jovem escrava mencionou o “Deus Altíssimo”, suas palavras expressaram uma grande verdade. Paulo, porém, não quis aceitar as palavras dela. Ele percebeu o que estava realmente acontecendo. Os poderes sobrenaturais que ela havia manifestado, e que traziam lucro para seus senhores, não eram do Senhor. Quando ela clamou que esses homens eram “servos do Deus Altíssimo”, não estava falando sobre o verdadeiro Deus, mas, provavelmente, acerca de um deus cananeu que também era chamado Elyon (o Altíssimo). Com muita facilidade, por meio do uso de certos termos comuns, o erro poderia ter comprometido grandemente a verdade.

Leia novamente Atos 5:12-16, e a parte impressionante sobre as pessoas esperando “que, ao passar Pedro, ao menos a sua sombra se projetasse nalguns deles”. Que advertência isso deve trazer aos que trabalham para o Senhor, especialmente quando seu trabalho é considerado “bem-sucedido”?


Sexta Ano Bíblico: At 10–12
 

Estudo adicional


Leia de Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 662-680: “Não se Turbe o Vosso Coração”; Fé e Obras, p. 93: “Apossando-se da Justiça de Cristo”; Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 310: “Ciência e Revelação”.

“Jesus obteve a vitória por meio da submissão e fé em Deus, e mediante o apóstolo, Ele nos diz: ‘Sujeitai-vos pois a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e Ele Se chegará a vós’ (Tg 4:7, 8, RC). Não podemos nos salvar do poder do tentador; ele venceu a humanidade, e quando tentamos resistir em nossa própria força, nos tornamos presa de seus ardis; mas ‘torre forte é o nome do Senhor; para ela correrá o justo, e estará em alto retiro’ (Pv 18:10, RC). Satanás treme e foge diante da mais débil alma que se refugia nesse nome poderoso” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 130, 131).

“Há cristãos que pensam e falam demais sobre o poder de Satanás. Pensam em seu adversário, oram a seu respeito, falam nele, e ele avulta mais e mais em sua imaginação. É certo que Satanás é um ser poderoso, mas, graças a Deus, temos um forte Salvador, que expulsou do Céu o maligno. Satanás se regozija quando engrandecemos sua força. Por que não falar em Jesus? Por que não exaltar Seu poder e Seu amor? (Ibid., p. 490, 491).

Perguntas para reflexão
1. Considere alguns dos exemplos desta semana que mostram as vitórias reveladas na Bíblia. Vemos coisas similares acontecendo hoje? Existe algo que podemos fazer para ver mais desses exemplos?
2. O que significa aproximar-se de Deus? Pergunte aos alunos o que significa, como podemos praticar, e o que acontece quando nos aproximamos de Deus.
3. Imagine que você é Pedro, e as pessoas querem apenas se aproximar de sua sombra. Qual seria seu sentimento? Qual seria sua única segurança em uma situação como essa?

Respostas sugestivas: 1. Por Sua morte e ressurreição, Ele conquistou para nós uma herança gloriosa. Jesus venceu o autor da morte, bem como todos os seus poderes, para nos livrar de suas garras; precisamos abrir os olhos para essa esperança. 2. Cristo é o cabeça da igreja, nosso líder; Ele venceu a morte, intercede por nós no Céu e vencerá todos os poderes humanos e sobrenaturais para nos defender. 3. O Espírito intercede por nós, em nossa fraqueza; todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus; o Senhor planejou que fôssemos parecidos com Ele; Deus nos chamou para o perdão, santificação e glorificação; nada nem ninguém poderão impedir nossa vitória ao lado de Cristo. 4. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”; Se Deus nos deu Cristo, por que deixaria de nos dar todas as outras coisas? Se Deus perdoa, quem pode condenar? 5. Ele fugirá de nós; o segredo é se apegar a Deus. 6. Se nos humilharmos e lançarmos sobre o Senhor nossa ansiedade, Ele nos exaltará e cuidará de nós; precisamos ser sóbrios e vigilantes, resistindo ao inimigo com fé firme; quando nos revestimos das armas da luz, as trevas fogem de nós. 7. A tarefa dos discípulos era expulsar demônios, curar doenças, ressuscitar mortos, buscar as ovelhas perdidas de Israel, pregar o evangelho, preparar o caminho de Jesus e orar para que Deus enviasse mais ceifeiros para Sua seara; essa tarefa estava em conflito direto com as forças do mal; essa deve ser a nossa tarefa hoje. 8. At 5:12-16: os apóstolos faziam maravilhas e a igreja crescia; At 3:1-11: a cura do coxo na porta do templo; At 16:14-18: a conversão de Lídia e a libertação da jovem com espírito de adivinhação.



BOLETIM ELETRÔNICO 03.11.2012